Capítulo 26

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Duas semana depois

Anitta narrando

Havia passado duas semanas desde que voltei para casa e as responsabilidades me chamaram logo cedo. Agarrei meu trabalho como se cada pequeno pedaço da minha vida dependesse disso. Lancei a última coleção que desenhei e foi um estouro, a prova disso é que nesse exato momento eu me encontro sentada em frente uma mesa que contém um contrato em cima. A proposta que me foi feita é de abrir filiais das minhas lojas em outros países. Eu estava me tornando uma grande mulher, era um passo importante na minha vida.
No início da semana passada também peguei firme no treino, eu queria ser capaz de me defender sozinha em alguma situação caso fugisse das mãos da escolta.
Eu estava num período de transição, não era mais a mesma e isso sempre aconteceria, ficar estagnada me deixava um pouco incomodada ou talvez eu só não tivesse o costume.

Depois de assinar o contrato, me retirei da sala agradecendo aos responsáveis e ao advogado, eu precisaria cumprir com meus horários agora.

Cheguei no trabalho e Luck foi logo me entregando o relatório do que tinha acontecido durante minha ausência e me entregando também os meus horários.

- Você é um anjo que caiu do céu Luck, eu tenho certeza -disse sorrindo e direcionando meu olhar pra ele-
- Eu gosto de te fazer sorrir chefinha -vi seu olhar sair de mim e ir para a entrada da loja- O gostosão chegou -eu já sabia a quem ele se referia-

Me virei e sorri vendo Johnny vir em minha direção.

- Disse que não ia sumir de mim e eu pisco você desaparece? -foram as primeiras palavras dele-
- Bom, não me julgue, eu estive corrida no trabalho recuperando o tempo que perdi aqui.
- Atrapalho? -perguntou me dando um beijo na testa-
Olhei para a tabela com meus horários e e para meu relógio e voltei a encara-lo.
- Você tem exatos 20 minutos -sorri o vendo sorrir também-
- Que mulher corrida -brincou- Bom dia Luck -cumprimentou e me seguiu até minha sala-

- A que devo a honra da sua presença?
- Vim convidá-la para irmos em algum lugar hoje, será que a senhorita estará livre?
- Hmm, deixa-me ver -folheei os horários- É, eu acho que será possível -olhei para Johnny e o mesmo se manteve me observando sem falar mais nada- O que foi?
- Você fica linda até fazendo pose de madame -eu ri- Eu tô falando sério. Que horas posso te pegar?
- Depende de onde nós vamos
- Vamos dançar, faz tempo que não vejo esse corpinho mexer -brincou- Te pego as dez pode ser?
- Claro
- Te vejo mais tarde -deu uma piscadela e saiu da sala-

Não demorou muito para que minha porta fosse aberta e Luck anunciasse a chegada de um dos clientes com horário marcado. Deixei meu papéis de lado e olhei para a porta.

- Entrem por favor
- Olá Anitta -Mateus disse sorrindo-
- Ah, olha só quem apareceu por aqui -sorri e levantei para cumprimenta-lo- No que posso ajudar?
- Bom, o vestido da minha irmã foi um sucesso entre as amigas e família e eu vim dessa vez acompanhando minha prima que está prestes a fazer aniversário e precisa de um vestido incrível como ela mesmo diz -sorriu passando a mão na cabeça da menina-
- E você tem alguma ideia de vestido? -me direcionei a menina-
- Bem... Eu queria um que eu possa tirar a calda para dançar quando a pista de dança for liberada, para que não tenha trabalho em ficar trocando de vestido, e de preferência azul escuro
- Claro, me acompanhe por favor, eu acho que você vai adorar alguns que temos aqui na loja.

Me dirigi até a sessão de vestidos para eventos como aniversários, festas de gala, bailes, etc.

Mayla, a prima do Mateus, ficou animada com vários modelos e resolveu experimentar cada um deles, o que tornou possível que eu e Mateus conversassemos.

- Então, como está indo?
- Olha, tudo caminhando muito bem por aqui. A nova coleção me trouxe oportunidades ótimas e o meu negócio vai se expandir -disse sorrindo-
- Que maravilha -sorriu me olhando- Fico muito feliz por você
- Obrigada. E você, como está?
- Muito bem, tudo conforme o planejado. Poderíamos jantar juntos essa noite, o que acha?
- Ah, eu não posso -ele me observou- Tenho compromisso essa noite me desculpe
- Não não, tudo bem.

A conversa continuou até Mayla decidir qual vestido gostou mais, o que não demorou mais de vinte minutos.

Saíram de lá mais uma vez satisfeitos e eu precisava ir pro meu almoço correndo para que voltasse a tempo de atender o próximo cliente.

O fato de ter pessoas que trabalham para mim na loja ajudava imensamente, pois eu não conseguiria atender todos jamais. Os horários que eu tinha marcados costumavam ser para casos mais importantes ou clientes antigos que acompanharam o crescimento da loja e tudo mais.

O bom de se ter algo que envolva a relação entre pessoas é exatamente o fato de fazer muitos amigos. A oportunidade de estar sempre conhecendo pessoas novas e que podem até acabar se tornando muito importantes.

Depois do meu almoço retornei ao trabalho até às oito horas, fiquei para fechar a loja. Precisava chegar em casa logo, comer alguma coisa, tomar um banho e me arrumar. Não havia esquecido de que iria sair com Johnny.

Saí da loja e fui acompanhada até o carro por homens da minha escolta, João não estava comigo hoje, bom, pelo menos eu não o tinha visto.

- O que aconteceu com o João? -perguntei antes de entrar no carro-
- Ele teve de ir resolver um problema, entre no carro por favor senhorita -o homem à minha frente pediu-
- Que tipo de problema?

Ele olhou para os lados e eu já sabia que era uma cilada, aquela não era minha escolta. Merda!

- Não posso dar esse tipo de informação, por favor entre no carro -retornou a pedir-
- Eu acabei de me lembrar que esqueci minha carteira na loja, vou buscar rapidinho e já volto, me espere -disse e fui em direção a porta rezando para que não viessem atrás de mim-

Entrei na loja e fechei a porta trancando devagar, peguei o meu celular o mais depressa que pude para ligar pra um de meus irmãos.

Todos os números estavam caindo na caixa. De repente meu celular começou a tocar e era um número desconhecido, eu não atenderia pra ver quem era. Estava pensando em como ia me livrar dos caras lá fora.
Meu celular vibrou e eu olhei na tela, o mesmo número desconhecido havia mandando uma mensagem.

Atende esta porra deste celular Anitta.

Era meus irmãos, disso eu tinha certeza. O celular retornou a tocar e eu atendi.

- Até que enfim, me escute bem, quero que vá para a sua sala e tranque a porta, não saia de lá em circunstância alguma entendeu bem? Estamos a caminho
- Sim. Ian o que... -ele desligou na minha cara-

Bastardo maldito!

Fui para minha sala e fiz o que Ian disse. Me direcionei até minha mesa e depois de pegar a chave, abri a última gaveta e peguei uma Glock 23 Tactical me preparando para qualquer movimentação na minha porta.

Não demorou muito para que eu ouvisse barulhos e meu nome sendo chamado com impaciência.

- Anitta -um homem gritou- Apareça sua peste!

- Não brinque comigo menina -ouvi a voz mais próxima e me preparei- Você está aqui não está -deu leves batidas na porta e eu engoli em seco-
- Não gosta de brincar Kássio? -ouvi outro homem perguntar- Achei que ainda fosse um dos seus hobbys

Espera, essa voz... Th estava aqui.
Não, não era possível, eu deveria estar confundindo as vozes no auge do meu desespero.

- Veio salvar a donzela? -riu- Achei que os irmãos dela estivessem encarregados disso
- E nós estamos -agora era Ian-

Não deu pra entender muito mais coisa, os sons estavam se confundindo e mesmo que eu quisesse saber o que estava acontecendo lá fora eu havia dito ao Ian que ficaria aqui dentro.

Caprichos do coraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora