Capítulo 17 - Colégio (Charlie Seth Clair)

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Miguel parecia mais perdido do que eu. Havíamos discutido uns dias atrás porque ele queria usar a faca da Suzana para matar Catherine, mas era estupidez e suicídio, Suzana era forte e inteligente e se toda essa história que meus pais havia deixado na carta fosse verdade, Catherine o mataria em um piscar de olhos.

Eu estava tentando não pensar muito nisso, me entupi de coisas pra fazer na fazenda e decidi que hoje era dia de voltar pro mundo real, era hora de acabar com o luto.

Acordei cedo, me arrumei, coloquei uma calça jeans uma blusa de uniforme do colégio. Fui até o quarto do Miguel e "gentilmente" disse para ele levantar que era hora de ir pra realidade.

Desci as escadas depois de o convencer que era hora de voltar pro colégio. A empregada nova estava na cozinha meia perdida em tanta bagunça.

— Bom dia. _ Me aproximei dela.

— Bom dia doutor... _ Era uma mulher jovem de uns 32 ou 33 anos. Morena, magra, bonita, nem parecia estar aqui para arrumar casa.

— Charlie Seth Clair e você? _ Estendi a mão para ela e ela com um sorriso desajeitado no rosto me comprimentou.

— Bianca.

— Bianca... _ Miguel desceu as escadas correndo e pegou a chave do carro dele em cima da mesa da sala.

— Vou pra aula no meu carro. _ Voltei a encarar Bianca.

— Esse é Miguel, meu irmão. Ele anda meio estressado então vou te pedir que não ligue pros problemas dele. Seu quarto fica perto da cozinha. Faça como achar melhor porque nunca tivemos uma empregada dentro de casa. Minha mãe cuidava de tudo. E só Charlie por favor.

Me virei, peguei a mochila em cima do sofá e ia saindo.

— Charlie...

Me virei encarando Bianca.

— Eu não sei onde fica nada.

Levantei uma sobrancelha.

— Nem eu. Procura, se precisar de alguma coisa me manda mensagem que compro quando voltar do colégio. Meu número está na primeira folha da agenda.

— Obrigada. _ Ela disse gentilmente, me virei e sai.

Entrei no Jeep e dirigi para a escola. Cheguei o carro do Miguel já estava estacionado. Tinha medo do que ele fizesse ou falasse para Catherine. Mas me acalmei, meu irmão não era tão estúpido.

Entrei na escola, as pessoas estavam me encarando. Então eu coloquei um sorriso no rosto. Não quero que as pessoas me olhem com essa cara de pena.

— Charlie seu filho da puta. _ Olhei para trás era Tyler. Que se aproximou de mim.

— Tyler. _ Sorri e me encostei no meu armário encarando-o. Ele me abraçou e me de um tapinha nas costas.

— Charlie, eu sinto muito. Eu fiquei sabendo só uns dias depois. Estranhei você não me atender antes mas não achei que era tão sério. Eu não fui na sua casa porque você nem estava me atendendo...

— Tyler para. _ Coloquei a mão no bolso da calça jeans. _ Obrigado por não insistir, eu precisava de um tempo e você entendeu isso. É o melhor amigo que poderia ter. _ Ele sorriu sem jeito e me abraçou novamente.

Vi Briana se aproximando.

— A não. _ Falei baixo.

— Charlie eu sinto tanto. _ Ela chegou mais perto de mim e me abraçou, e eu não retribui.

— Briana, para. A gente não vai voltar, eu perdi os meus pais e não o juízo. Eu sinto muito. _ Dei um passo para o lado saindo de baixo dela e segui meu caminho para a sala sem nem olhar para trás. Tyler me acompanhou.

Entre o Céu e o InfernoOnde histórias criam vida. Descubra agora