Capitulo 2

440 63 158
                                    

Quando acabei de almoçar, me joguei no sofá e comecei a ver televisão (na verdade eu estava trocando de canal de dois em dois segundos até achar um legal).

— Oliviaaaaaa!!! O dever!! — berrou minha mãe do quarto.

— Tudo beem mãe! Já vou!! — berrei em resposta.

Ah, que droga. Peguei minha mochila e fui em direção a mesa.

O que?! Aquilo só podia estar escrito em árabe! Como eu ia responder aquilo?!

— Filha — minha mãe tocou meu ombro. — vou trabalhar, fique bem ok? Como já sabe...

— Não abrir a porta para ninguém, não colocar fogo na casa, não atrapalhar os vizinhos e se eu quiser posso ir para a casa das meninas — completei, eram sempre as mesmas regras.

— Isso mesmo — minha mãe foi em direção a porta. — Tchau meu bebê.

— Tchau mãe. — respondi com o meu melhor sorriso.

Depois de pelo o que eu julgo quinze minutos, finalmente consegui responder a atividade (não posso negar que pesquisei algumas na internet.)

— Hey, Anne! — cheguei abrindo a porta, que estava aberta.

— Finalmente! Agora passa para cá!
— disse Anne se referindo a atividade, estendendo as mãos.

— Espera aí, vamos para a casa da Mary, assim vocês duas copiam, e depois podemos passar a tarde lá, o que acha? — perguntei.

— Como quiser — respondeu Anne desanimada e se levantando.

Toc toc toc.

— Oh, olá, Henrique! — peguei o menor no colo.

— Olha quem veio nos visitar!
— cumprimentou Mary.— Estávamos morrendo de tédio aqui.

Henrique saiu do meu colo e correu em direção a tevê, que está passando um desenho infantil. O mesmo começou a cantar a música de abertura.

— E aí? O que motivou Anne?
— perguntou Mary risonha.

— O dever de matemática. — respondi e Anne me mostrou língua em resposta.

— Dever? Posso copiar também?!
— perguntou Mary batendo palmas

— Eu sabia. — sussurrei para mim mesma. — Pode, Mary.

Então as duas copiaram o meu dever. Anne até ergueu a sobrancelha ao ler algumas questões, mas depois percebeu que estavam certas.

— Pronto, agora podemos fazer o que quisermos — disse Anne se jogando ao lado de Henrique no sofá com os pés para cima.

— Hum... filme? — perguntei.

— Pode ser, eu faço a pipoca! —ofereceu-se Mary.

— E eu ajudo! — respondi.

— Bom, eu vou escolher um filme.
— disse Anne pegando o controle remoto. — Henrique, será que eu posso trocar de canal?
Henrique apenas assentiu com a cabeça.

— Então Mary, aonde está a panela?
— perguntei.

— Bem... — Mary mexeu no armário das panelas. — Aqui!

— Então vamos começar.

***

— Pronto Anne, a pipoca está pronta
— estendi a pipoca. — Cuidado, está quente.

— Aonde está o Henrique? — perguntou Mary.

— Está brincando no quarto, liguei a televisão do quarto dele para podermos ver filmes sozinhas — respondeu Anne.

— Oh, muito inteligente! — exclamei.

— Obrigada — Anne jogou o cabelo.—Eu sei.

— Bom, qual filme escolheu? —perguntei me sentando no colchão que Anne colocou no chão.

Um amor para recordar — Anne sorriu de canto. — quero ver vocês chorarem.

— Que maldade! — exclamei colocando a mão no coração fingindo estar ofendida.

Mary se sentou no outro sofá, e eu peguei o meu pote de pipoca.

Devia ser a milésima vez que assistia aquele filme, mas acredite ou não, eu ainda chorava assistindo.

Com o decorrer do filme, sempre havia um "Oh, isso é tão lindo" "Ele é tão fofo" "Que história mais linda" "Que triste" e muito, muito choro...

Quando o filme finalmente acabou, me levantei e Anne começou a mexer no celular acompanhada de Mary

— E agora, o que faremos? — perguntou Mary.

— Primeiramente, precisamos lavar o rosto —respondeu Anne. — Mary, você tem um colírio?

— Claro, está no banheiro.

Anne foi em direção aí banheiro e pingou um pouco de colírio nos olhos. Eu e Mary fomos lavar o rosto.

— Henrique está muito quieto — disse Mary. — Vou ver o que ele está aprontando desta vez.

Mary foi em direção ao quarto dele, e eu a acompanhei. Quando chegamos, vimos que Henrique estava dormindo.

— Meninas! — gritou Anne da sala. —Venham ver isto! É urgente!

Eu e Mary corremos o mais rápido possível. Quando chegamos a sala, Anne estava boquiaberta encarando a tela do computador. Eu e Mary nos jogamos ao seu lado.

— Vejam só o que a Chloe me disse!
— disse Anne estendendo o celular.

Chloe [15:52] Já ficou sabendo dos novos garotos que vão entrar?

Eu [15:52] Garotos? Ah, não dou muita importância para isso.

Chloe [15:52] Tenho certeza que vai dar importância ao conhecer esses garotos, são garotos que simplesmente roubaram toda a beleza do mundo!

Eu [15:53] Certo, falou a difícil de se apaixonar né, Chloe? (Sentiu a ironia?)

Chloe [15:53] Rá! saiba que eu vou rir da sua cara quando você me disser que está apaixonada por um deles.

Eu [15:53] Que dia eles chegam?

Eu [15:54] Chloe?

Eu [15:54] Ah, não me diga que levou aquela brincadeira a sério!

Eu [15:54] Chloe me responda AGORA!

Chloe foi visto por ultimo hoje às 15:53

Hum... Então quer dizer que vão entrar garotos novos na escola. Não Olívia, ponha os pés no chão, você não leva nem um pouco de sorte com namorados.

Minha lista de (não) namoradosOnde histórias criam vida. Descubra agora