Capítulo 29 - Adeus a um amigo (Charlie Seth Clair)

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Acordei com um barulho alto no corredor. Abri a porta e tinha alguns policiais saindo do quarto de visita onde Emília estava ficando. Eles foram mais rápido do que imaginei.

Voltei pro quarto, eu sentia uma necessidade de tirar essa dor do meu peito, a dor da perca, perdi meus pais e pelo bem do meu irmão eu superei, tentei seguir minha vida, mas agora havia perdido Tyler que sempre, desde criança estava grudado comigo. Eu havia perdido pessoas realmente importantes para minha vida e isso ia me matar. Me olhei no espelho. A cueca rasgada, o corpo cheio de cicatrizes que ainda não haviam desaparecido, o cabelo bagunçado, as olheiras. Parecia que eu havia acabado de sair de uma guerra, e eu não ia discordar com isso, depois de tudo que houve ontem.

— Doutor Charlie? _ Melissa deu duas batidinhas do lado de fora da porta.

— Entre. _ Ela abriu a porta e me encarou de cima a baixo. Eu estava apenas de cueca.

— A, desculpe. _ Peguei uma calça de moletom dentro do guarda-roupa e vesti o mais rápido.

— Senhor, os policias acabaram de sair daqui. _ Me sentei na cama de costas para Melissa. Ela estava parada ao lado da porta.

— Eu os vi. _ Respirei fundo.

— O Senhor está bem? Precisa de alguma coisa?

— Charlotte foi embora? _ Peguei meu celular em cima da mesa tinha várias ligações perdidas da mãe do Tyler.

— Eu não a vi. _ Ela disse rápido.

— Certo. _ Me levantei da cama encarando o celular, eu não sei se conseguiria falar com a mãe do Tyler agora, acho que nunca conseguiria falar com a mãe do Tyler novamente. Ela ia saber que fui eu que matei a garota. Não tinha outra explicação. Não tinha outra pessoa. Levantei meu rosto encarando Melissa e percebi que estava próximo de mais a ela. Ela deu dois passos para trás quando nossos olhares se cruzaram. Levantei uma sobrancelha encarando-a.

— Você viu tudo ontem. _ Falei baixo.

— Eu não vi nada. _ Ela se virou para sair e eu bati a mão na porta para ela se fechar antes que ela saísse. Ela se encostou na porta me encarando.

— Não me mate, eu não vou contar nada para ninguém. _ Uma lágrima escorreu dos seus olhos azuis.

— O que? Eu não vou te machucar. _ Ela respirava forte, ela estava apavorada e eu estava causando isso a ela.

Dei alguns passos para trás me afastando dele.

— Só quero conversar.

— Eu não sei o que vocês são, mas ontem você chegou aqui quase morto e agora tudo que tem são essas cicatrizes na barriga. _ Ela levou a mão no rosto e enxugou suas lágrimas.

— Eu e o meu irmão... Olha a última empregada que soube disso se demitiu. Eu acho melhor não te contar nada.

— Eu quero saber por favor.

— Somos especiais, é tudo que precisa saber. As gêmeas que estavam aqui ontem também são. Coisas estranhas acontecem nessa casa.

— Acho que não devo continuar trabalhando aqui. _ Ela cruzou os braços na frente do corpo, ela estava assustada, frágil.

— Eu acho que deve. _ Me sentei na cama, encarando ela.

— Me dê um motivo.

— Você é menor de idade, provavelmente deve precisar do dinheiro. Eu aumento seu salário.

— Eu estou correndo risco de vida aqui.

— Vou proteger você.

— Como protegeu seu amigo ontem? Qual era o nome dele? _ Ela olhou para os lados, ela sabia que esse comentário ia me chatear e mesmo assim ela ainda o fez.

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⏰ Última atualização: Jul 17, 2017 ⏰

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