Capitulo 2

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Olhei para o relógio que fica em cima de uma mesinha ao lado da cama e observei que nele indicava 07:15 da manhã.

-Odeio acordar cedo. -Resmunguei enquanto procurava em mim alguma coragem para levantar.

Visto rapidamente um jeans já gasta escura e um suéter azul, dou uma arrumada no cabelo prendendo apenas com um coque simples e vou para a primeira aula. Entrei e me sentei em um lugar qualquer e desocupado.

-Pyetra, certo? -Uma garota sentada em uma cadeira do meu lado pergunta, me olhando como se quisesse me analisar por inteira.

-Sim, posso ajudar você em algo? -Respondo desconfiada.

-Não. Apenas te vi ontem e fiquei curiosa. Aliás meu nome é Keel. -Ela respondeu devolvendo um sorriso amarelado.

Ela parece ser gentil, seus cabelos um ruivo queimado, olhos pretos, pele bronzeada o que me deixa surpresa devido ao clima frio e úmido desse lugar. Com o término da aula, recebo um convite de Keel para irmos até o café, assenti com a cabeça indicando que "sim" então fomos. Ficamos conversando sobre assuntos diversos, a respeito das matérias e até mesmo das próprias pessoas que estavam ao nosso redor. Até que as atenções daquele lugar se voltaram a um rapaz que acabava de entrar, jaqueta preta de couro, calça clara rasgada, cabelos castanhos escuro bagunçados como se não houvesse nenhuma preocupação com as opiniões alheias, olhos azuis com um toque esverdeado, alto, seu corpo havia um formato escultural de dar inveja a qualquer pessoa, ele realmente era lindo. Talvez o cara mais lindo que eu já havia visto. Desviei o olhar não querendo mostrar que me rendi a sua entrada. Aquele homem caminhou em direção a uma mesa na qual todos que ali estavam vibravam com sua chegada como se ele fosse um deus.

-Aquele que acabou de entrar é o mais desejado pela universidade inteira. Principalmente por mim. -Keel, manteve em seu rosto uma expressão seria como se fosse a coisa mais natural a se dizer ou como se fosse até mesmo um sutil aviso.

Revirei os olhos em negação e acabei por falar. -Ele não é grande coisa assim, já vi melhores.

Claro que ele é, mas sinto que nesse momento não seria as palavras ideais a serem ditas, então optei em não concordar.

-Tenho uma aula que se inicia dentro de aproximadamente 5 minutos. -Ela se levanta caminhando em direção a porta de saída.

-Será que acabei dizendo algo errado? -Me perguntei em voz alta esperando uma resposta, que com certeza não cairia do céu, mas confesso que olhei para cima na esperança, só que não obtive respostas.

Permaneci naquele local por mais alguns minutos e em seguida me dirijo até a próxima aula, procurei por Keel na sala e estranhei pelo fato de não estar presente. Quando finalmente a aula acabou vou em direção ao dormitório e no caminho todos me olhavam como se estivessem sentindo raiva e entre um olhar e outro podia ouvir alguns murmúrios "-Essa daí que não é grande coisa assim", "-Quem ela pensa que é para falar aquilo", "Já vi melhores". Apertei o passo para chegar o mais rápido possível. Quando finalmente entrei no elevador fechei os olhos e fiquei a tentar controlar a minha respiração enquanto as portas iam se fechando.

-Até que você é bem gatinha, mas tenho que admitir que já vi melhores. -Dizia uma voz rouca e atraente.

Uma sensação estranha percorreu todo o meu corpo em segundos, o que me fez arregalar meus olhos, e era a visão mais linda que eu já havia visto. Ali estava ele parado, segurando as portas do elevador enquanto me olhava com um sorriso de canto de boca. Aquele sorriso me estremeceu por inteira.

-Desculpe, mas não entendi o motivo de tanta intimidade se não dei a você liberdade para nada. Agora me dê licença, porque se ainda não conseguiu perceber preciso subir para o meu dormitório e você está atrapalhando. -Minhas palavras foram frias enquanto tento não aparentar o meu nervosismo

-Isso foi um convite? -Ele entra no elevador como se com essa atitude quisesse me dizer que aquilo estava "aceito" e passou a me encarar enquanto sorria em deboche.

-O que está fazendo? -Perguntei arqueando uma das sobrancelhas.

-Aceitando o seu convite não percebeu? -Ele suaviza suas palavras dando uma piscadinha e logo abaixa a cabeça rindo como se eu houvesse feito a pergunta mais óbvia existente.

-Não seja idiota, não sei quem é você e sinceramente não me faz a mínima diferença. -Retruquei friamente enquanto podia sentir o meu corpo todo tremer.

Aquele rapaz apenas me olhou com desprezo e o brilho que havia antes em seus olhos desapareceu com aquele seu sorriso estúpido.

Apertei no botão com o número 02 que ficava no painel daquele pequeno elevador e me virei de costas para que ele não percebesse meu medo de estar naquele lugar fechado. Assim que as portas se abriram desci sem olhar para trás.

-Até depois gatinha. -Ele disse em um ar de provocação.

Aquelas palavras me fizeram virar a atenção para aquele homem e foi natural como cada parte do meu corpo espontaneamente reagia em resposta, franzindo a testa e foi como se nossos olhares se encontrassem enquanto as portas se fechavam.

Que cara idiota, quem ele pensa que é?

Aquele sorriso estúpido dele não me saia da cabeça e isso parece uma tortura.

-Será que acabei por ser arrogante demais com ele sem merecimento? Talvez, tenha sido apenas a minha culpa, pois acabei por ser inconveniente com meus comentários para Keel. -Me encontro a discutir sozinha tentando entender o ocorrido.



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Olá meus amores.
Então vamos começar ? 😍❤😍❤

Cafajeste PerfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora