Capítulo 12: Passado voltando

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Você chegou pontualmente 1hora depois, o que me fez pensar que você estava por perto.
- Boa tarde amor.- Nem deixou eu responder e já me beijou.
- Céus como você é apressado senhor Matheus.- falei entre um beijo e outro.
- Só estava com saudade do MEU namorado, dá licença senhor Oliver?
- Que grude todo é esse? To até com diabete só de ver isso.- minha amiga falou e já foi em direção a cozinha, eu revirei os olhos e você só sorriu.
- Estou com fome, quer comer alguma coisa Math?- Fui te levando para a cozinha.
- Amor não sei se você consultou o relógio hoje mas já é meio dia sabe?
- Putz, já está na hora do almoço.
Quando adentramos a cozinha Nat estava tomando um suco, minha mãe logo se materializou lá também.
- Bom dia meninos.
- Boa tarde dona minha mãe.- dei um risinho e ela fez careta.
- Boa tarde so...senhora.- você ficou sem graça mas ninguém percebeu exceto eu.
- Boa tarde tia.
Minha mãe olhou no relógio que tinha na cozinha e marcava meio dia e dez, pensou um pouco e pegou uma caderneta que tinha ali na mesa,escreveu algumas coisas.
- Oliver vai com seu amigo ali no mercado e compra essas coisas para sua querida mãe.
- Dez. - falei e você me olhou sem entender.
- Cinco. - dessa vez foi minha mãe que falou
- Dez.- falei de novo.
Nat revirou os olhos já acostumada com aquilo.
- Ihhh, já vai começar.....- ela saiu da cozinha rindo.
- Cinco.
- Dez.
- Cinco e ponto final.
- Dez ou eu não vou.
Você olhava mais perdido que tudo mas não falava nada.
- Cinco.
- Dez e não se fala mais nisso.
- Anda logo e aceita cinco meu filho.
- Não... se quiser que eu vá é dez.
- Pare de ser chato Oliver, aceita cinco só dessa vez...
- Continuo com dez.
- Cinco.
- Dez.
- Cinco.
- Dez.
- O mercado é perto filho.
- Quatro quadras mãe, só cinco é injusto.
- Dez que é injusto.
- Mãe aceita dez logo.
- Cinco.
- Dez.
- Cinco.
- Dez.
- Cinco.
- Já falei mãe.... dez ou eu não vou.
- Ok... você venceu.- ela solta um suspiro, me entrega um cartão e dez reais.
Você me olhou de boca aberta, meio incrédulo e eu sorri, minha mãe revirou os olhos e se sentou na cadeira.
- Vamos Matheus.
- Vamos sim.
Nat entrou na cozinha olhou para mim, depois para minha mãe e falou.
- Acabou cedo hoje em...quem ganhou?
- Oliver de novo.- minha mãe falou fazendo bico ainda chateada.
- Tia ele sempre ganha, não tem jeito.
- To indo. - falei te puchando pelo braço.
Quando já estávamos no portão você para de andar.
- Amor hoje é domingo.
- E?
- E não tem nada aberto justamente por isso.
- Esse mercado que eu vou abre aos domingos e não abre na segunda, justamente para pessoas como eu que as vezes precisam de comprar algo no domingo... vamos?
Você assentiu e continuamos andando.
- Amor?
- Oi?
- Ainda não falou para sua mãe sobre a gente?
- Não.... vou falar hoje depois do almoço.
- Amor?
- Fala.
- Sua mãe sabe que você é gay?
- Não... mas depois que eu falar sobre a gente consequentemente ela saberá disso.
- Amor?
- Hum?
- Posso pegar na sua mão?
- Não.
- Porquê?
- Por que se alguém da escola ver..... o apelido mais carinhoso que você vai receber é viadinho, e nem queira saber os outros.
- Eu não ligo.
- Vai por mim Matheus você ligará e eu também vou.
- Como você sabe amor?
- Só me escute Math.... se isso acontecer o preço a pagar será muito caro, não vale a pena arriscar.
- Ok amor, já entendi que você não quer.
Eu sabia que você ficaria zangado mas eu não passaria pelo que passei novamente,  você sabe do que estou falando já que Nat fez o favor de me forçar a lhe contar.
Compramos tudo que minha mãe iria precisar sem trocar uma palavra se quer, você não falava nada e eu não queria forçar nada.
A volta para casa também foi silenciosa, já estava ficando desconfortável.
- Math......
- Oli não precisa dizer nada ok? Eu só estou chateado mas estou bem, não quero brigar com você.
Quando chegamos em casa minha mãe já estava impaciente e nos perguntou qual era o motivo de tanta demora, eu só respondi com um " eu avisei que era longe".
- Oli me ajuda a escolher um filme para assistirmos por favor?
Nat entra na cozinha assustando minha mãe que estava preparando o almoço.
- Não to afim.
Falei com os olhos fixos no celular e sem olhar para ela momento algum.
- Que bicho mordeu você e o Matheus enquanto iam no mercado em?
- Nenhum......
Terminei de falar e sai da cozinha em direção ao meu quarto, eu sabia que ela viria atrás de mim mas nem  liguei, quando passei pela sala você estava sentado no sofá digitando algo no celular, me olhou mas não esboçou nenhuma reação e para ser sincero eu queria  ir até você e conversar  mas não iria dar o braço a torcer então sem falar nada me virei e comecei a subir a escada, Nat me seguiu e quando  entramos no quarto ela fechou a porta, me olhou com cara de "me conta tudo" e se sentou na minha cama, me joguei ao lado dela e comecei a contar tudo que aconteceu.
- Ainda não esqueceu aquilo né Oli.
- Nunca vou..... eu só.. só não quero que aconteça novamente.
- Já tem quase dois anos  que saiu de lá Oli, agora está mais velho, tenho certeza que vai lidar melhor com uma situação dessa e o Matheus pode ser mais paciente quando quer.....eu acho.
- O Math pode se controlar mas e eu? não sei como vou reagir se acontecer algo parecido, posso surtar de novo e ir parar naquele lugar de novo Nat.
Eu só tinha medo, como todo mundo tinham seus medos eu também tinha os meus e um deles era ir parar em um reformatório novamente.
- Acho que deve pensar mais sobre isso Oli, eu tenho certeza que não irá acontecer aquilo de novo, e agora você está mais calmo que naquela época e sabe lidar melhor com as coisas.
Eu não queria que desse tudo errado logo quando estava terminando o ensino médio e se o pessoal da escola ficasse sabendo com toda certeza ia dar merda de novo.
Nat saiu do quarto e uns dez minutos depois alguém bateu na porta, só virei meu rosto para a parede e não respondi, então escuto a porta sendo aberta.
- Nat falou que você queria me contar algo importante.
Você falou já entrando, fechou a porta e se escorou na mesma.
- É mentira.
Falei me virando e te encarando.
- Ela me avisou que você falaria isso também.
- Math eu só não quero conversar sobre isso agora ok?
- Oli eu sou seu namorado, não tenha medo de falar as coisas para mim, quero ser seu parceiro, quero poder te acalmar quando estiver estressado e te fazer sorrir quando estiver triste mas para isso acontecer você tem que confiar alguns segredos a mim.
- Senta aqui Matheus.
Falei apontando para a cama e me sentando também, dei um longo suspiro pois sabia que seria muito difícil para mim te contar aquela história que eu tanto odiava.

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Hi pessoas.
Bem com devem saber eu tinha dito que iria postar no fim de semana pois estou sem net então aqui está mais um cap e pra compensar o tempo que passei sem postar esse foi maior que os outros.
Obrigado por estar lendo e vote por favor, o voto de cada um significa muito pata mim.
Bjinhosssss da Andy e até o próximo fim de semana.😍😘😚😘😻💙💚

Você é um garoto mal (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora