— Já que você gosta de filmes, por que não assistimos um? — Peter perguntou, assim que acabamos de almoçar.
— Boa idéia. Vá escolhendo um filme enquanto eu lavo a louça.
— Nem pensar — Peter protestou —, eu lavo.
— Nem pensar! — agora é a minha vez de protestar. — Visitas não lavam a louça.
— Pelo amor de Deus, Liv, não me trate assim, não sou uma visita!
Abri a boca para falar, mas fui interrompida pela campainha.
— Quem é? — perguntei.
— Mary!
Peter arregalou os olhos. Ainda bem que Mary (quase) sempre toca a campainha antes de entrar, porque a porta está aberta.
— Estou ocupada.
— Eu e Jimmy vamos fazer una maratona de filmes dos anos oitenta e pensamos que você gostaria de vir. Pode chamar Ethan, se quiser.
Merda. Peter abaixou a cabeça.
— Tudo bem, Mary; mas não esperem por mim. — disse. Por mais incrível que pareça, um nó está se formando em minha garganta.
Peter ainda está cabisbaixo. Eu feri seus sentimentos?
— Seria mais fácil você ter contado antes que eu descobrisse. — disse Peter, ainda encarando os pés.
— Não estamos namorando, Peter
— respirei fundo. Preciso manter a calma.— Eu realmente achei que fossemos amigos. Agora eu percebi, você mudou muito.
Isso realmente doeu. O nó na minha garganta só se aperta, sinto que vou desmoronar a qualquer momento.
— Peter, eu sou sua amiga, nunca mentiria para você! — disse, com os olhos cheios d'água.
— Olívia, pare de mentir! Me diga logo a verdade, não vou ficar chateado.
— Que merda, Peter! Acredite em mim!
— Sério? Foi exatamente o que disse antes de Mary te desmascarar. Para mim, já chega — disse Peter, indo até a porta.
— Espera! — agarrei seu pulso. Minha visão está embaçada por conta das lágrimas. — É uma explicação que você quer? Então, eu vou te explicar.
Estou tentando manter a calma. Peter e eu já brigamos, quando crianças, mas na maioria das vezes era para decidir qual o desenho mais bonito. Peter nunca gritou comigo. Ele é a pessoa mais calma que eu já conheci; eu me lembro de quando ele bagunçou o meu quarto, passei meia-hora gritando com ele, mas ele apenas se desculpou e arrumou a bagunça.
No que nos tornamos?— Peter — respirei fundo —, eu e Ethan não estamos namorando.
Peter abriu a boca para dizer alguma coisa, mas o interrompi.
— Calma, agora é a minha vez de falar. Bom, nos conhecemos no início do ano, há pouco tempo. Fomos nos conhecendo e viramos amigos, só isso.
Peter está vermelho como um pimentão.
— Olívia, não acho ruim que namore. Só gostaria de saber, se estivesse acontecendo. Sei que passei muito tempo longe, mas ainda somos amigos, não é?
O abracei. Peter tem o melhor abraço do mundo.
— Fique tranquilo, você é o meu melhor amigo.
— Fico feliz em saber.
Respirei fundo. Não quero encara-lo, está bom aqui.
— Me desculpe por ser tão ciumento. — Peter disse, quebrando o silêncio.
— Me desculpe por não ter te explicado antes — apertei mais o abraço. É como se eu pudesse perder Peter novamente. Não quero que isso aconteça nunca mais.
— Quer ir assistir os filmes com a Mary? Eu posso ir para casa.
— Não. Quero que ela fique a sós com Jimmy. Vamos assistir um filme aqui — o encarei, levantando o pescoço.
— Como quiser.
***
— Curtindo a vida adoidado realmente é um filme bom. Você tem realmente um ótimo gosto para filmes — disse Peter.
— E você disse realmente duas vezes — brinquei. — Vou lavar a louça.
— Já disse que vou lavar — disse Peter, vindo atrás de mim.
Comecei a lavar a louça e Peter ficou ao meu lado. Começamos a competir para ver quem lavava mais pratos. Peter jogou um pouco de água no meu rosto.
— Aí! — joguei um pouco de água em seu rosto também.
E assim começou uma guerra de água.
— Olívia, olha quem chegou de viagem! — disse Mary, acompanhada de Anne. As duas ficaram paralisadas com a cena.
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Minha lista de (não) namorados
Ficção AdolescenteOlívia Fisher é uma adolescente de dezessete anos que se sente completamente diferente das outras pelos simples fato de não ter um namorado, coisa que ela não da muita importância (e sorte). Pois bem, ela não está sozinha. Suas amigas Mary e Anne es...