Capítulo 17

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Acordo com alguém a agarrar-me a cintura. Abro os olhos virando-me para esse alguém e vejo uma perfeição à minha frente deitado comigo. Aquilo parecia um sonho. Que era irreal. Tudo fruto da minha imaginação. Toquei lhe na cara e comecei a apertar-lhe as bochechas e o nariz. O mais estranho é que o estava a sentir. Senti cada perfeita imperfeição.

-O que estás a fazer?- disse ele de olhos fechados com a voz sonolenta.

-Estava a ver se eras real!- digo e beijo-o.

-E sou?- diz ele abrindo os olhos e olhando fixamente para mim.

-Sim! E bem real!- rimo-nos. Mas depois lembro-me do que aconteceu ontem. E o meu sorriso desapareceu.

-O que foi?- interrogou-me dando festas com o seu polegar direito na minha bochecha esquerda.

-Sobre aquilo de ontem, eu...- ele interrompeu-me.

-Esquece! E lembra-te eu nunca te vou deixar. Prometo!- eu não tinha palavras para lhe responder, por isso abracei-o com todas as forças que tinha. -Estás-me a sufucar!- disse quase sem ar.

-Desculpa!- e faço um sorriso inocente de uma criança de 3 anos que acabou de fazer uma asneira.

-A tua sorte é seres fofa.- nós rimos-nos.

Vestimos-nos e fomos preparar o pequeno-almoço.

Estavamos a descer as escadas e alguém bateu à porta. Ficamos espantados. Logo no segundo dia já tinhamos visitas?

-Que horas são?- pergunto-lhe indo abrir a porta.

-São 9 horas e 37 minutos.

Abro a porta e uma senhora velhinha vêm à porta. Tinha cabelos brancos, a pele toda enrugada e os seus olhos azuis fracos da idade pareciam que queriam transbordar lágrimas. Ela abraça-me com força como eu fizera com Kendall, até que já estava a ficar sem ar.

-Está-me apertar.- digo.

-Desculpa, Claire. É que estou tão emocionada de te ver de novo. Eu pensava que tinhas saído do país ou outra coisa parecida.

-Desculpe, mas quem é a senhora?- estava confusa e Kendall também e apareceu atrás de mim pondo a mão por volta da minha cintura.

-É normal não te lembrares de mim, pois eu nunca tive muito presente na tua vida, mas parece que estás bem acompanhada. Mas sou eu, Claire! Sou a tua avó! A Anne. A mãe da tua mãe.

Voltei a não ter palavras. Nada saia da minha boca. E é melhor continuar assim antes que diga uma coisa que não deva.

-Entre!- diz Kendall.

-Oh! Obrigado!

-Iamos agora tomar o pequeno-almoço. Já comeu alguma coisa?

-Não, mas eu não quero incomodar.

-Óh, não incomoda nada. Mais uma boca não faz diferença.-digo tentado ser gentil.

-Okay, se não se importam.

-Claro que não, sra. Anne.- Kendall estava a ser muito simpático talvez por ser o primeiro membro da minha familia que conhece. Eu nem sabia que tinha avó.

-Então, avó?- isto ainda soava-me estranho. -Porque é que esteve este tempo toda afastada de mim?

Sentamos-nos as duas à mesa enquanto Kendall arrumava as coisas do jantar que tinhamos deixado desarrumadas e trazia o café, o pão de ontem para torrar, leite e cereais.

-Sabes eu cuidava de ti e da... esquece tu não te deves lembrar, mas cuidava de ti todos os dias! Até que um dia a tua mãe morreu e o teu pai afastou toda a família da tua mãe de ti. Não sei, porquê! E quando eu tentava vir ver-te, ele gritava comigo e ameaçava-me levar-te para fora do país com ele para longe de mim e da tua família materna. Eu não queria que isso acontecesse por isso nunca mais voltei-me aproximar, até que soube da morte do teu pai. Ela morreu no dia...- ela estava a tentar fazer a contas. Kendall senta-se servindo a minha avó e a mim.

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