Capítulo 04

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Desespero

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Desespero...

Minha cabeça doía lembrando que por pouco eu não aceitei ser beijado pelo homem que era do meu pai. Quanto mais eu me encolhia como um feto na cama do Iago, tentando esmagar lembranças boas, outras ruins, ainda mais surgiam momentos entre eu e Juliem que vinham como uma bomba atômica sobre mim.

Iago entrou no quarto se deitando comigo, me abraçou por trás de mim pela cintura. Ele chorou como eu, em silêncio. Iago conhecia as mágoas da minha alma. Conhecia tão bem, que me deixou chorar lavando a alma ensanguentada pelas decepções. Por tanto chorar e não ter dormido na noite anterior, eu dormi pela manhã e a tarde toda sem ser incomodado por ninguém. Acordei ouvindo relincho dos cavalos, ovelhas balindo, latidos da cachorra do Iago que pastoreava as ovelhas. Os trabalhadores da fazenda Gonzallez, estavam recolhendo as ovelhas dos pastos, só podia ser. Sinal que deveria ser 18 horas ou mais.

Eu levantei zonzo, tomei um banho para me recompor dos nervos abalados. Iago deveria estar em algum lugar da casa ou cuidando do Juliem no quarto que ele dormia. Depois do banho e roupa trocada, fui no corredor e da porta do quarto do Juliem, espiei. Ele dormia ressonando, Iago não estava ali, fui procurá-lo. Andando no longo corredor da casa da fazenda da família do Iago, eu ouvi muitas conversas. Não sabia do que se tratava tantas conversas em polvorosa.

Parei os olhando sem compreender o que falavam uns aos outros, aparentando nervosismo numa agitação. Não me viram na porta da sala e perguntei — O que está havendo Iago? — Virou me olhando — Está acontecendo algo que perdi por que estava dormindo?

Iago correu onde eu estava — Lizandro, venha comigo, corre. Você precisa se esconder, corre e rápido, por favor, vem Liii.

Desvencilhei da mão do Iago que já estava me puxando a força para me esconder, eu o interrompi — Iago pare com isso, o que está acontecendo. Não vou a lugar nenhum.

Iago olhou ansioso — Sra. Cila, cuide da porta, se ele vir, me avise rápido — Ela anuiu —

Muito assustado eu perguntei para o Iago — Conta logo Go, o que está acontecendo?

— Seu pai Lizandro, está procurando pelo Juliem pela fazenda toda. Descobriu que nós socorremos ele e quer levá-lo a força para Madri e quer te pegar.

Eu estava desolado, destruído com minhas descobertas sobre a vida do pai, porém, o meu ódio e repulsa me cegavam me fazendo ser egoísta — E daí Go, deixe que leve o Juliem, são um casal e não importo mais comigo, desisto de viver. Iago, mais uma vez o pai me venceu.

Iago segurou meus ombros me despertando do meu rancor. Eu estava sendo egoísta e pensando só em mim e nas mágoas referente ao pai e ao Juliem. Iago me sacolejou pelos ombros, cochichou — Acorda da tua raiva, Li. Juliem não sabia que você era o filho do Pietro e que por sinal, ele mandou matar o Juliem e quer teu fim. Se teu pai descobre que você está aqui na nossa fazenda, vai piorar a situação do ódio dele por você e pelo Juliem. O que ele sabe, é apenas que alguém socorreu o Juliem e trouxeram para cá. Eu tentei argumentar que ele não tem o direito de invadir a propriedade alheia. Mais o teu pai está fora de si, busca por Juliem a qualquer preço. Li, não esquece que o teu pai manda no Juliem, por ser autoridade, seu pai está uniformizado, a trabalho então, manda no Juliem. Ele vai matar vocês dois, tenho receio disso.

Chuva de Rosas o Diário de um Toureiro - Livro 02 -Where stories live. Discover now