Capítulo 57

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Th narrando

O plano até o momento era ir pra loja, não havia muitas formas de escaparmos da armadilha que Vladimir fez para nós.
Eu podia sentir a tensão de Anitta no ar, me sentia mal por não poder acalma-la naquele momento, mas eu precisava pensar em estratégias.

Eu conhecia a loja de Anitta como ninguém, foi eu quem estava lá fazendo o planejamento dela para ser construído, claro que com a ajuda de outros profissionais das áreas de arquitetura, engenharia, etc.
Só tinha que pensar em um plano de fuga sem que ninguém saísse machucado.

- Lembra-se da senha do quarto do pânico? -perguntei em um súbito me lembrando do cômodo-
- O que?
- Preciso que se lembre Anne, vamos -incentivei-

Ouvi ela respirar fundo

- Lembro, qual o plano?
- Assim que apaziguarmos a situação, vamos distrair Vladimir e você e Luck vão para este cômodo. Não abra a porta enquanto eu não aparecer. Sabe como funciona o monitoramento da porta ne?
- Sim
- Ótimo
- Thiago eu... -interrompi-
- Não fala -a olhei vendo seus olhos recairem sobre os meus- Vai ficar tudo bem. Confia em mim? -ela se limitou a concordar com a cabeça- Maravilha, eu não vou falhar com você

O resto do caminho se seguiu silencioso. Apenas uma mensagem de Ian dizendo que parte da escolta estava presa no trânsito e a outra parte havia se dividido em funções diferentes e feito caminhos distintos.

Assim que chegamos na loja eu pude ver a frente totalmente vazia, sem ninguém da minha escolta, mas recebi o sinal de que havia um franco na ponta do prédio do outro lado da rua.
O foda é que isso não me servia muito já que Vladimir era esperto o suficiente pra não ficar próximo de nenhuma janela, não queria correr o risco de levar uma bala e ao menos saber de onde veio.

Antes de entrar eu ativei o microfone praticamente imperceptível e guiei Anitta até a porta

- Se lembra do combinado? -perguntei baixo e ela concordou com a cabeça-

Não demorou muito para que a porta se abrisse depois que apertamos o interfone. Quem nos recebeu não foi Vladimir, infelizmente ele também se lembrou de não chegar perto da porta de entrada ou uma bala atravessaria seu peito.

Sabia que minha equipe e os Fell não demorariam chegar, e sabia também que eles iriam o fazer com classe.

- Ora ora -Vladimir apontou no corredor nos recebendo com sorriso- Que honra recebe-los em minha loja -fez uma cena e se aproximou- É assim que se recebe os clientes querida Anitta? -a olhou e ela permaneceu inabalável-
- O que você quer? -a voz de Anne se fez presente-
- Poderíamos conversar a sós?
- Não -eu disse- Seja lá o que tiver que falar com ela, pode dizer -as armas foram apontadas pra minha cabeça-
- Tudo bem Thiago -a morena disse tocando meu braço com leveza-
- De jeito nenhum -discordei novamente e ouvi um barulho do lado de fora-

Vladimir me olhou e depois para seus comparsas que foram ver do que se tratava.

- Imagino que seu grupinho tenha chegado -me olhou com desprezo- É uma pena que vão todos morrer -falou cínico- Sabe de uma coisa Anitta?
- O que?
- No fim eu acabo conseguindo o que quero. Ameaço alguém pra pegar você, você vem até mim, seus irmãos vem atrás em sua busca, eu mato todos e só falta seus pais -concluiu seu plano-
- Por que está fazendo isso?
- E por que não? -riu-
- Você é completamente doente -Anitta acusou-
- É feio julgar sem conhecer Anitta Henry Fell, não te deram modos? Mas que familiazinha mais sem educação essa
- Não fala da minha família, quem é você pra falar de alguém? Está planejando a morte de todos nós
- Está com medo de morrer? Bom, eu posso te deixar se concordar em ser...- foi interrompido-
- Ela não vai concordar com nada -Thomas disse encostando o cano de sua arma na cabeça de um dos comparsas de Vladimir-
- Ora ora, parece que não conferi todas as entradas direito -se virou para trás vendo todos seus homens com armas em suas cabeças pela minha escolta-

Seus olhos se voltaram para o teto e eu rapidamente fiz o mesmo observando um maldito armado lá em cima. Sem pensar duas vezes puxei Anitta e a joguei para o outro lado antes de desarmar um dos homens de Vladimir e atirar na direção do que estava sobre nós. Infelizmente não acertei, a bagunça começou e eu precisava cobrir Anitta para que saísse dali e fosse pro quarto do pânico, lá ela ficaria segura.

- Ta na hora -disse a olhando-
- Eu não vou
- Não fode Anitta
- Eu não vou -disse e saiu de perto de mim abaixada, estava indo para sua sala e eu fiquei sem entender, mas não tive tempo pra pensar.
Levei um soco que por pouco não acerta meu estômago, queria esse verme que me atacou ser outro homem depois que toquei minhas mãos nele.

Havia pessoas lá, todas jogadas em um canto do ambiente encolhidas no chão. Com um olhar pedi cobertura para Thomas que entendeu e o fez enquanto eu abria a porta da frente e guiava as pessoas dando-as cobertura até a saída. Estavam apavoradas e não era pra menos.
Sem esperar, alguns segundos depois vi adentrar o local agentes da CIA e me peguei questionando que diabos faziam ali já que não era uma investigação de cunho da agência.
Mas estavam lá e estavam do nosso lado, não tinha do que reclamar, ajuda nesse momento era bem vinda. Havia mais homens contra nós do que imaginei, parecia que brotavam do chão e por que caralho essa loja tinha que ser tão grande?

Fui atrás de Anitta assim que consegui e não encontrei a mesma, o desespero já bateu forte e eu apressei meus passos para os outros cômodos sem me lembrar que poderia ter inimigos em qualquer um deles prontos pra atirar em mim.

- ANITTA -gritei na tentativa falha de escutar sua voz ou ser escutado por ela- ANITTA CARALHO
- O que aconteceu? -vi Ian vir em minha direção com a arma em posição-
- Ela não ta aqui -falei já sabendo que ele entenderia de quem se tratava-
- Inferno -voltou pra trás a procura da irmã- CADÊ ELA? -ouvi ele gritar para Vladimir-
- Uuh -fez cara de deboche- Parece que alguém perdeu a princesa
- Não brinca comigo seu filho da puta -Ian mirou em sua direção e Vladimir fez o mesmo para ele-

Sem que nenhum de nós esperasse Vladimir foi atingido por uma faca na perna. O mesmo olhou para baixo tentando entender o que tinha acontecido, assim como nós ele havia sido pego de surpresa. Quando pensamos que não outra faca atinge o músculo da coxa de sua outra perna e ele cai de joelhos no chão.
Eu olho em volta procurando por alguém e vejo Anitta na sombra do corredor com a próxima faca a ser atirada.
Essa mulher ainda vai me matar um dia.

- Não -exclamei- Precisamos dele
- Ele quer matar minha família -afirmou convicta mirando nele-
- É por isso que a morte dele não pode ser tão rápida, ele tem que pagar por tudo que fez, não? -tentei acalma-la e vi a faca de sua mão ser lançada-
Mas não foi em Vladimir, a ponta da faca atravessou a mão de um cara que estava prestes a me dar um tiro.

- Receio que esteja te devendo uma -falei e me concentrei em acabar com aquilo-

Caprichos do coraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora