— Olá mãe. — disse nem um pouco empolgada assim que cheguei em casa. Anne e Mary não quiseram vir comigo.
— Oi Olí... Olívia Fisher! O que aconteceu com o seu joelho?!
Lá vamos nós...
— Mãe, fique calma, o.k.? — me sentei na cadeira. — Não aconteceu nada de mais, eu só caí na aula de educação física.
— Não me peça para ficar calma! Você não cairia do nada, alguém empurrou você!
Às vezes a vida me mostra vários motivos para não duvidar dos extintos de mães.
— Eu levei uma bolada e cai no chão, mãe. Só isso. — admiti.
— E quem fez isso? — ela perguntou já vermelha de raiva. Estava parecendo um tomate.
— Foi um amigo de Ethan, mas ele já pediu desculpas.
— Ethan Moore?
O que? Não me lembro de ter falado de Ethan para a minha mãe.
— Sim mãe, um amigo dele.
Olha, não me lembro de tê-lo apresentado para você.— A-Ahn apresentado quem?
— Mãe...
— Tudo bem! Foram Anne e Mary, mas não conte à elas, por favor.
— Joanne Fisher... — estalei a língua e balancei a cabeça em reprovação. —Que feio.
— Esqueça, estou atrasada para o trabalho! — ela depositou um beijo em minha cabeça. — Até mais!
Ah, eu vou picar Anne e Mary em pedacinhos! Por quê elas fizeram isso e não me contaram?!
Senti meu celular vibrar na mochila. Era Ethan.
— Alô? — ele perguntou do outro lado da linha. — Olívia?
— Olá.
— Desculpe ser direto, mas você está livre no sábado?
Ele iria me convidar para sair?!
Não, Olívia, não crie expectativas.— Não sei, por quê?
— A-Ahn e-eu — gaguejou. — Você quer ir ao cinema comigo? ir ao cinema comigo, sabe, como amigos, n-não é um encontro.
Ah.
— Ah, eu vou ver com a minha mãe. Quem mais vai?
— Na verdade só eu e você — ele fez uma pausa para pensar. — Mas se você quiser levar as suas amigas...
— O.k., muito obrigada pelo convite! — senti minhas bochechas esquentarem.
— D-de nada, eu... eu espero que a sua mãe deixe você ir.
E do nada, houve um longo e incômodo silêncio.
— Bom, eu tenho que ir. — foi a melhor desculpa que consegui inventar para quebrar o silêncio. — Muito obrigada novamente, tchau!
— Tchau!
No momento que coloquei o celular no bolso, almocei na velocidade da luz e fui correndo para a casa de Anne. Mary também estava lá.
Bati na porta; a mesma se abriu em poucos minutos.
— Liv? O que aconteceu? — perguntou Anne quando abriu a porta e olhou para mim, eu estava com um sorriso maior que a minha cara.
— Topam um cinema comigo e Ethan Moore?
— Ai. Meu. Deus!! — Mary disse pausadamente se juntando a Anne no batente da porta. — Ethan Moore te convidou para sair!
— Não exatamente... — entrei e me joguei no sofá. — Ele deixou bem claro que não era um encontro... Ele disse até que vocês poderiam ir.
— Eu topo! — Mary concordou empolgada e logo levou um cutucão de Anne. — Ai! O que é...?!
— Não está na cara?! Se formos, vamos quebrar o clima. — Anne disse baixinho para Mary, mas foi alto o suficiente para eu ouvir.
— Ei! — repreendi. — Não tem clima nenhum entre nós e um cinema não vai mudar isso!
— Bom, podemos ir de penetra, que tal? — Mary perguntou.
— Hum? Como assim? — perguntei.
— Ah, escondidas. Podemos nos sentar atrás de vocês, assim não vamos quebrar o clima que, como você já disse, não existe!
— Porém a minha mãe não vai me deixar ir sozinha!
— E quem disse que você vai estar sozinha? — Anne perguntou debochada. — Nós vamos estar lá, porém escondidas!
Cruzei os braços e bufei. Quando as duas colocam uma idéia na cabeça, por mais ridícula que for, ela não vai sair de lá até acontecer.
— O.k. então. Mas temos dois dias para nos organizarmos.
— Relaxa, é um cinema, não vamos assaltar um banco, não precisamos esquematizar nada, já está tudo resolvido!
— É, só que você esqueceu de um detalhe: Temos que convencer a minha mãe.
— Ah, a sua mãe é legal, vai deixar sim. — Mary afirmou.
Eu não teria tanta certeza...
***
Depois de um tempo, eu e minhas amigas percebemos que a minha mãe havia chegado, tomamos coragem e fomos pedir à ela.
— Oi, mamãe! — disse assim que cheguei em casa com as meninas atrás de mim.
— Oi, tia! — Anne e Mary cumprimentaram em uníssono.
— Olá meninas... — minha mãe arqueou uma sobrancelha. — O que aconteceu?
— Nada, oras! — respondi.
— Isso está muito suspeito. — rebateu a minha mãe chegando mais perto.
— Tia, podemos ir ao cinema? — Anne disse de uma vez, antes que começássemos a puxar outro assunto.
— Claro meninas!
— Tem um porém— cortei-a. — Ethan Moore irá conosco.
— Ah. — minha mãe fez uma pausa para pensar. — Olívia, veja bem...
— Por favor, mãe!
— Olívia, eu nem conheço o garoto, não é seguro eu deixar ele levá-la ao cinema assim, sem mais nem menos!
— Nós vamos com ela! — Anne e Mary disseram. — Por favor, tia Jojô!
— Não, meninas. Também acredito que as mães de vocês também não irão deixar.
— Elas vão sim! — Mary insistiu. — Por que vocês não conversam sobre isso juntas?
— Desista, Mary — me levantei. — Ela não vai deixar.
Corri para o meu quarto e me joguei na cama.E agora? O que eu vou fazer?!
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Minha lista de (não) namorados
Teen FictionOlívia Fisher é uma adolescente de dezessete anos que se sente completamente diferente das outras pelos simples fato de não ter um namorado, coisa que ela não da muita importância (e sorte). Pois bem, ela não está sozinha. Suas amigas Mary e Anne es...