Capítulo 58

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Th narrando

Depois de Anitta ter acertado Vladimir com uma faca ficou mais fácil de fazer os caras dele pararem de atacar os nossos. Uma adaga no pescoço do chefe e todos os paus mandados recuaram.

- Eu quero vocês fora daqui -eu disse e percebi os olhares direcionados a Vladimir esperando um comando"

Apertei um pouco mais a adaga no pescoço dele e pronunciei mais baixo

- É você quem decide -ouvi ele ranger os dentes antes de fazer sinal positivo de leve com a cabeça-

Todos os seus homens foram se retirando devagar sem deixar de nos encarar. Vladimir ainda tentou se remexer mas eu não dei chance para o mesmo. Thomaz fechou a porta e apontou sua arma para a cabeça de Vladimir.

- Achei que estivesse mais preparado pra entrar na toca do inimigo -falei e senti seu olhar de ódio quando o soltei-
- Vocês não sabem com quem estão se metendo
- Não Vladimirzinho, você é quem não sabe de absolutamente nada. Aliás só está vivo porque convenci minha garota a não te matar
- Porque tem medo de que ela leve uma morte nas costas -falou friamente- Além da que ela já tem é claro -o olhei sério-

Agora era eu quem queria o matar.

- Que foi? -ele perguntou- Tem medo de que ela caia em depressão de novo? -soquei a cara dele o fazendo cair no chão-
- Você não vale o chão que pisa
- Th, não vale a pena -Thomaz se pronunciou- Vamos levar ele para o clube
- Vai ser útil como saco de pancadas -afirmei-

Olhei ao redor e não vi Anitta, me virei para os irmãos Fell

- Cadê ela?
- Acho que está com Luck

Saí em busca de Ane dentro da loja e a encontrei em sua sala sozinha. Seu corpo recostado sobre a cadeira, os cotovelos apoiados na mesa e a cabeça apoiada nas mãos me preocupou

- Ane? -fui em sua direção- Ei amor, olha pra mim -conferi rapidamente seu corpo para verificar se não estava ferida- Está machucada? Fizeram algo com você?

Ela tirou as mãos do rosto e me olhou descrente.

- O que aconteceu com você? -me preocupei mais-

Se algum filho da puta tiver encostado um dedo nela eu vou até o inferno, mas eu mato o infeliz.

- Eu não sei -disse enquanto lágrimas caiam- Eu nunca sei o que ta acontecendo -afirmou desviando o olhar- Por que a minha vida é sempre tão conturbada Th? O que eu fiz de errado?
- Ei, Ane, não -segurei seu rosto- Você não fez nada de errado amor, não tem nada de errado
- Então por que essas coisas acontecem? Por que eu não posso só ter uma vida normal?

Eu queria muito ter uma resposta imediata pra essa pergunta, mas infelizmente eu não tinha e me praguejei por isso.
Os olhos avermelhados do choro de Anitta me atingiram como um soco na boca do estômago.

- Eu preciso sair daqui -afirmou com a voz embargada-
- Claro, vem, eu te levo -me endireitei esperando que ela se levantasse-
- Não, eu quero ir com meus irmãos -confessou e eu fiquei sem reação-
- Te levo até eles então -me ofereci e ela concordou de leve com a cabeça se levantando-

Fomos até os irmãos em silêncio, o fato dela não querer ficar comigo nesse momento fez minha cabeça fervilhar em pensamentos e eu estava pra ficar doido.

Thomaz nos avistou de longe e percebeu o estado da irmã. Quando nos aproximamos, e ela disse que queria ir com eles, Ian me olhou como se quisesse dizer algo, mas eu não entendia o que era.
Thomaz não direcionou nem o olhar nem a fala para mim mais. Anitta disse que depois conversariamos e eu concordei sem saber muito bem como agir.

Caprichos do coraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora