Capítulo 27 - A morte de um amigo (Por Charlie)

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Entrei na sala e todos estavam lá. Catherine e Miguel sentados conversando, Emília no canto sentada perto do Tyler e Charlotte sentada mais a frente. Me acomodei em uma das cadeiras e assisti as aulas que se passaram voando.

Saí do colégio digitando mensagem para a nova empregada que iria começar a trabalhar em casa hoje. Olhei para frente, Tyler estava beijando Emília de baixo da árvore no meio do pátio.

— Droga. _ Pensei em ir lá, mas ele ia ficar com raiva de mim.

Fui até meu carro, entrei e acelerei. Miguel estava no carro dele, parei meu carro ao lado,

Você viu aquilo? _ apontei para a árvore no meio do pátio do colégio, Em
— Isso não é mais da minha conta, você vai sair com Charlotte?
— Sim e aquilo me preocupa, aquela garota é estranha Miguel._ Ele me encarou.
— Seu amigo é grande, ele sabe se virar. Agora tenho que ir._ Desencostei meu carro do dele. Acelerei e fui para casa.

Cheguei em casa, os peões estavam trabalhando perto da porteira, passei o carro devagar, Márcio me encarou e depois virou a cara.

Coloquei o carro na garagem e desci. Entrei dentro de casa. Tinha uma mulher agachada no chão esfregando com uma escova de lavar roupa. Entrei e bati a chave no balcão fazendo um barulho, ela se levantou de uma vez e se virou. Ela era bonita e muito jovem pra um serviço desse. Ela tinha o cabelo comprido ruivo amarrado em um rabo de galo, os olhos claros e o rosto cheio de sardas, estava vestindo um vestido rasgado e desbotado.

— Ahn... Oi Doutor. _ Ela esticou a mão desajeitada, olhou para a mão e viu que estava suja e a limpou no vestido.

— Você deve ser...

— Mel, Melissa _ Ela me interrompeu.

— Quantos anos você tem Melissa?

— Dezenove. _ ela disse rápido e olhou para os lados.

Cerrei os olhos a encarando, ela não tinha cara de ter dezenove anos.

— A agencia que te mandou?

— Sim, senhor.

— Meu nome é Charlie _ Deixei a chave em cima do balcão e encarei ela.

— O que está fazendo?

— O piso estava manchado, acho que é suco de uva.

— É sangue. _ Bati minha mão no balcão, atravessei ele e olhei pra cozinha que ainda estava bagunçada.

— Eu acabei de chegar, não tive tempo de fazer o almoço.

— Tudo bem, dê preferência a faxina hoje. Vou te dar um dinheiro pra ir ao supermercado e comprar o que precisa depois.

— Eu acabei de chegar na cidade e você mora em uma chácara.

— É, não tem carro?

— Não, ela entrou na cozinha e pegou um pano que estava no chão perto do meu pé.

— O meu irmão mora aqui também, o nome dele é Miguel. _ Sai da cozinha.

— Já o conheci. _ Ela sorriu _ Algo que eu deveria saber? _ Ela saiu da cozinha atrás de mim.

— Acontece coisas estranhas aqui, e eu espero que não se importe de nos ver pelados por aqui de vez enquanto.

— Tá bom _ Ela se virou e voltou a fazer o que ela estava fazendo.

Miguel desceu as escadas me encarando.

— Porque contratou essa garota pra trabalhar aqui? _ Ele cruzou os braços me encarando

Entre o Céu e o InfernoOnde histórias criam vida. Descubra agora