Capítulo 2

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Esta foto foi na minha casa nova... mais para a frente verão.

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  Cheguei a casa e acendi a lareira. Na rua estava um frio que era insuportável. Nevava, nevava e nevava. Nunca parava de nevar, mas era normal pois estávamos em janeiro. Procurei pela Taya e reparei que tinha adormeceu em cima da minha ferrejada cama. Tirei o casaco e meti-o no cabide atrás da porta do meu quarto e fui despindo a roupa e vestindo o pijama quentinho da Hello Kitty que fora oferecido pela minha tia já falecida, a irmã da minha mãe. Posei o livro do meu pai na cabeceira de madeira velha ao pé da cama e desliguei as luzes do teto deixando a luz do candeeiro da cabeceira ligada. Deitei-me e sem querer acordei a Taya. Ela olhou para mim sonolenta.

-Desculpa Taya. Volta a dormir.- disse e puxei-a para ao pé de mim e dei-lhe festinhas até ela adormecer. Para minha sorte ela adormecia rapidamente. Cansada, resolvi desligar a luz e adormecer como a minha gata bebé tinha feito e assim o fiz.

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Quarta-feira, 07 de janeiro de 2004

 Acordei com o despertador a apontar que era horas de levantar para mais um dia de trabalho, que para mim era um dia calmo e cheio de histórias. Levantei-me, tomei um banho de água fria devido ao chuveiro ser barato e embrulhei-me numa toalha escolhendo uma roupa normal. Calças de ganga justas, uma camisola quente verde e umas botas que pedi emprestado à Brianna por causa da neve. Escovei o meu comprido cabelo castanho-escuro e fiz um rabo-de-cavalo deixando algumas pontas de fora. Cheguei à cozinha e abri o velho frigorífico sem comida. Suspirei e resolvei ir ao café em frente da biblioteca, mas antes deixei comida para a Taya comer ao longo do dia.

Sai de casa e segui caminho para o café a pé, dado que da minha casa para a biblioteca são 2km. Mas hoje parecia uma eternidade graças ao frio que gelava-me por fora e por dentro.

Entrei no café. Até estava uma temperatura confortável. Estava quentinho.

-Bom dia. O que vai desejar hoje, menina Claire?

-Um copo de leite quente e uma tosta mista. Por favor.

-Claro pode se sentar.

-Ah, eu preferia comer em pé para ser rápido é que aqui bocado tenho que abrir a biblioteca.- enquanto ela fazia as coisas falávamos.

-Mas, oh Claire, não achas que passas muito tempo na biblioteca? Se eu fosse a ti tirava uns dias de férias.

-Passo um pouco, mas esta biblioteca é a minha vida e não quero estar longe dela.

-Hum okay. Aqui tens.- e posou o copo com leite quente e a tosta mista que também se encontrava quente. Comi à pressa, paguei e corri rapidamente para o outro lado abrindo a biblioteca. Encontrava-se gelada, por isso resolvi ligar os aquecedores espalhados pela enorme sala cheia de livros até ao teto. Já não era limpa há meses, mas por enquanto vou deixar estar assim. As horas passam e reparei que era hora do lanche. Nem tinha almoçado, pois estava muito concentrada num livro que fora escrito por Nicholas Sparks. A melodia do Adeus. Que linda história. Sem querer escapou-me uma lágrima. Estava emocionada com a história.

-Estás a chorar, Claire? Qual foi a história que leste desta vez?- e ela cruzou os braços à espera de uma resposta.

-A melodia do Adeus de Nicholas Sparks.- respondi à pergunta de Brianna.

-Não me admira estares a chorar.- disse e fez uma cara de estar pouco impressionada.- Olha tenho aqui o meu vestido.

-Oh, deixa ver!

-Queres ver?

-Claro! Eu quero ver a minha amiga vestida de noiva. Mas aqui na biblioteca não podes. Encontramo-nos depois?

-Okay em minha casa ou na tua?

-Tanto me faz.- disse encolhendo os ombros.

-Então fica combinado. Apareces em minha casa para jantar e assim até me dá mais jeito.

-Podias ter dito logo isso...

-Okay não te esqueças.

-Não me esqueço, vai lá!- e ela saiu correndo. -Não se corre na biblioteca!- gritei para ela e conseguia-se ouvir uma gargalhada dela.

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 Olhei para as horas e reparei que já tinha passado da hora de fechar, mas as pessoas já se tinham habituado que eu me perdia nas horas e nunca fechava na hora e que por vezes fechava muito tarde. Peguei na minha mala, fechei a biblioteca e sai em direção à casa de Brianna. A neve que estava no chão impedia-me que andasse rápido. Já podia observar do fundo a casa dela e estava a atravessar a estrada até que um carro com velocidade parou ao pé de mim não me tocando por uma unha negra.

-Vê por onde andas.- gritou-me o homem cuja a aparência não sabia devido ao gorro e ao cachecol que lhe tapavam a cara.

-Desculpe!- pedi.

-As desculpas não se pedem, evitam-se.- gritou e de seguida volta a acelerar desaparecendo cada vez que acelerava. Continuei a andar, no entanto mais devagar, pois ainda me estava a tentar recuperar do susto. Cheguei a casa da Brianna e toquei à campainha. Ela abri e eu entrei. E omo sempre um cheiro de lasanha entrou-me pelas minhas narinas. A lasanha é a especialidade da Brianna.

-Tudo bem, Claire? Estás pálida.

-Não é nada.

-Tens a certeza?- notava-se na cara dela preocupação.

-Nada, eu só quando estava a vir para cá eu ia sendo atropelada.

-E isso não é nada? Tu ias sendo atropelada! Pelo menos viste quem foi?

-Não! Não dava para ver.

-Okay, mas para a próxima tem mais cuidado.

-Sim, mãezinha.- disse na brincadeira e ela riu.

-Goza, goza.- e dêmos as duas umas gargalhadas.

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