Minha lista de (não) namorados

Capítulo 17

Assim que cheguei em casa, coloquei minha mochila em cima da cama, afim de estudar um pouco sobre o trabalho; mas antes de pegar meus livros, recebo uma ligação de Peter:

— Hey, Liv's! Como vai? — Diz Peter do outro lado da linha.

— Vou bem, por quê?

— Sei lá, não nos falamos hoje. Olha, eu entendo que você tenha ficado chateada por causa de ontem, você tem todo o direito mas...

— Peter — eu o cortei — eu estou bem. Sério. Sem ressentimentos, e, não foi culpa sua.

Um silêncio incômodo tomou conta da ligação.

— Bom, — Peter quebrou o gelo — já que está tudo bem entre nós, podemos marcar de nos encontrarmos novamente? Olha, abriu uma nova sorveteria bem perto da praça, acho que você vai gostar.

— Peter, muito obrigada pelo convite, mas eu tenho que começar a fazer o trabalho e...

— Ah, por favor, Liv! Não vamos demorar, eu prometo.

Ok, devo admitir que estou louca por um sorvete ou qualquer coisa que me faça esfriar a cabeça, e vou aproveitar essa oportunidade para me reconsilhar com Peter. Perfeito!

— Tudo bem, você venceu. Te encontro lá em alguns minutos.

— Fechado. Até mais!

— Até mais! — Desliguei.

Penteio meu cabelo e troco de roupa. Aproveitando o sol, decido usar um vestido que eu não uso há muito tempo.

***

— Então, gostou? — Pergunta Peter. Estamos parados em frente à sorveteria que tem um ar dos anos cinquenta.

— O que vamos fazer? Dançar sapateado ao som de Elvis Presley enquanto tomamos um milksheke?

Peter riu mostrando suas covinhas.

— Com certeza. Vem, estou morrendo de fome! — Diz Peter me puxando para dentro do local cujo as cores se pareciam com as de chicletes.

— Uau, gostei daqui! — Disse, me sentando num banquinho azul claro perto do balcão.

— Sabia que ia gostar, você adora coisas desse tipo.

— Está me chamando de velha?
— Brinquei. Peter olhou para cima e assobiou. Bati nele com o cardápio.

— Mudando de assunto, eu vou querer um sorvete de morango.

— É, você realmente não mudou nada. Eu vou querer um milksheke de chocolate.

Poucos minutos depois, os pedidos chegaram.

— Humm, eu amo sorvete de morango, já te disse isso?

— Acho que você diz isso desde que aprendeu a falar. — Disse Peter, mostrei a língua como resposta.

Olhei para o lado, e acho que entrei em choque. Ethan estava lá fora e ele me encarou por um momento. Ah não. Ethan tinha pedido para me levar à sorveteria e eu o dispensei.

— Peter, acho melhor irmos para casa.

— O quê? Por quê? Acabamos de chegar!

Acho que vou vomitar.

— Peter, não estou me sentindo bem, é sério.

— Mas...

— Eu te ligo depois, obrigada pelo passeio! — Tirei dois dólares da minha bolsa e deixei no balcão. Peguei o sorvete e saí correndo.

Corri uns sessenta passos até alcançar Ethan, e isso porque eu estava gritando seu nome como uma louca. Ele simplesmente me ignorou.

— ETHAN!!! — Finalmente consegui alcançá-lo.

— Ah, então você se lembra de mim? Se você não quisesse sair comigo, era só me falar. Acha que eu gostei de te ver com o Peter Garcia? Era para ser eu ali, eu ia te levar à sorveteria!
— Ethan gritou, sua voz falhou por um momento.

Eu sinto que vou desmaiar. Ou vomitar. Parece que o meu coração vai sair pela boca.

— Ethan, não é o que parece.

— Não é o que parece?! Olha, eu nem sei quando ou como você e o Peter ficaram amigos, mas de qualquer maneira, felicidades para vocês.
— disse Ethan, se virando e começando a andar. Só que, dessa vez, eu não quero segui-lo.

— Ethan, deixa eu te explicar!
— Gritei, mesmo sabendo que vou ser ignorada. E ele tem razão.

Um nó se formou na minha garganta. Pronto, agora eu estraguei tudo, com Ethan e com Peter. Eu só quero chorar e desabafar com as minhas amigas, mas eu também estraguei tudo com elas.

Me viro e começo a andar. Eu preciso da minha cama e de um café.

E essa é a melhor maneira de entrar num (quase) relacionamento amoroso.