CAPITULO CINCO

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Deslizo cada braço para dentro das mangas da camisa social branca

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Deslizo cada braço para dentro das mangas da camisa social branca. Sem pressa, abotoou os botões da camisa não deixando nenhum aberto, nem mesmo do colarinho. Apanho a gravata preta de cima da cama, ponho-a no pescoço e começo a fazer o nó antes de ajeitar a gola da camisa. Respiro fundo e olho para o meu Rolex dando conta de que faltavam cinco minutos para voltar ao trabalho já com um bom banho tomado, com roupa lavada e principalmente seca.

Pego no blazer das costas da cadeira e num movimento ágil o visto. Penteio o cabelo para trás com os dedos e saio do quarto fechando a porta as chaves. Paro na frente do elevador e carrego no pequeno botão cinzento para chamá-lo. Ele demorou algum tempo até chegar ao segundo andar, mas quando as portas do elevador se começaram a abrir-se lentamente, pude por fim entender do porquê da demora do elevador.

Lá estava Ela, no centro do elevador a brincar com os dedos.

Encho o peito de ar e o solto numa maldição silenciosa conseguindo chamar atenção dos seus olhos esverdeados, que simplesmente são um encanto e lhe dão outra beleza ao seu rosto pálido e redondo. Eva pára de brincar com os dedos e os põem ao lado do seu corpo. Avanço silenciosamente para dentro do cubículo que pareceu ser pequeno para a minha protegida, sendo que esta começa-se a afastar-se aos poucos do centro do elevador para refugiar-se num canto.

Ela olha-me de lado torcendo um pouco os seus lábios delicados e rosados. Naquela cabecinha oca deve passar mil e uma razões para tentar dirigir-se a mim de uma outra maneira nunca feita, para conseguir manipular a minha mente. Posso não cheirar os seus sentimentos, mas vejo o que quer neste momento. O problema é não saber como avançar contra a montanha cheia de explosivos; eu.

Limpo a garganta voltando o corpo para a frente das portas do elevador deixando-a sozinha no seu mundinho. Ela continua a encarar-me. Sinto os seus olhos contra o meu braço e a metade do meu rosto, mas ignoro.

Levo a mão ao painel de controlo e carrego novamente num um, mesmo que ela já o tenha feito. As portas fecham-se e o elevador começa a mover-se. Guardo as mãos dentro dos bolsos da frente das calças e ali fico, a encarar as portas cinzentas que parecem ser mais interessantes do que a rapariga que ali se encontra.

Ela não imite nem uma palavra e eu muito menos. Espero sinceramente que assim continue até que a nossa segunda viagem termine sem que consiga voltar ao seu conto fantástico de suborno.

Nem um minuto se passou, quando a ouço a limpar a garganta para começar a falar.

Solto um suspiro profundo.

Aqui vamos nós.

— Julgava que os funcionários não pudessem usar o elevador. — Comenta calmamente.

Não respondo.

— Ou o senhor Dominick não é considerado como um funcionário?

Novamente deixo-a sem resposta. Limito-me a deitar um olhar na sua direção encontrando a brincar nervosamente com os seus dedos. Ela parece um retrato de uma criança de cinco anos, quando esta ouve atentamente o ralhete que os seus pais estão a dar enquanto brinca com os seus dedos tentando abstrair do que está ao seu redor. E não uma jovem mulher no fim da adolescência, que já não deveria ter tiques irritantes como este.

PERIGOSAMENTE TENTADOROnde histórias criam vida. Descubra agora