Chuva de Rosas o Diário de um Toureiro - Livro 02 -

Capítulo 11

A mãe me surpreende com sua bondade...

Após nosso jantar, a mãe seguiu limpar a cozinha com minha irmã e a Sra. Liete. esposa do Supremo. Interessante ela sendo a esposa de um Supremo, ajudando a limpar a cozinha.

Eles eram bem simples e adoráveis...

[...]

Era 21 horas quando nos reunimos na nossa sala de visitas. Estávamos de pijamas e roupões, quando a mãe pediu que o supremo começasse a contar tudo. Anui sério, suspirou profundo buscando coragem e as melhores palavras para não magoar a mãe — Mãe Louise, o que irei relatar é forte, é sobre o Pietro. São coisas que a senhora jamais sonhou sobre a vida dele. Bom — Pausou pensativo — Ou nunca quis revelar aos seus filhos, entretanto, Lizandro descobriu um tanto da vida dele. Não lhe contou, provável por não saber como lhe revelar tais coisas.

— Arrepiei, pode contar seja o que for, filhote Supremo. Ele tem outra família em Madri, não é?

Nos entreolhamos sabendo até então, que não se tratava dele ter outra família até onde eu sabia. Juliem arfou nervoso sabendo que ele fora o homem do meu pai.

O Supremo olhou demoradamente no teto. Então, era hábito dele de olhar no teto se risse ou se estivesse nervoso, por que ele não riu desta vez — Mãe Louise, meu amor. Pietro não presta, não vale o que come, não honra o que tem entre as pernas.

Tivemos uma crise de risos e a mãe disse que, se era isso que o Supremo queria falar do pai, que isto ela sabia dele. O Supremo corrigiu — Antes fosse só isso, mãe Louise. Pietro foi investigado, matou, roubou, ludibriou, prevaricou, adulterou, enfim, Pietro irá ser julgado e condenado, conseguimos as provas necessárias, falta pouco agora.

Minha mãe estava em pânico e chorando — Eu tanto sofri para criar os meus filhos dentro da honestidade e serem pessoas do bem. Muito triste eles descobrirem que o pai vale menos do que já sabiam que ele não prestava, que vergonha disso santo Deus.

Eu, Cortês e Marita, nos sentamos ao lado da mãe e a abraçamos chorando junto dela. Ninguém melhor do que nós, sabíamos o quanto a nossa a mãe tinha sofrido para nos criar. O supremo deu-nos um tempo para pararmos de chorar abraçados nela.

Juliem discreto, chorava nos olhando. O supremo suspirou continuando — Mãe Louise, isso é o menor dos choques, em saber que o Pietro fez isso que mencionei anteriormente. Preciso fazer uma pergunta bem pessoal. A senhora tinha a atenção devida dele, na intimidade de um casal?

Ela riu envergonhada, negou num gesto de cabeça e um tempo depois respondeu — Provável Pietro tem outra mulher em Madri, por que eu o tive como marido na primeira semana do casamento. Por mais que foi um casamento arranjado por tradições, mais depois de uma semana de casados, tudo mudou entre nós dois, claro, mudou para pior. Tivemos relações em todos estes anos, só as vezes que formamos a nossa família, aliás, a minha família.

O Supremo estava indignado — Quer dizer que seus 23 anos de casada, serviu para fazer amor a cada filho que vocês dois tiveram?

— Sim, foi isso. Eu era feliz, pelos meus filhos que eu amo e dou a vida pelos três. Fui obrigada a me casar com ele sem amá-lo e ele também não me amava.

— Gente vou pensar seriamente em criar uma lei que proíba o arranjo de casamentos, que horror isso, meu Deus. Juliem, pode tomar a palavra, agora é com você.

Juliem estava nervoso, ele tremia:

— Mãe Louise, eu... eu, ai meu Deus...

A mãe levantou e sentou-se ao seu lado o acarinhando no braço — Pode contar querido, juro que vou tentar compreender os por quês de você estar tão nervoso e tremendo desse jeito.