Dias após o enterro

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Desde o enterro da minha madrinha eu não queria comer, nem fazer nada, apenas ficava ali, desolada, não queria ninguém perto de mim, queria apenas que ela voltasse, coisa que sabemos que é impossível.

Chorei tanto, meus olhos ficaram roxos de tanto chorar, fui dormir chorando, o meu mundo estava devastado, pois a única pessoa que me amava e que eu tanto confiava, tinha ido brilhar junto de Deus.

Foi extremamente difícil voltar as minhas atividades diárias, de um jeito ou de outro tinha que voltar, tentava me mostrar forte, até conseguia as vezes, mas quando estava sozinha eu desmoronava, porque a falta que ela me fazia era imensa.

Meses se passaram, a dor amenizou, um pouco, mas, quando chega o dia 22 sempre me desmorono.

Recentemente, mas exatamente no dia 22 de novembro, fez 1 ano que ela se foi, e nesse maldito 22 era como se estivesse vivenciando aquele 22/11/2016 novamente, a dor era intensa.

Lembro que tive que ir para a escola nesse dia, e eu estava mau, muito mau mesmo.

Era como se eu estivesse revivendo novamente aquele maldito dia.

O tempo estava chuvoso, e a todo o momento me vinha na mente a minha madrinha, o funeral...

E eu sempre chorava, sabia que aquilo me abalaria, mas não tanto assim.

Cheguei na escola, teve aula normalmente, mas, os meus olhos estavam marejados de lágrimas, e minha mente muito distante dali.

Ninguém e nenhum professor conseguiu perceber, só uma, pois como sento na frente ela sempre ia falar perto das filas perto da minha...

Mas ela não comentou nada também, só no WhatsApp que ela conversou comigo sobre o ocorrido.

Eu não queria que às pessoas tivessem conseguido perceber, não queria me mostrar frágil mais uma vez diante deles.

Mas eu não consegui, bom, para uma única pessoa não.

E o dia todo ficou naquilo, aquela nuvem negra em cima da minha cabeça, ficou ali, me acompanhando...

Ah, como foi doloroso, naquele dia eu não consegui sorrir, nem se quer sentir prazer em nada do que fizesse.

Pessoas, venho pedir perdão, não posto tem muito tempo.
E estou pensando em encerrar este livro e fazer um como continuação, claro, não tendo como prioridade minha madrinha, mas, contando o que aconteceu depois disso...
Até mesmo acontecimentos atuais, estou com isso em mente.
Obrigada, e boa leitura para todos vocês.
E perdão se tiver algum erro ortográfico.

Como eu venci a automutilaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora