Oi gente. Esse capítulo eu resolvi escrever em especial aos 09 meses que está completando hoje que minha madrinha se foi. Quero compartilhar com vocês como é enfrentar todos os dias 22 de todos os meses para mim.
Sempre que chega esse maldito dia 22 eu começo a ficar triste, ressentida e tudo mais.
Me bate saudade, me bate tristeza e aquelas memórias daquele maldito 22/11/2016.
Não gosto quando é dia 22, eu odeio essa data. Me traz muito sofrimento, me lembro dela ali, deitada no caixão, sem poder dialogar comigo, sem poder me dar um abraço.
Algo que necessitava muito, os abraços dela eram os melhores que recebia.
Quando chega dia 22, lembro-me de tudo, desde quando aquele dia começou..
Mas vou contar esse dia para vocês desde quando fui para a escola...
"Naquela manhã de terça-feira eu estava muito mal, muito abalada, pois no dia anterior 21 eu tinha ido ao hospital para visitar a minha madrinha, e ali ela me fez prometer que eu iria parar de me automutilar."
Ali ficamos um bom tempo conversando sobre como estava minha vida, o que eu estava sentido.
Ela sempre se preocupou com meus sentimentos, e eu gostava disso, pois ninguém se importava para o que eu sentia.
Mas ela não, ela era diferente, sempre se importou comigo, até mais do que minha própria mãe.
Fiquei o máximo que pude ao seu lado, e na hora de ir embora ela segurou em minhas mãos e disse: "Nada temas, seja forte, Deus estará contigo diante de todas as tempestades".
E ali eu fui embora, mas não parava de pensar em minha madrinha ali no hospital, não gostava de vê-la naqueles locais.
Queria ela perto de mim, como sempre foi desde que me entendo por gente.
É ótimo você ter uma pessoa que se importa com você de verdade. Que você vê que não é fingimento nem nada, é um sentimento sincero, verdadeiro.
Quando foi no dia seguinte, na terça-feira dia 22, me levantei, arrumei e fui para a escola, mas estava com um aperto no coração, estava presentindo que algo estava para acontecer.
Chegou no horário da educação física, eu não fiz, então o professor veio até mim e começou a falar:
Professor: Porque você não vai fazer?
Thaís: Não estou bem.
Professor: Está acontecendo alguma coisa?
Thaís: Sim, está.
Professor: Quer falar?
Thaís: Não.
Professor: Tem certeza?
Thaís: Logo comecei a chorar. É a patroa de minha mãe, ela está doente.
Professor: Mas o que que tem?
Thaís: Que eu a tenho como minha madrinha, ela é uma pessoa muito importante para mim.
Professor: Mas ela gostaria de te ver assim? Desistindo de tudo?
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Como eu venci a automutilação
Literatura faktuVou falar sobre a minha luta contra a automutilação, o que me fez começar a me cortar, o que me fez continuar, o que me fez parar, e como as pessoas reagiram ao saber que me cortava...