Capítulo 21 - Um bosque (Charlie Seth Clair)

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Olhei no relógio, ainda era quatro da manhã. Eu não tinha conseguido fechar os olhos. Essa garota aqui estava me tirando o sono. A verdade é que eu não a conhecia e nem mesmo o Miguel. Mesmo dando pra ver o quanto gostavam um do outro. Era conhecidencia de mais ela vir parar logo aqui na nossa casa. E se ela não fosse um perigo para nós. Nós seriamos um perigo para ela.

Decidi parar de me revirar na cama tentando dormir. Levantei da cama e vesti meu moletom cinza que sempre ficada separado para eu correr de manhã.

Peguei o celular e abri a gaveta para guarda-lo. A pedra negra estava lá dentro. Então eu a peguei. Era hora de começar a carrega-la comigo. Afinal, ela deveria ter alguma utilidade. Coloquei ela no meu pescoço e sai do quarto. Estava tão calada a casa. A muito tempo eu não ouvia esse silencio. Também, era quatro da manhã. Desci as escadas devagar para não fazer muito barulho Abri a porta e sai. Então eu me alonguei na porta de casa e sai correndo. Em poucos segundos eu estava saindo da propriedade da fazenda. Continuei correndo entrei em uma estrada que não tinha ido antes. Então parei olhando em volta. Olhei para a pedra que estava pendurada no rumo do meu peito.

— O que você quer? _ Respirei fundo e voltei a olhar pros lados. _ Tá, vamos lá. _ Eu deveria ser louco de estar conversando com uma pedra, mas a verdade é que eu estava sentindo que ela queria me dizer alguma coisa. Então eu só decidir continuar correndo e seguir meus instintos.

E eu corri, havia mais de uns 40 minutos que eu estava correndo rápido e sem parar. Eu já estava exausto. Então eu parei de correr e comecei a andar. Eu não tinha ideia de quanto longe estava da fazenda. Mas já estava exausto. Olhei para os lados, a estrada tinha duas entradas, uma larga e uma mais estreita que tinha um galho seco queimado caído no meio dela. Eu sei que deveria continuar pelo caminho que estava mais era como se algo dissesse pra eu entrar pular aquela árvore e continuar por aquele caminho. Então foi o que fiz. Pulei a árvore e continuei pelo caminho bem estreito, cheio de pedras no chão e flores de todos os tamanhos e cores diferentes, tinha tantas que mesmo com a escuridão, era notável. Ouvi barulho de água caindo. Eu estava perto de um lago ou uma cachoeira, cada passo que dava o barulho ficava mais alto. A estrada acabou, tinha uma enorme parede de arbustos na minha frente e não tinha lugar pra onde ir, a não ser voltar para trás. Encarei os arbustos, respirei fundo e cavuquei o meio das folhas, até conseguir passar. E a paisagem do outro lado fez valer meu cansaço. Tinha uma pequena cachoeira, cheia de pedras e flores, a água era tão transparente que mesmo com a noite dava para ver até os pequenos peixes. Me sentei de frente a cachoeira em cima de uma pedra gelada. E fiquei observando a água cair enquanto meu corpo relaxava instantaneamente.

Escutei barulho de passos se aproximando, fiquei quieto. Poderia ser um animal e se eu corresse ou tentasse me esconder poderia ficar pior. Mas era Charlotte. Ela estava incrivelmente sexy vestida apenas com um biquíni preto, ela estava longe o suficiente para não me ver. Ela passou a mão no cabelo e prendeu em um coque. Ela desceu as pedras com cuidado como se ela já conhecesse aquele lugar a anos e entrou.

Ela se encostou nas pedras e fechou os olhos por alguns, já estava amanhecendo, o sol começava a aparecer, mas ainda sim estava quase tudo escuro. Levantei devagar para não fazer barulho mas foi meio que inútil ela abriu os olhos e olhou em minha direção eu parei de andar e ela ficou me encarando.

— Quanto tempo está aqui? _ Ela subiu umas duas pedras e foi saindo da água me encarando.

— A... _ Ela estava muito bonita daquele jeito. _ Um pouco antes de você.

— O que está fazendo aqui? Ninguém vem aqui. _ Desci a pedra que eu estava, e caminhei até me aproximar dela.

— Eu só estava correndo e vim para aqui. _ Ela pegou uma toalha dentro da bolsa e se enxugou.

Entre o Céu e o InfernoOnde histórias criam vida. Descubra agora