Pior das piores notícias

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Com o tempo, o estado de saúde da minha madrinha veio piorando, até que foram ao médico, e ele disse para o marido da minha madrinha, o Celso, que ela tinha pouco tempo de vida.

Porque o câncer dela já tinha ido e voltado inúmeras vezes, e dessa fez era fatal.

E então novamente começou o aperto no coração, a aflição.

E como falar para uma pessoa que ela vai morrer? Não tem como, não há uma maneira de dizer para alguém que ela vai/está morrendo.

E então em um dia juntou Celso, o filho e as duas filhas e a minha madrinha, iriam dar a notícia para ela, mas o medo da reação dela afetava muito eles.

Sentados no sofá, eles deram a notícia a ela, a reação dela foi quase como se ela já soubesse que isso aconteceria, mas é claro que ela chorou, e muito.

O sentimento de deixar aquelas pessoas queridas para trás falava mais forte, e ela tinha medo, embora ela sempre fosse forte, mas sempre temos um momento de fraqueza.

Quando essa notícia chegou até mim, eu me desesperei, parecia que estava vivendo um pesadelo, que a todo momento surgia uma notícia ruim, atrás de outra.

Cheguei a pensar em desistir, pois eu sentia muito a dor da minha madrinha, era como se o que tivesse acontecendo com ela, eu também sentisse.

Acho que algumas pessoas são assim, quando gostam muito de alguém, são capazes de sentir até mesmo a dor que a outra sente.

Não é como dizem " Eu entendo ", essas pessoas são as que menos sentem, só realmente entendem quando acontece com elas ou com alguém que é muito importante para elas, eu realmente sentia a dor dela, sei que a dor dela era tamanha pois ela não queria fazer os outros sofrerem e guardava tudo o que sentia para si.

Nesse período fiquei muito fragilizada, qualquer coisinha era motivo para chorar e correr para me automutilar, a dor que sentia era imensa, nunca tinha sentido aquela dor, por isso ficava meio sem saber como reagir.

Minha madrinha ficou muito debilitada, iria fazer um tratamento em BH, o marido dela tinha até comprado um apartamento lá, mas não foi nem se quer utilizado.

Conversava muito com minha madrinha em redes sociais, já que minha ida lá foi ficando cada vez mais rara, porque não queria ver ela tão fragilizada, iria sofrer mais.

Adorava o carinho do qual se dirigia a mim, era muito carinhosa, me tratava como filha dela, sempre em épocas festivas me dava algo etc... Mas não, não gostava dela porque ela me dava coisas, e sim pelo jeito que me tratava, o afeto que tinha comigo, aquilo sim eu amava há e como amava, pena que acabou.

Sempre que precisei ela estava lá, pronta para me escutar, por mais bobo que fosse o problema, ela sempre me escutava e me ajudava a chegar a alguma conclusão.

Ela me ajudou a superar muitas coisas em minha vida, coisas que ela levou para junto do túmulo com ela, e sou eternamente grata a ela.

Espero que estejam gostando, deixe a opinião de vocês aí, e não se esqueçam de votar.

Até o próximo capítulos queridos (as)

Como eu venci a automutilaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora