Você não pode morrer Juliem, Deus, ajuda ele...
Eu havia adormecido depois de me esvair em um vale de lágrimas por descobrir que até gay meu pai era. Obviamente não era preconceito, afinal, eu era gay. Iago tinha me coberto com um cobertor felpudo me acarinhando e beijando meus cabelos. Ele sabia os motivos das minhas lamúrias. Cheguei a delirar febril, por nervos que passei ao descobrir coisas do pai.
Eu havia acordado, e a primeira coisa que me veio na mente, era imaginar o pai com outro homem, aquele que destruíra aos poucos a nossa família. Descobriria quem era o crápula do namorado do pai e faria justiça ao encontrá-lo, nem que fosse com as próprias mãos.
Arfei angustiado, suspiro rápido acompanhado de um suave gemido, expressando meu súbito susto em lembrar da presença do Juliem. Arfei impulsionando meu corpo sentando no colchão olhando em direção da cama dele. Estava estático na cama, cheguei perto olhando o peito do Juliem que mal podia vê-lo respirando.
Olhei o teto esfregando meu rosto aliviado em saber que ele ainda tentava reagir. Cobri-o melhor o admirando em cada detalhe do corpo perfeito. Eu haveria de ficar com o corpo igual do Juliem, bem definido. Eu não era o magricelo como na primeira tourada, habituei fazer exercícios diários junto do Iago e Thiago Juan.
Seu rosto pálido contrastando com os cabelos bem cortados, lisos, negros. Sua boca carmim, bem delineada, cílios longos e negros que realçava seu par de olhos fenomenais de um azul esplendoroso. Mesmo fechados, eu sabia a cor deles. Sua barba cerrada sombreada de azulado por sua brancura da cútis. Juliem deitado podia ver o quanto ele era de estatura alta.
Lembro durante a premiação na arena em Múrcia, que eu era pouco mais baixo do que ele quando me cumprimentou pela minha vitória. No entanto, eu tenho apenas 16 anos e ele, bem, mais velho do que eu. Suas mãos grandes e alvas estiradas ao longo do corpo deitado em recuperação. Senti-me tentado a tocar seus cabelos. Não o fiz em respeito ao Iago.
Juliem tinha um perfume natural que exalava de sua pele. Faltou coragem para acarinhar seus cabelos. Olhei cuidando a porta do quarto se ninguém me flagraria, cheirei seu braço. Por três minutos o cheirei de olhos fechados me deleitando naquele perfume. Era inebriante o cheiro natural da pele do Juliem.
Sentei no cadeirão ao lado da cama, me embalava na cadeira de balanço o olhando repousar, quando entrou no quarto um cão da raça Boder Collie que vivia na fazenda da família Gonzallez. Eu havia o visto pastoreando as ovelhas pelos campos da fazenda. Sorri para o cão o chamando em tom baixo — Oi garotão, vem cá, vem!
O acarinhei, era manso como cordeiro, feliz sentou ao meu lado olhando todo animado o Juliem. Era como se aquele cão o conhecesse por muitos anos. Levantou calmo olhando nele deitado, subiu colocando suas patas dianteiras na beira da cama. Incrivelmente ele queria me dizer algo. Olhava em Juliem e tornava me olhar com seu olhar embargado.
Iago entrou correndo arfando sua corrida. Correu os olhos no cão, sorriu a ele. Eu tornei a olhar no animal que parecia sorrir para o Iago. Era estranho por que o cão queria nos dizer alguma coisa, era o que parecia. Iago foi nele o acarinhando seus pelos sedosos — Oi fujona, você está aqui — O cão olhou-o e Iago sorriu engraçado — Eeei, quem é você rapazinho?
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Chuva de Rosas o Diário de um Toureiro - Livro 02 -
Romance...Plágio é crime, cuidado. Eu possuo os ISBN e o ISSN das minhas obras... No Livro 02 do Chuva de Rosas o Diário de um Toureiro, centenas de aventuras, amor, ódio, tristezas, lágrimas, descobertas inacreditáveis e reviravoltas que a vida dá na...