Capítulo 24

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Th narrando

Eu entrei na CIA através de um acordo para capturar um dos bandidos mais conhecidos e mais perigosos do ramo do tráfico e roubo. Minha única função aqui era pegar esse desgraçado e depois eu "voltaria". Essa foi minha grande desculpa para me infiltrar no meio dos agentes e vingar a morte de meu pai.

Eu estava na sala main observando a movimentação na agência quando uma das telas me chamou atenção.

A porta da qual eu nunca via ninguém abrir estavando sendo aberta e de la saia o superior juntamente com mais dois homens e uma mulher.
Eu não entendia o que diabos faziam la porque queriam me fazer acreditar que ninguém frequentava a sala.

Não havia nenhum nome na porta e ela mostrava vestígios de ter sido pintada a pouco tempo, como se a intenção fosse apagar antigas memórias dali. De qualquer forma eu descobriria do que se tratava.

Ouvi o aviso e saí da sala rapidamente me direcionando a reunião que acabaram de convocar.

- Que bom que já decorou os caminhos por aqui Alvarez - Antônio disse assim que me viu-

Me limitei a olhá-lo e continuar calado.

- Bom, chamamos vocês aqui porque temos o propósito de pegar o chefe do tráfico, é aí que vocês devem se perguntar porque a CIA está atrás de traficantes. A questão é a seguinte, há muito mais coisas por trás desse cara -apontou para a imagem dele que acabara de aparecer no telão- do que nós realmente conseguimos descobrir até agora. Para solucionar esse caso teremos a participação do filho de um grande ex agente nosso, espero que se entendam bem com o Alvarez porque ele está no comando da operação juntamente com o George.

- Podem se retirar, exceto Alvarez e George -a mesma mulher que eu vi sair da sala do terceiro andar falou-

Enquanto os agentes saiam eu observava os rostos que ficavam na sala. Todos com a expressão neutra.

- Vocês dois formam uma equipe a partir de agora. Tudo que descobrirem deve ser passado para nós, seus superiores

Deixei de prestar atenção por um instante pois percebi que a mulher que falara a pouco estava virando alvo. Peguei minha arma preparando-a, me virei ficando de frente pra janela e atirei em um homem armado que estava prestes a disparar contra ela.

Todos na sala pararam tentando assimilar o que havia acontecido e eu abri a porta saindo da sala e indo até onde o homem se encontrava, logo mais agentes estavam rodeando o mesmo lugar.

- Filho da puta -me virei para os outros agentes- Como entraram aqui?
- Eu não sei
- Então vá descobrir -disse firme-

Peguei o homem pelo braço e ouvi Antônio gritar de longe

- Alvarez, deixe-o aí
- Vou levá-lo para a enfermaria, se ele sobreviver poderemos obter informações.

Antônio não disse mais nada e nem eu esperei que dissesse, virei as costas e sai carregando o entojo.

Ao chegar na enfermaria coloquei-o no leito e uma das enfermeiras veio logo ajeitando o mesmo, não esperei para ver o que estava por vir, apenas deixei claro que queria que tomassem cuidado pois se ficasse vivo seria valioso para nós.

Fui para meu quarto tomar um banho para tirar os resquícios de sangue de mim, depois do banho me juntei com George para bolar uma estratégia de infiltração no tráfico para descobrir a fundo essa história toda.
Não poderíamos ser os infiltrados pois nosso porte não era lá o mais apropriado para um usuário de droga.
Era por essas e outras que a CIA mantinha contatos de pessoas que faziam trabalhos de tais tipos para eles.

A manipulação dentro da agência para solucionar os casos rolava solta e deveria me acostumar com o fato de que tentariam me manipular também. Para que eu continue o legado do meu pai, mas eu não o faria obviamente.

Passamos a maior parte do dia organizando o plano, treinando e montando estratégias que nos favoreciam. Quando voltei para meu quarto liguei para João, precisava saber de Anitta.

- Chefe -ouvi do outro lado da linha-
- João, como está?
- Bem e o senhor?
- Estou ótimo e Anitta como passa?
- Ela está bem, está organizando suas coisas para voltar para casa
- E aquele tal de Johnny vai com ela?
- Sim senhor, ela mesmo ofereceu, disse que a família está com saudades dele.
- João... -pensei bem antes que eu pudesse perguntar mas João parece ter lido meus pensamentos-
- Ela não está apaixonada por ele Sr. Alvarez, sequer tem alguma coisa com o mesmo. Eles deram um único beijo e ao que parece ela contou de você pra ele.
- Sabe o que ela disse?
- Não senhor, mas ela quis retornar sua última ligação
- Ela mesma disse para que eu não ligasse mais
- Parece que mudou de ideia, talvez Johnny tenha relação com isso. Os dois trocaram algumas palavras antes que ele fosse embora e ela pareceu pensativa logo em seguida, talvez ele tenha dito algo que a fez mudar de ideia.
- Eu não tenho certeza disso, afinal ele estava tentando algo com ela
- É, não vamos descartar qualquer possibilidade
- Tudo bem, fique atento e qualquer coisa me contate.
- Sim senhor

Desliguei a chamada e joguei o celular em cima do pequeno criado ao lado da cama.

Eu sei que eu disse que queria que Anitta seguisse a vida dela e fosse feliz, mas na prática, deixar isso acontecer é muito mais difícil do que parece. Eu a queria para mim, queria que fosse feliz desde que fosse comigo.
Saber que ela está tão próxima de outro cara fazia meu sangue ferver e minha raiva logo aparecia.
Eu tenho consciência de que é egoísmo de minha parte querer prender ela a mim, mas se eu pudesse, teria todinha para mim, dos pés a cabeça.

Deitado na cama fechei os olhos e lembrei de nós dois na minha casa, de como minha camiseta caia bem no corpo cheio de curvas de Anitta, de como o corpo dela, nu, caia bem sobre minha cama, de como ela disse estar apaixonada por mim. Me recordei ainda antes, quando estávamos na cozinha dela e eu a beijei pela primeira vez. Lembrei da sensação de finalmente tocar os lábios dela com os meus, coisa que eu já queria fazia tempo, mas eu sempre soube camuflar muito bem minha vontades e desejos, bem como os sentimentos.
Antes que eu pudesse beija-la, observei suas reações diante de mim.
Cada vez que se atrasava e saía do quarto com tamanho abuso para cima de mim e eu quase colava seu corpo no meu enquanto falava no seu ouvido que eu não sou do tipo que se brinque. Eu podia perceber o descompasso da sua respiração e os passos acelerados como se tivesse que sair dali o mais rápido possível para poder recuperar o ar.

Eu tentava me controlar mas sempre pecava em imaginar Anitta na minha cama. Maldita hora em que me deixei envolver com minha protegida.

Apertei os olhos e levantei da cama quase que em um pulo. Eu precisava treinar.

Caprichos do coraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora