Capítulo 14

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Esta foto foi num jardim aqui na Suiça! Amo aquele jardim. As flores são lindas!!

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Segunda-feira, 05 de julho de 2004

Acordei com o telemóvel a tocar. Mas quem podia ser a esta hora? Olhei e eram nove horas. Levantei -me sobressaltada. Relembrei que o telemóvel é que me tinha acordado e que continuava a tocar. Era Kendall. E fiz imediatamente um sorriso nos meus lábios.

-Estou?- interroguei.

-Sim, estou!- ele riu-se e eu também.

-O que queres?- perguntei.

-É assim que se trata o teu namorado? Despachando-o?- ele volveu.

-Eu não te estou a despachar!- exclamei.

-Então abre-me a porta.

-Estás aí em baixo?

-Se te pedi para me abrires a porta. Dúh!

-Okay.- disse muito rapidamente desligando a chamada.

Corri até à porta e carreguei no interruptor para abrir a porta lá em baixo e abri a porta ficando à sua espera. Quando ele acaba de subir os 5 andares, pus os meus braços à volta do seu pescoço e ele à volta da minha cintura e beijou-me.

-Pronta para irmos viver juntos?- separamos os lábios continuando abraçados quando  ele perguntou-me.

-Sim, mas preciso de ajuda para levar as malas e as coisas da Taya.

-Fico contente por ser a último dia que vou ter de subir 5 andares. É que isto cansa.

-Faz-te bem, assim ficas mais magro.

-Estás a chamar-me gordo?- ele cruzou-os braços afastando-se de mim. E abanei a cabeça em confirmação. -Estás a falar com o melhor jogador de futebol da escola.- gabou-se. -Afinal, eu sou o Kendall Reay!- e comecei a rir.

-Mas tu nem gostas de futebol!- exclamei.

-Não gosto de ver, mas gosto de jogar.- ele explicou.

Ele entrou pegou nas minhas malas todas e levou pelas escadas. Acho que eram 3 malas grandes e uma pequena. Estava arrumar a casa calmamente até que ouvi um estrondo. Fui a correr até às escadas e pendurei-me no muro olhando para baixo. Só vi o Kendall a pegar nas malas porque as deixou cair. Ri-me com as figuras que Kendall fez a apanhar todas as malas e tentar metê-las em cima dele. (É o que dá tentar armar-se em forte.)

-Para de te rir da desgraça dos outros!- ele mandou gritando.

-Olha os vizinhos!- gritei rindo.

Voltei para casa e peguei na Taya e nas suas coisas e verifiquei-se estava tudo. Depois de verificar pus as chaves e um envelope com o dinheiro da renda na caixa de correio do senhorio que é dono do prédio inteiro. Sai e encontrei o Kendall à minha espera dentro do carro. Entrei com a Taya e ela ficou no meu colo. 

Ontem quando tentava dormir, eu pensei como seria viver com Kendall. Fez-me lembrar os contos encantados em que vivem felizes. E ganhei coragem para comentar sobre um assunto que tinha pensado antes de adormecer.

-Sabes, estive a pensar e acho que não faz sentido dormirmos em camas separadas. Iriamos desarrumar mais.

-Isso é uma desculpa que tu arranjaste! Eu sei o que queres!- ele piscou-me o olho. É sempre o mesmo. Nunca muda.

Chegamos a nossa nova casa. Okay, ainda tenho que me habituar. "Nossa casa." Estas palavras fazem me ficar com borboletas na barriga. Pegamos nas malas e lá vai ele carregado com as minhas malas mais as dele aos trombos.

-Queres ajuda?- pergunto rindo-me por dentro.

-Não!- gritou.

Ele entrou e posou as malas no chão dando de seguida um enorme suspiro. Ele por vezes é tão teimoso que até me irrita. Posemos as malas no quarto, arrumamos as roupas no guarda-fatos e fizemos a cama com novos lençois. Como não tinhamos comida e já era hora de almoço, além de que estava cheia de fome, ele resolveu irmos comer a um restaurante que ele ia muitas vezes quando era mais novo. Demorámos cerca de 8 minutos a chegar e a estacionar.

-"Restaurant Rosengarten".- li a placa do restaurante.

Entramos e pedimos ambos o mesmo menu. Ele conhecia toda a gente que trabalhava lá e chamavam-no menino ou menino Kendall. A primeira vez que o chamaram assim, virei a cara e comecei-me a rir. Têm que admitir é estranho, mas engraçado.

Já estavamos sentados e ele bebia uma cerveja e eu uma água.

-Viste aqueles baloiços no parque aqui do lado?

-Sim...

-Eu brincava lá muito quando era pequeno. Só fazia porcaria. E quando eu tinha para aí uns 7 anos, eu era um pouco gordo...- fazia pequenos gestos para explicar como era gordo. -Então eu e um amigo fomos brincar lá, quando me sentei no baloiço aquilo partiu-se, quer dizer as cordas arrebentaram-se e caí. Nunca mais andei de baloiço até hoje.- desatei-me a rir.

-Ow, adoro andar de baloiço!-faço beicinho.

-Não achas que és um pouco grande para andares num?- ele faz um sorriso torcista. Mas eu ignoro.

-Mas tu eras assim tão gordo ao ponto de sentares num carro de brincar de plástico e partires-o?- ri-me ao imaginar.

-Não! Não partia, porque secalhar não cabia lá, mas aquelas cordas foram estragadas por os miúdos mais velhos e como era um pouco pesado partiu mais rápido.

-Ah!- assenti. -Mas pudemos ir lá, por favor!!- pedi fazendo beicinho outra vez. Ainda demorou um pouco mas ele lá cedeu.

Saimos, pagá-mos e fomos para o parque deixando o carro no parque de estacionamento do restaurante.

-Anda!- peguei na mão dele e puxei-o em direção aos baloiços. Até que ele se apercebeu e lutou contra a minha mão de forma eu o largar.

-Vai tu!! Eu fico aqui a ver!

-Eu não sou uma criança, okay? Para estares a dizer isso.

-Mas pareceu!- ele riu. E eu suspirei.

-Eu só quero apenas ajudar-te a vencer o teu medo.

-Eu não tenho medo de andar de baloiço!! Eu sou corajoso!

-Então demonstra!- pedi.

-Okay!- e lá foi ele para o baloiço andar e até agora estava tudo bem, até que uma rapariga com uma criança ao colo passa por ele e ele caí do baloiço desiquilibrando-se. Fui a correr para ao pé dele. Tenho que admitir que estava um pouco ciumenta.

-Estás bem? O que se passou?

-É-é-é a Vict-vict-ory!- gaguejou ele.

-Ela chama-se Victory e?

-E-ela era mi-minha na-namo-ra-rada a-até te-te co-co-nhecer e eu aban-do-donei quan-quan-do ela es-estava grá-grá...- e não conseguiu acabar a palavra. Ele estava tão pálido, tão fraco. Mas ele está a dizer que ele tem um filho?

-Tu tens um filho?- gritei.

Até tinha medo de ouvir a resposta dele. Mas só sei se ele tiver, esta relação não vai ser a mesma ou então não continuará.

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