Capítulo 24 - Um beijo (Por Miguel Seth Clair)

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— Eu vou sair daqui. _Emilia se levantou sem olhar para os lados e saiu de casa, me levantei e fui atrás dela, segurei em seu braço.

— Não é nada disso que você está pensando, deixa eu te explicar por favor. _Ela me encarava com ódio.
— Vai pro inferno Miguel, eu odiava a vida que eu tinha, mas aquilo era melhor que isso._Ela gritou e então soltei seu braço e ela saiu andando.
— Se é isso que você quer vai em frente, eu tentei ser bom para você. _Gritei e voltei para casa, Catherine estava sentada na escada comendo hambúrguer, eu ri baixo.
— Eu já volto Cath._Passei por ela e fui direto para o quarto de Charlie. /
Nos brigamos feio, Charlie havia se tornado um egoísta arrogante, o demônio deveria ter poupado meus pais e ter matado ele. Sai do quarto dele depois da briga apertando os punhos, entrei e bati a porta com força, Catherine pulou da cama se assustando.
— Calma aí amigão. _Eu me sentei no chão tampando meu rosto.
— Charlie deveria morrer e nascer 10 vezes e morrer mais uma e sofrer em todas elas. _Suspirei.
— Ele é sua família Miguel. _Ela bateu a mão do seu lado.
— Vem aqui. _Olhei para ela, levantei e joguei meu corpo ao seu lado.
— Uma família que eu não quero ter. _Ela me olhava nos olhos de uma forma estranha.
— O que foi? _Sorri involuntariamente.
— Só to feliz em estar aqui, com você._Então ela deitou a cabeça no meu peito e fechou os olhos.
— Sabia que você me amava. _Ri baixo e acariciei sua cabeça.
— Vai te foder Miguel._Ela apertou as unhas na minha barriga, eu a abracei com força e permaneci calado.
— Se eu te beijar eu morro? _Ergui o rosto para olhá-la.
— Morre sim Miguel. _Ela me olhou nos olhos.
— Vai me matar como? _Deslizei o polegar em seu lábio inferior.
— Uma morte bem humana. _Ela sorrio de lado e mordiscou a ponta do meu dedo sem força.
A empurrei para o lado e me deitei sobre ela sem soltar o peso.
— Vou morrer feliz. _Sussurrei e logo iniciei um beijo intenso, Catherine envolveu seus dedos em meu cabelo e o segurou com certa força, ela retribuía o beijo na mesma intensidade.
Apoiei o joelho entre suas pernas e deslizei a mão esquerda pela lateral do seu corpo, então ela envolveu a perna na minha cintura e me puxou para baixo fazendo meu corpo colar no seu. Mordisquei seu lábio e o puxei, ergui o rosto a olhei nos olhos rapidamente e logo o abaixei espalhando chupões leves pelo seu corpo. Ela apertava as unhas levemente em minha nuca.
— Miguel. _Ela ergueu meu rosto e me olhou nos olhos.
— O que foi? _Acariciei seu rosto.
— Não sei se estou pronta para isso. _Ela desviou o olhar e eu entendi o que ela estava dizendo.
— Tudo bem Cath, isso só vai acontecer quando você quiser. _Sorri para ela e beijei o alto da sua testa, voltei a me deitar do seu lado e ela deitou em meu peito.
— Sabia que seu irmão e minha irmã se encontraram na cachoeira? _Ela começou a fazer carinho em minha barriga.
— Eu não sabia, porque? _Aquilo fazia cócegas.
— Não sei, acho que eles se pegam as vezes._Eu a puxei forte contra o meu corpo.
— Eu tenho certeza, até falei para ele ir pro inferno com ela. _Ela puxou meu cobertor e nos tampou.
Já estava escurecendo, Catherine havia comido hambúrguer e eu não estava com a menor fome depois de tudo que aconteceu, permanecemos abraçados por horas conversando sobre o que éramos.
— Você sabe lutar Miguel? _Ela sussurrou sonolenta.
— Sei não Cath e você?_Deixei os braços em volta do seu corpo.
— Daria uma surra em você e no seu irmão com uma só mão. _Ela já estava cochilando.
— Se você quiser eu te ensino a lutar. _ela se aconchegou contra os meus braços e adormeceu, nem esperou ouvir minha resposta.
— Dorme bem minha Cath. _Sussurrei e fechei os olhos, o dia havia sido exaustivo então logo peguei no sono.
Acordei pela manhã, Catherine não estava mais lá, esfreguei meus olhos e olhei em volta a procurando.
— Catherine? _Falei alto esperando que ela estivesse no banheiro.
Passei a mão pela cama havia um bilhete.
Fui para casa, você estava lindo roncando então não consegui te acordar. Até mais tarde Miguel.
Hoje era obrigado a ir a aula, levantei tomei um banho rápido, vesti uma calça jeans, camiseta cinza e um tênis preto, peguei celular chave do carro e carteira e sai do quarto, passei pela cozinha Charlie estava lá.
— Bom dia. _Ele me encarou e eu passei direto.
Entrei no carro e dei partida saído da garagem e depois de casa. Parei o carro em frente ao colégio, desci e caminhei até a cantina, comprei alguns salgados e um suco, me sentei na mesa de sempre e comecei a comer, todos ainda me olhavam de um jeito estranho. Com pena ou medo, era difícil distinguir. Logo Charlie chegou, foi direto até os seus amigos, peguei um livro de história nacional e comecei a ler e continuei a comer.
— Você é um nerdão mesmo. _Catherine tomou o livro da minha mão e se abaixou r me deu um selinho rápido, se sentou na minha frente e peou um dos meus salgados.
— Bom dia Cath. _Falei com a boca cheia a observando, ela começou a rir.
— Bom dia Miguel. _Ela continuou comendo.
— Que horas você foi embora?_Puxei sua cadeira para mais perto da minha.
— Não sei direito, estava amanhecendo. _Ela deitou a cabeça em meu ombro.

Charlotte passou por nós sem olhar para os lados, parecia com raiva, depois Emília, ela nos fuzilou com os olhos e continuou seu caminho até a sala. Eu e Cath trocamos alguns beijos e conversamos um pouco e logo o sinal bateu, então fomos para aula.

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