Cap. Trinta e Três | Parte dois

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18:23 DA TARDE

É normal continuar a sentir raiva de uma pessoa, mesmo depois de ter utilizado todas as forças para a descarregar no treino, que durou mais do que uma hora? Devia ter posto Dominick no centro para receber todos os golpes e não a minha irmã, mesmo assim, Serena teve muito bem, defendeu todos os golpes e os retribui-os da mesma maneira que fiz, até chegou a rasgar um pouco de pele do meu braço deixando um corte fino e do tamanho de um dedo. Não senti dor no momento que o fez, estava tão consumida de raiva que deixei de sentir o quer que fosse. Agora estava a arder para caraças

Cansada, arrasto os pés pelo chão do corredor, acompanhando Serena que se mostrava cansada e com a mesma vontade que eu em ir tomar banho.

— De certeza que não queres que desinfete a ferida. — Pergunta mais uma vez, depois de ter mos parado na frente da porta do meu quarto.

— Absoluta. Isto não é nada e nem se quer me dói. — Tento ser ao máximo sincera, para que não fique preocupada mais do que se encontra.

—Desculpa-me. — Desculpa-se mais uma vez. Já perdi a conta de quantas vezes o fez, ela ficou mesmo preocupada comigo e chateada consigo mesma pelo que fez.

— Não há problema, é normal acontecer acidentes assim, e eu não estava focada no meu trabalho. A culpa foi minha e não tua. — Digo-lhe a verdade, pousando as mãos nos seus ombros— Vai descansar, toma um banho e depois vem ter comigo para irmos ver um filme, pode ser?

— Sim chata. — Beija a minha bochecha.

Despeço-me também com um beijo na sua bochecha. Antes de entrar no quarto a vejo primeiro a entrar no seu. Entro e fecho a porta do meu, deixo cair a mala no chão e sigo para dentro da casa de banho.

Dispo a roupa ensopada de suor deixando somente a lingerie no meu corpo. Ponho a roupa para lavar. Ligo a torneira do chuveiro e deixo que ela escorra lentamente enquanto tempero a água ao meu gosto. Estando pronta, retiro a lingerie, os elásticos do meu cabelo e entro de baixo da água.

Fecho os olhos, inclino a cabeça para trás e deixo que a água morna caia sobre o meu corpo nu. De repente começo a ouvir passos a vir dentro do quarto misturando-se com o som da água a escorrer. Algo dentro de mim alertou-me para que abrisse os olhos e olhasse sorrateiramente para a porta da casa de banho.

E o que vi fez com que paralisasse e prende-se a respiração.

Uma figura imensa com um porte físico bastante musculado encontrava-se com o ombro encostado na ombreira da porta. As suas mãos estavam escondidas dentro do bolso das calças e o seu olhar passeava lentamente pelo meu corpo.

Um sorriso lento e provocador encheu aos poucos os seus lábios rosados. O seu olhar fulminante saiu do meu corpo para se encontrar com os meus olhos através do vidro do chuveiro. Não houve palavras que enchessem o espaço vazio que somente se ouvia a água a escorrer, mas ouve expressões faciais que diziam mais do que uma simples palavra.

E esse expressões fizera-me relembrar de que além de estar ferrada, me encontrava nua diante de si. Engulo em seco, enquanto tomo a iniciativa de me tapar com as mãos, já que Dominick não iria tomar a iniciativa de sair.

— N- Nã-o de-de-vi-as...— Engulo em seco e respiro fundo para formular a resposta, sem gaguejar—Não devias estar aqui.

Dominick alarga mais o sorriso e avança para dentro da casa de banho retirando o casaco, o pondo no lavatório. Dobra as mangas da camisa branca, até aos cotovelos enquanto dá passos pequeno, mas firmes na minha direção.

— Não devia, mas estou. — Abre uma das portas de correr vidro do banheiro. Desliga o chuveiro. —Como tu, não deverias ter-me provocado daquela maneira e o fizeste.

Não tenho tempo de reagir quando este entra no chuveiro, pára na minha frente e apanha as minhas mãos, levando-as para trás das minhas costas. Fico nua na sua frente. Num movimento rápido e ágil, leva-me até a parede e encosta-me nela. Os seus olhos fixam-se nos meus por milésimos segundos, até ao momento em que a sua boca invada à minha quando iria respirar fundo para pedir-lhe que me largasse, mas não ouve tempo, a sua boca não conseguiu ficar afastada da minha.

Dominick castiga-me com a sua boca dando beijo bruto e com adrenalina enlouquecedora. Solto gemidos contra os seus lábios que rapidamente afastam-se dos meus tal como as suas mãos libertam as minhas deixando atónica.

Toma banho. Diz baixo e calmo de mais, sem olhar nos meus olhos. Afasta-se de mim, liga o chuveiro e fecha as portas de correr do banheiro.

Não me mexo. Olho perplexa atrás das portas de vidro para ele. Este começa a procura de algo nos móveis brancos da casa de banho. Os vidros começam a ficar embaciados impossibilitando de o ver a movimentasse no espaço, porque eu também não me dei ao trabalho de limpar o vidro e muito menos me dei ao trabalho de perguntar o que estava a fazer.

Viro-me para a parede e olho para a mesma enquanto sinto a água morna a cair no meu corpo em chamas e ouço a porta a fechar-se. Levo as mãos aos lábios dormentes, ainda sou capaz de sentir a sua boca contra a minha.

Bruto.

Acabo de tomar banho em silencio. Saio do chuveiro enrolada numa toalha e encaminho-me para o quarto. Paro na entrada ao encontrar Dominick a minha espera, sentado na cama e com a caixa de primeiro socorro ao seu lado.

Engulo em seco.

Já devias ter ido embora.

Ele solta um pequeno riso sem humor. Sem me olhar, abre a caixa e retira um pouco de algodão o embebendo em água oxigenada.

—Para o teu bem, não me voltes a provocar. — Diz, levantando da cama e vindo até a mim com os olhos fixos nos meus. Puxa o meu braço para si e carrega com o algodão na ferida. Controlo o gemido, não vou me mostrar de franca na sua frente.

Porra está me arder, arder, arder, arder, arder, arder...

Trinco os dentes.

—Não gostei de tanta coisa que vi hoje Eva. Nem vou ditá-las, para além de não ter tempo, a raiva que há dentro de mim está a estalar e se isso acontecer neste momento nem sei o que te faço.

— Também não gostei de ser ignorada uma semana inteira. —Rosno, tentando puxar o braço para mim. Dominick o mantém no mesmo lugar e começo, desta vez, a limpar a ferida lentamente e com cuidado. Trinco os dentes, para controlar de novo o gemido. —E eu nunca vou parar de te provocar.

— Não brinques com o fogo Eva. Ele é perigoso e te podes queimar. — Separa-se de mim para pegar na caixa de primeiro socorro e indo para dentro da casa de banho. Quando volta, veste o casaco que estava na cama e olha para mim. — Não tens nada para me dizer?

Um sorriso sínico nasce nos meus lábios.

— Quanto porcento está a tua raiva?

Ergue uma das suas sobrancelhas grossas.

— Porquê? — Pergunta sério e desconfiando.

Encolho os ombros.

— Nada.

Dominick olha-me mais uma vez antes de sair do meu quarto.

É, ainda não teve tempo para ler o meu bilhete.


PERIGOSAMENTE TENTADOROnde histórias criam vida. Descubra agora