Em um dia nada bom para mim, resolvo dar uma volta na rua para esfriar a cabeça, já que estava com muitas coisas pesando no meu subconsciente.
Cheguei na rua, fiquei conversando com uma colega minha, até que uma outra suposta "colega" chegou também, passou mais um tempo o rapaz que eu gostava a chamou, e ela entrou para a casa dele.
Pode até parecer bobeira o que estou dizendo, mas os minutos que ela passou lá dentro foram angustiantes para mim, foram os piores.
Porque acredito eu que não há nada pior do que você ver uma "amiga" sua dando confiança além da conta para uma pessoa que você gosta.
E eu comecei a me desesperar, imaginando coisas e mais coisas que poderiam estar acontecendo lá dentro, até que quando ela saiu, logo atrás saiu ele, ela veio com um sorriso cínico para o meu lado, e eu já havia piorado mais do que já estava.
Ela se sentou junto a mim, o rapaz que eu gostava foi embora, e então ficamos em silêncio, até o momento em que ela virou e falou:
Ludmila: Você não está achando que aconteceu algo não né?
Thaís: Não disse nada.
Ludmila: Mas você está estranha.
Thaís: Não.
Ludmila: Pode ficar tranquila, eu sei que você gosta dele e ele não me atrai, não aconteceu nadam
Thaís: Eu sei.
Então me levantei e retornei para minha casa, cheguei, tranquei a porta e chorei, por mais que ela disseste que não aconteceu nada, o aperto que eu sentia em meu coração dizia o contrário.
Já estava com vontade de me cortar, e esse foi apenas mais um impulso para eu cometer essa atrocidades.
E então procurei por todo o lado a minha lâmina, que até o momento não era minha, era apenas uma lâmina qualquer.
Quando achei, sem pensar duas vezes corri para o banheiro, tranquei a porta e ali fiquei, estava de cabeça quente, estava com raiva, e então comecei a passar a lâmina em meu pulso, no começo senti um leve arder, mas em seguida comecei a pensar em tudo que estava dando errado em minha vida e me cortei mais e mais, não sentia nem arder mais.
Me senti aliviada quando acabei, senti uma paz interior tamanha, ver o meu sangue escorrendo me trouxe paz, pois consegui aliviar a dor que estava sentindo.
Quando fui limpar o sangue dos meus pulsos, senti novamente uma dor, pois água gelada com feridas abertas dói muito, mas não liguei.
E então sai do banheiro, e voltei a agir naturalmente como se nada tivesse acontecido, pois a dor interior já tinha passado, eu estava feliz, pois consegui uma "solução" para os meus problemas, uma solução para aliviar a minha dor.
E aquilo de certa forma para mim era bom, pois quando estamos mal, com problemas ou dor o que queremos é que aquilo acabe o mais rápido possível.
Quando chegou a hora do banho meu pulso ardeu, pois era água quente, mas me aliviava também, e então sai do banho e resolvi colocar uma blusa de frio, porque de certa forma queria evitar julgamentos, perguntas.
E resolveu, pois ninguém nem se quer veio me perguntar porque estava de blusa, já que não estava fazendo frio.
Oi pessoas, espero que estejam gostando, da minha história, estou adorando escrever sobre como eu passei por essa fase, que é uma fase conturbada, espero que ao terminar este livro, que sirva de exemplo para as pessoas que se auto-mutilam e para as que pensam em começar a fazer isso, porque não é brincadeira, é algo que marca a nossa vida até o fim. Espero que estejam gostando, não esqueçam de votar e comentar a opinião de vocês.
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Como eu venci a automutilação
Kurgu OlmayanVou falar sobre a minha luta contra a automutilação, o que me fez começar a me cortar, o que me fez continuar, o que me fez parar, e como as pessoas reagiram ao saber que me cortava...