Capitulo 5

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Com o início da segunda-feira retomo a minha rotina semanal me preparando para ir a aula e tento fazer tudo em silêncio evitando assim acordar Anny, pois sei que ela ainda irá insistir em saber o que houve na noite da festa e não vejo necessidade alguma em ter que falar sobre esse assunto.
Não sei se o que está acontecendo nesse exato momento é apenas um leve transtorno traumático ou se de fato está acontecendo. Ao pisar os meus pés no corredor da universidade todas as pessoas que ali se encontram haviam parado o que estavam fazendo voltando a atenção a mim, uns riam, outros me olhavam com pena, apertei o passo para chegar o mais rápido possível em um destino onde não sei o certo, procuro por uma porta aberta ou uma placa indicando "Saída".
Me vi já caminhando em direção ao banheiro feminino. Entrei. Podendo respirar profundamente me trazendo com isso uma sensação de alivio, ando até o espelho na intenção de olhar o meu reflexo.

-Onde você estava com a cabeça para permitir que àquilo acontecesse? -Me peguei a conversar com aquele reflexo que refletia no espelho.

Ouço o barulho de uma das portas que ficam atrás de onde estou abrindo lentamente e levo a minha atenção para saber quem era, e agora parada do meu lado uma mulher com os olhos puxados que aparenta ter aproximadamente 1.65 de altura, pouco busto, cabelos longos castanhos. Assim que ela percebeu minha presença me olhou fixamente por alguns segundos.

-Não dê importância para o que falam. -Disse ela com uma voz calma e soltando um sorriso tímido.

-Obrigada pelo conselho. -Respondo de cabeça baixa enquanto jogava uma água fria vinda de uma das torneiras em meu rosto.

-Chega um momento que a gente se acostuma com as porradas que a vida nos dá, mas me diga. Você está bem? -Suas palavras transmitiam clareza e solidão.

Assenti com a cabeça em resposta. -Me chamo Pyetra.

-Tany, sou a irmã de Keel. -Ela disse como se no fundo já soubesse que aquela não era a melhor maneira de se apresentar.

-Preciso ir. -Me sinto impressionada pela diferença entre as duas. Só que prefiro manter distancia e aprendi a tomar cuidado com o que dizer para recém conhecidos.

Aquela mulher concordou com a cabeça dando um leve aceno enquanto eu me dirigia para saída do banheiro.

-Gatinha, por favor, espere. -Ryan caminha em minha direção.

Tento ignorar a sua presença e ando o mais rápido possível só que não adiantou porque agora aquele homem estava andando ao meu lado.

-O que você quer comigo? Conferir se ainda estou molhada? -Tentei ser sarcástica não transparecendo com isso afeto emocional.

-Eu não consigo averiguar isso sem tocar. -Ele da uma pausa e continua a falar. -Gatinha, eu não sou homem de uma mulher só. -Em seus lábios dessa vez se forma um sorriso amigável.

-Você já foi claro quanto a isso. E quero que entenda que não há necessidades para o que aconteceu na noite passada, não existe interesse da minha parte e nunca irá existir. Você é uma pessoa podre e vazia, mas a melhor parte de tudo isso é que eu nem te conheço. -Respirei fundo e continuei a gritar. -Eu nem te conheço será que você consegue enxergar como o que esta acontecendo aparenta ser ridículo?

-Fala baixo. -Ele parece irritando por ter que ouvir aquelas palavras.

-É assim que se diverte? -Retruquei.

-Não dessa maneira. Na maioria do tempo não uso a minha boca para falar. Confesso que fico louco para te mostrar como é inesquecível se divertir comigo, mas você é tão nova bebê. Calma não irei tocá-la até que você implore por isso. -Ele me olha a cada palavra dita fixamente nos olhos e acaba por quebrar a tensão com uma risada provocante e tentadora.

Cafajeste PerfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora