Capítulo 4

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Depois de três horas de pura falação, ansiedade, spray's e acessórios para o cabelo, resolvi ir para casa.

— Olá, filha! — cumprimentou minha mãe com um enorme sorriso.

— Olá, mãe — respondi retribuindo o sorriso. — O que teremos para o jantar?

— Hum... Comida japonesa! —respondeu minha mãe.

— Que ótimo, adoro comida japonesa
— me sentei em uma das cadeiras. —Mãe, sabia que vão chegar garotos novos na escola?

Minha mãe me olhou com um sorriso de canto.

— Não, nem pense nisso, afinal, seremos apenas amigos e olhe lá. —respondi pondo o caderno com a lista de volta na mochila.

— Olívia, entenda: Você pode não querer nada sério com ninguém agora, mas aposto que quando ver eles, vai querer mais que amizade, o que é super normal para pessoas da sua idade. Não se esqueça, você já tem dezessete anos.
— explicou minha mãe.

— Eca, mãe! —fiz uma careta. — Claro que não, não gosto de ninguém, e aposto que os garotos nem devem ser tão bonitos assim.

E essa foi uma das maiores mentiras que já contei. Os garotos eram a oitava maravilha do mundo!

Minha mãe me serviu um barco com diferentes tipos de comida japonesa e dois hashis.

— Mãe — disse com a boca cheia —, não notou nada de diferente em mim?

Minha mãe me olhou da cabeça aos pés, e quando olhou para meus cabelos, arregalou os olhos.

— Olívia, o que você fez com seus cabelos?! — perguntou minha mãe apavorada.

— Gostou? — perguntei balançando os cabelos. — Mary e Anne arrumaram ele.

— E-Eu adorei! Olívia, você está linda!

— Está dizendo que eu era feia?
— perguntei com uma sobrancelha levantada.

Minha mãe ficou pasma e começou a gaguejar algumas coisas.

— Brincadeira! — disse morrendo de rir da reação dela.

Minha mãe riu também enquanto passava a mão na cabeça, envergonhada. Me levantei e fui em direção ao corredor. Pus a cabeça para fora para falar com a minha mãe, que estava me olhando.

— Bom, agora eu vou dormir para acordar mais linda e maravilhosa amanhã — joguei os cabelos —, para os garotos.

— Ooowwnn.

— Ai, mãe! — disse caminhando em direção ao meu quarto —, era só brincadeira!

Coloquei meu pijama e me deitei na cama.

"Qual será o garoto mais legal?" "Será que vão gostar de mim?" "Será que seremos, pelo menos, amigos?" "Será que vão ser só mais alguns garotos que vão me ver como fantasma?" — eram as perguntas que pipocavam na minha cabeça.

Bom, eu não posso fazer nada a não ser torcer para nos darmos bem.

Me aconcheguei em minha cama e por um momento, tentei esquecer de todas as minhas preocupações e listas de coisas ruins que poderiam acontecer. E adormeci.

***

— Acorda, Liv! — alguém dizia me mexendo, essa voz era familiar.

Quando abro os olhos, vejo minha mãe, Mary e Anne sorridentes em frente a minha cama.

— Que horas são? — perguntei sonolenta.

— Seis e meia.

— Ah — bocejei—, deixa eu dormir mais um pouquinho...

Anne limpou a garganta e disse:

— Eles chegam hoje.

Levei apenas dois segundos para digerir aquela informação. Arregalei os olhos.

— Meu Deus, já era para eu estar pronta, por que não me acordaram antes?!
— perguntei saltando da cama.

Vesti meu uniforme, escovei os dentes, penteei os cabelos e coloquei os sapatos. Estava pronta.

— Você não vai se maquiar? —perguntou Mary.

— Não — disse pegando minha mochila e indo em direção a porta. — Vamos?

— O.k. — Anne e Mary concordaram.

— Tchau, mãe! — me despedi.

— Tchau, tia! — minhas amigas se despediram.

Por um momento, todas as preocupações vieram à tona, por um momento, queria arranjar qualquer desculpa para não poder ir.

E se desse tudo errado?

Minha lista de (não) namoradosOnde histórias criam vida. Descubra agora