Prólogo

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Ser adolescente não é fácil. Escola, amigos, vida social, família... Mas é pior ainda quando você tem que passar o semestre todo olhando, 24 horas por dia para a cara daquela fasiane que roubou teu boy! É o que eu vou passar a partir desse ano. Minha mãe deu a louca e me matriculou em um internato. Como se não bastasse o marido dela também matriculou o filho dele. Falta de criatividade né? Ah tanto faz, eu e o Antony somos amigos, nos demos bem de primeira!

Ainda estou arrumando minha mochila, com os livros, o fichário, estojo... e ao mesmo tempo conversando com a melhor pessoa que eu poderia conhecer, Emma. Minha melhor amiga virtual. Ela é tudo pra mim. A conheci em um grupo e hoje somos grandes amigas.

- Vai se atrasar! Anda minha filha!

- Minha mãe... - reviro os olhos durante a vídeo chamada, a Emma riu e eu mostrei a língua para ela - Já volto paixão. Mas por mensagem ok?

- Tá bom coração, vai lá

Desço as escadas de casa correndo com a minha mochila nas costas. Meu meio irmão já estava no carro me esperando. Eu pensei que não fosse me dar bem com ele mas somos bem parecidos e nos damos muito bem... eu tenho problema com o pai dele! O Thomas - eu me recuso chamado de padrasto - quer controlar com quem eu saio, como eu saio, mas ele nem é meu pai!

- Pronto mãe! Podemos ir.

- Vou sentir saudades.

- Mas eu volto nos feriados!

- Mas a minha bebê vai dormi fora de casa todo dia ... - ela disse com algumas lágrimas nos olhos.

- Foi você quem me matriculou em um internato!Eu tenho nada contra, mas também não tenho a favor.

Entramos no carro, pus meus fones no máximo, estava tocando Criminal Mind do Lukas Graham, eu amo eles. Voltei a falar com a Emma.

Eu de verdade, não estaria aqui senão fosse ela. É uma ajuda mútua, ela me ajuda e eu a ajudo. Eu acho maravilhoso quando a gente está conversando e do nada uma de nós duas falamos que amamos a outra. É simplismente incrível e tocante.

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Chegamos, é um lugar fora da cidade, depois de Rezende (Rio de Janeiro), ou seja, mais longe do que o lugar que Judas perdeu as meias, porque as notas ele já perdeu há muito tempo antes de chegar onde é o colégio. É um campus enorme, pelas fotos que eu vi na internet, é uma mini-cidade esse colégio, tem tudo, restaurantes, lojas, fliperama, cinema...

- Tchau filha, cuidado, se cuida... - Minha mãe disse depois de irmos à coordenação do colégio

- Tá mãe, eu vou me cuidar...

- Fala com o Thomas.

- Tchau Thomas. - Disse seca e de longe, ah como eu odeio esse homem!

Vejo o carro fazendo a volta, eu e Antony acenamos e assim que perdemos o carro de vista, entramos no campus, onde ficam os quartos, ficamos em quartos separados por ele ser mais velho um ano... mas não faz mal, nos veremos todo dia no almoço. O lugar é lindo, parece uma cidade do subúrbio de Londres. Uma fofura, lojinhas, confeitarias, sorveterias, a coordenação parecia uma lojinha antiga. Uma graça. Realmente, esse internato parece uma cidadezinha, muito fofo.

Cheguei no meu quarto, 910, já tinha gente, era um menino, estava tocando violão... Um violão preto, bonito até...

Um violão preto, bonito até... O garoto também é bonito, aparentemente alto, cabelo escuro e a pele bem clara...acho que ele não ligou muito para mim...garoto estranho, não deu um bom dia, um oi. Mas eu não posso falar nada, também sou bem estranha...peguei a cama de casal que ficava na frente do banheiro...era a que tinha sobrado né!

O garoto mal se incomodou com a minha presença...eu hein! Garoto estranho. A gente vai discutir muito...tô sentindo isso...

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