Capítulo 02

79 15 13
                                    

Isto não pode acontecer, não pode

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Isto não pode acontecer, não pode...

Aquele silêncio no olhar do Juliem me açoitava, ele me olhava de um jeito diferente, olhar pedinte, aquele olhar de peixe morto, como se me implorasse por carinho e amor num tipo de pedido de socorro. Iago elucidou após ouvirmos a poesia que Juliem tinha dado para mim, assinando, Salvador Secreto — O Li, ama essa poesia — Juliem olhou-me esboçando um suave sorriso — Ele ganhou uma idêntica a essa de quem socorreu no nosso sequestro.

Num ímpeto Juliem me fitou —Interessante — Resmungou Juliem —

Iago era esperto e nunca desistia facilmente do que desejava descobrir — Descreva a poesia Juliem, o que ela significa exatamente para a pessoa que recebe.

Juliem ruborizou ouvindo o pedido do Iago, pensou por instantes, sorriu numa gesticulação rápida e preocupada — E isso importa, Toureiro Iago?

— Parece que você entende de poesia, gostaria de saber detalhes. Letras de músicas contam os sentimentos e a poesia idem de um jeito a parte.

Juliem anuiu e silenciou encontrando as melhores palavras para esclarecer a poesia. Olhou-me fixo por um tempo, arfou ajeitando-se na cama, entrelaçou seus longos dedos sobre seu abdômen, olhou no teto — Essa poesia é de alguém que vive distante da pessoa que se quer tê-la por perto. É de alguém que escreveu num estado dolente da vida, da alma. Por certo vive um amor platônico, não deseja o sexo em si, por que o amor predomina. Esse estado dolente maltrata quem a escreveu. Parece de uma pessoa sofrida, usada e abusada por outra. Crê que algum dia irá viver tal amor, custe o que custar, acredita em almas gêmeas e num amor imensurável. É isso, que sinto nas palavras dessa poesia, toureiros — Silenciou —

Iago arfou suas desconfianças desde a tourada em Múrcia quando ele me falou que o Juliem havia se encantado por mim. Quebrei o silêncio — Lindo isso, Juliem!

Juliem sorriu — Sim muito. Preciso de um amor desses para mim na minha vida — Sorriu — O amor faz-nos manter-nos vivos. Vocês dois já amaram na jovem vida de ambos?

Iago riu — Pela primeira vez eu estou amando.

Juliem disse rindo — Quem é a sortuda, Iago?

Iago olhou-me rindo e se levantou:

— Isso não importa agora, Juliem.

Automático Juliem correu seus olhos em mim, ele parecia saber que eu e o Iago éramos namorados. Era visto que Juliem era homossexual e nós sabíamos que guardiões da guarda real podiam ser gays se desejasse, porém, nós Toureiros jamais, os por quês não sabíamos ainda.

Do nada sem perguntarmos algo, Juliem exibiu uma feição serena, de paz e tranquilidade. Arfou suave aparentando ter doces lembranças de alguma coisa. Ele relatou-as tranquilo nos fazendo inveja — Eu também amo alguém, por esse alguém, sou capaz de dar minha vida — Pausou suspirando — Infelizmente a vida nos prega peças e temos de arcar com erros que não se encontra solução para corrigi-los e arco com a distância do amor dessa pessoa. São as tristes consequências sofridas — Entristeceu —

Chuva de Rosas o Diário de um Toureiro - Livro 02 -Where stories live. Discover now