Capítulo II

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Pedimos três margaritas no bar, brindamos bem alto e viramos de uma vez só. O meu batom nude deixa marca no copo da bebida.

- Uiii! - Engulo o líquido , dou uma lambida no sal e chupo limão fazendo uma careta. Piscando um olho e entortando a boca e balançando a cabeça.

- Isa, você precisa beber mais, sair mais, pra ficar curtida no álcool, tá fraquinha. - Juliana debocha da minha cara.

- Está mesmo! Que roupa é essa!? Está de terninho e saia lápis numa balada? É isso mesmo que estou vendo?E esse coque? Está tão seria assim, solta esse cabelo, se joga! Isabella Moura, você estava trabalhando até agora!? Por isso você se atrasou!

- Ah nem precisa se justificar. Isabela sinto orgulho de você, de todo seu esforço. Mas fico preocupada com esse teu excesso de dedicação ao emprego esse seu vício trabalhar e trabalhar e...

-Esse discurso eu sei de cor. Jú, agradeço a preocupação, mas precisava acertar umas coisas na empresa, vou mudar de sala, tinha que rever uns relatórios, enviar e-mails, me despedir da minha antiga ...

- Você não tem jeito!- E me lança um olhar duro, me sinto como uma menininha que está levando bronca da mãe.

- Deixa disso,meninas! Isa, solta esse cabelo e faz carão. Jú, deixa a Isa em paz, ela gosta do que faz, embora eu também penso que...

Pego as duas pelas mãos e as puxo para pista de dança. Desfaço o coque que deixa meu cabelo com ondulações tipo Gisele Bündchen, sou negra tenho o cabelo longo e crespo, faço escova e progressiva para deixá-lo liso, confesso que isso meio que me incomoda internamente, mas não consigo assumir os cachos, entrei na transição diversas vezes, a raiz vai ficando alta e sempre corro pro salão. Subo a saia preta para ficar um pouco mais curta, abro alguns botões da blusa social branca, a maquiagem é sombra marrom esfumada, delineado de gatinho bem puxado e muito rímel, para valorizar o olhar, sapato de salto alto preto para fechar.

- Aê... agora sim!

Dançamos como se não houvesse amanhã ao som de The Chainsmokers, sertanejo universitário, eletrônica, o lugar é ótimo! A balada é bem eclética. Tiramos algumas selfies. Desço até o chão, fazemos trenzinho, me acabo! Tento fazer "aquela sarrada no ar", e cabo virando pé, mas não deixo isso me abalar e continuo dançando, hoje a noite é nossa! Nessa altura já estou meia alta. Saímos da pista as gargalhadas. Voltamos ao bar, tomamos mais alguns drinques. Nos sentamos e pedimos água, para hidratar eliminar um pouco do álcool do organismo e porque acho que já estou alegrinha. Começa a tocar Ed Shereman- Give me love.

- Adoro esse cara! Ed um beijo na sua boca, seu ruivo lindo! - Jú romantiza

- As músicas que ele canta são lindas. Quero entrar no meu casamento com essa música.- Carol diz exibindo o seu anel de diamantes de noivado, suspirando. Carol é designer de sapatos, e está na pós graduação em designer de joias como hobby, apesar de desenhar joias lindíssimas, seu o noivo Carlos Eduardo, o Cadu fez questão ele mesmo escolher uma anel que combinasse com a personalidade e essência da Carol. Cadu era vizinho da Carol na adolescência e sempre nutriu sentimentos por ela, entretanto ela se fazia de desentendida, ele é nerd e Carol é festeira, dizia que nunca ia dá certo, mas como dizem, por aí , os opostos se atraem. Carlos entrou em sua vida quando o babaca do Pedro passou dos limites. Ela tinha um relacionamento abusivo, ela sempre fora namoradeira, uma romântica incorrigível ,quando conheceu o Pedro teve uma paixão avassaladora. Ele era possessivo, apesar ser uma família de classe média alta, ser bem educado, estudar na USP direito, se comportava como um verdadeiro imbecil. Ia com aquela maldita moto barulhenta dos infernos até nossa escola e a rondava , por muitas vezes se escondia e ficava vigiando a Carol de longe, ligava pra garota de hora em hora. Suas atitudes possessivas me arrepiava.

Seu SorrisoOnde histórias criam vida. Descubra agora