Capítulo 5 : Luisa

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" Eu abri meu coração, e você entrou aqui. Eu não pude dizer não, nem percebi."


_❤_

Eu não sabia oque estava acontecendo. Minha cabeça explodia, e mesmo com o analgésico que Vinicius me arranjou a dor não ia em bora.

Vinicius se levantou e foi até o caixa para pagar a conta. Aproveitei para abaixar novamente minha cabeça contra a mesa e fechar meus olhos.

- Luisa? Vamos?...

- Ah...sim...vamos!- disse me levantando sem muita pressa.

- Você não está bem, não é mesmo? Acho melhor me esperar aqui enquanto eu busco o carro.

- Não precisa eu....- Vinicius me interrompe.

- Você fica. Eu não demoro.- E foi em direção a saida do bar.

Voltei a me sentar na mesma mesa. Não resisti em debruçar sobre ela e esperar.
Fiquei ali, na mesma posição por alguns minutos, talvez uns quinze ou um pouco mais.

Vinicius logo apareceu.

Eu não queria mesmo ir para o morro, então decidi que ninguém iria me obrigar a ir.
Sei que seria muito dificil ficar sozinha em casa, seria doloroso não ter minha mãe para cuidar de mim, e meu pai para me dar seu beijo de bom dia e boa noite. Ele nunca esquecia. Era um beijo demorado, as vezes na bochecha, as vezes na testa. E eu sempre retribuía com um abraço. Pode soar "cliche" , mais para mim era único.
Não ter mais o cheiro de minha mãe passando por mim no corredor, ou a maciez dos seus cabelos se deitando em meu colo no sofá. A vida realmente estava me punindo. Porque eu não sei.

Mais estava.

Senti uma lagrima descer pelo meu rosto. Mais eu preferia ficar sozinha em casa a ter que ir pra um lugar que não conheço ninguém.
Antes só do que mal acompanhada.

- Me deixe em casa. Por favor. - Disse.

- E vai entrar como?

- Vou chamar o chaveiro.

- Não vou te deixar sozinha.

- Olha só, eu agradeço por tudo que fez por mim até agora. Agradeço por me salvar, agradeço por me levar ao velório, e também por ter pago meu almoço. Mais agora é comigo ta legal. E eu quero ir pra minha casa.- Disse encarando Vinicius.

Vinicius não soube oque dizer. Afinal eu estava certa. Ele abriu a boca para falar, mas me olhou e não disse nada. Eu estava certa.

Ele parou o carro em frente a minha casa, pegou o celular e fez uma ligação.

- "Eae Gê, preciso de um favor aqui."

Ele fez uma pausa e prosseguiu:

- "Ok, traz suas ferramentas. Eu te mando o endereço por mensagem, blz..falow ".

Ficamos em silêncio por um tempo. Mais não contive a curiosidade em perguntar.

- Por um acaso, "Gê" seria o chaveiro?

- Sim. Não que ele seja um chaveiro.. chaveiro, mais entende bem dessas coisas. Ele vai abrir pra você.

- Sei...

Garanto que esse tal de Gê sabia muito bem de arrombar as coisas. Mais abrir? Acho que não.

- Droga!- Vinicius exclamou derrepente.

- Oque foi?

- Seus remédios. Esqueci de comprar.

- Ah, não se preocupe com isso. Eu compro depois.

Inesquecível é VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora