Cafajeste Perfeito

Capitulo 7

Acordo com o meu celular vibrando de baixo do travesseiro sem parar. Corro meus olhos ao relógio que estava em cima da mesa de estudos que indicava 03:40 da manhã, meu celular volta a vibrar e busco ele com as mãos e me surpreendo com ligações perdidas de Ryan. Ele realmente havia salvado seu número nos favoritos o que me fez rir.

Atendo:
Pyetra: "-Ryan, o que você quer?"
Ryan: "-Princesa desce aqui fora."
Pyetra: "-Não, me deixa dormir."
Ryan: "-Se você não descer eu subo e te trago no colo até aqui."
Pyetra: "-Não, Ryan, você não seria capaz."
Ryan:"-Quer apostar?"
Ficamos em silêncio por alguns segundos.
Ryan: "-Estou subindo princesa"
Pyetra: "-Não! Espera já estou indo, só vou mudar de roupa"

E em seguida desligo. Visto uma calça jeans clara já surrada de tão velha e um moletom escuro, dou uma escovada nos dentes e logo desço pelas escadas. Lá estava ele em pé do lado de uma moto que de fato seria o sonho de consumo de qualquer pessoa. Me aproximo sem dizer uma palavra. Então ele se aproxima mais e coloca um capacete em minha cabeça com muita delicadeza e solta um lindo sorriso gentil.

-Sabe subir ou quer que eu te ensino? -Ele disse rindo.

Olhei para ele revirando os olhos e em segundos já estava em cima da moto, procurei um lugar para colocar as minhas mãos e segurar por proteção, mas ele foi mais rápido levando minhas mãos para junto do seu corpo e a envolvendo em volta de seu abdômen.
Tirei minhas mãos.

-Para de teimosia. -Dizia ele colocando as minhas mãos de volta.

-Para onde vamos? -Perguntei confusa por toda aquela situação estranha, só que dessa vez eu não estou com medo.

-Dar uma volta. -Ryan.

Logo estávamos na estrada e ele acelerava fazendo o vento ficar mais forte.
Que sensação boa...
Levantei meus braços sentindo o vento percorrer por todo o meu corpo e gritei em comemoração por aquele momento, voltei meus braços ao seu corpo encostando a cabeça em seu ombro e fechando os olhos para aproveitar mais aquele momento.

-Princesa já chegamos. Tá muito bom, mas pode me soltar agora. -Ryan, diz em risos.

Nesse momento sinto meu rosto corar. Em segundos desci e já estava sem capacete.

-Adoro ficar vendo as estrelas daqui. -Ele sussurra de tão baixo que foi o tom de sua voz.

Olhei e realmente aquela vista era linda. O lugar parecia um penhasco onde tínhamos a vista perfeita de toda a cidade, iluminado apenas pela luz da lua, havia grama verde em todo o redor. Nós deitamos e ficamos em silêncio olhando as estrelas, a lua.

Ele interrompe o silêncio dizendo. -Quando eu era pequeno minha mãe costumava me trazer aqui e ficávamos horas e horas.

-E onde ela está agora? -Perguntei virando o olhar a ele.

-No céu princesa. -Dizia ele sem nenhuma expressão em seu rosto.

Fiquei em silêncio porque sabia o que ele estava sentindo e qualquer palavra não seria de conforto, pois não traria ela de volta. Então olhei para o céu.

-E sua família princesa? -Ele perguntou respirando fundo.

-Morreu quando eu tinha apenas seis anos. -Respondo.

-E como foi? -Ele pergunto voltando a olhar para mim.

-Voltavam de um jantar em casal quando meu pai perdeu o controle do veículo e bateram de frente a outro carro. -Consigo sentir agora um aperto em meu coração.

Ficamos em silêncio. Eu nunca tinha contado o que havia acontecido com minha família antes a ninguém, mas com ele sinto que é diferente.

-Sabe aquela ali eu costumo dizer que é a minha mãe. -Ele  aponta para uma estrela.

Ryan me ajudou a dar o nome de meus pais a duas lindas estrelas o que me fez sentir eles juntos a mim. Aquela foi a coisa mais bonita que alguém já fez por mim.

-Você costuma trazer todas aqui antes de levar elas para a sua cama? -Perguntei esperando uma reação da parte dele.

-Não. Nunca trouxe ninguém aqui, você é a primeira. -Ele se mantém sério.

Me sinto sem graça devido aquela resposta e volto o olha para o céu.

-Porque a pergunta princesa? Pretende ir para a cama comigo depois daqui? -Ele ri de forma divertida.

-Vamos embora por favor. -Me levanto.

Ele se levanta rapidamente e me segura pela cintura. -Pyetra, quero que você entenda que não irei te tocar. Você tem uma inocência que me deixa louco, mas não irei fazer absolutamente nada com você.

Logo fomos embora e eu o abracei o caminho todo. Ele me deixou na porta do dormitório. Ryan, me olha seriamente como se estivesse esperando alguma reação da minha parte, então dei um beijo em seu rosto em forma de agradecimento, mas ele se aproxima muito perto de meu corpo e rodeia a minha cintura com os seus braços, sua boca foi se aproximando cada vez mais da minha e pude sentir seus lábios tocarem nos meus em um delicioso e calmo beijo que a cada movimento se tornava intenso, então ele separa os nossos lábios e agora nos encontramos a sorrir.

Cheguei ao meu quarto jogando a roupa no chão e deitei na cama olhando direto para o relógio que indicava 06:38 da manhã, depois de muitos pensamentos eu finalmente adormeci.

Acordo com Anny, dando um pulo em minha cama e me fazendo cócegas, mas sinto o meu corpo extremamente cansado e meus olhos ardendo de sono.

-Acorda bela adormecida. -Ela continua a dar seus pulinhos sobre mim.

-Anny, não. Estou morrendo de sono. Vou faltar as primeiras aulas hoje. -Disse fechando os olhos novamente.

Então ela me deu um beijo na testa de despedida. Permaneci dormindo por horas. Assim que acordei vou em direção a cozinha, passei os olhos por todos os cantos então entrei e fui a geladeira, peguei uma maçã e me direcionei a sala me deitando no sofá, com o controle já em mãos fiquei a procura de um canal quando sou interrompida por batidas na porta. Meu corpo está cansado e me sinto sem forças para ir até a porta, mas crio coragem e caminho adiante arrastando meus pés em movimentos lentos, abro e encontro um urso de pelúcia branco no chão o que me deixa curiosa então percorro meus olhos pelo lugar e não vejo ninguém então o pego e entro fechando a porta em seguida.
Junto a ele havia um bilhete que rapidamente o abri:

"Oi estressadinha. Esse é o meu jeito de agradecer pela noite incrível que tivemos. Bom dia dorminhoca.
Beijos Ryan."

O urso tinha o seu cheiro e isso me fez imaginar ele ali perto de mim.