Questionamento

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  No Restaurante...

Boa Tarde senhores! Posso anotar seus pedidos? - Um garçom jovem e de sorriso simpático nos atendeu.

Sim. Vou querer...- Will estava engraçado fazendo careta ao olhar os pratos que serviam no menu.- Gostaria do numero 2 e uma porção extra do numero 8, acompanhamento pode ser salada.

E o senhor? - Ambos olharam para mim que estava ainda escolhendo- Bom, eu aceito o numero 2 e 3. Ah,quero muito essa porção de batata-frita.

Will e o Garçom estavam rindo discretamente da forma que falei.

E para beber?

Hum...duas latas de Coca-cola por favor.- o garçom anotou os pedidos e se retirou avisando que logo mais voltaria.-Como foi lá na faculdade?

-Praticamente normal, assistimos uma palestra.- lembrei dos convites recebidos e tratei de tira-los da cabeça.

Palestra sobre o que?- perguntou interessado.


LGBTFOBIA.- falei voltando meus olhos aos seus.

Legal, é algum tipo de projeto?- ele cruzou os braços se confortando na cadeira macia.

É que um dos alunos foi encontrado espancado no banheiro, suspeitam que tenha sido pela sua opção sexual- Will me olhava assustado, talvez com medo de que possa acontecer isso um dia comigo.

Um silencio se alastrou e eu tive que o quebrar.- E como ta sendo no exercito?

Will demorou um pouco para me responder mas falou- Esta indo muito bem.- Ele estava distante, seu corpo ali mas sua mente estava pensando em algo. algo que o estava atormentando. Will continuo a olhar para a mesa voltando a se perder em pensamentos.

Willian, o que aconteceu?- perguntei aflito.

Não aconteceu nada. Só estou cansado.- Ele olhou para mim e sorriu tentando disfarçar a sua tristeza.

Willian eu te conheço, sei quando você esta mentindo, seja lá o que for pode me contar.- Will agora olhava em meus olhos, vendo que eu estava preocupado. Ele apoiou seus braços na mesa, agarrando as minhas mão e disse.- Promete sempre me contar tudo? Mesmo sendo algo que eu não iria entender você promete me contar?- ele me olhava serio, como se estivesse mais suplicando do que perguntando.

-Tá Willian, eu prometo. Mas você vai ter que me contar por que ficou assim de repente.- falei apertando docemente suas mãos ásperas.

-É complicado, preferiria te contar depois.- ele soltou minhas mãos e me deu um sorriso triste.

-Ok will. mas seja lá o que for, eu estarei sempre aqui para te ajudar.- o garçom voltou com os pratos nos servindo e se retirou para buscar o que faltava.

-Parece estar delicioso- will falou enquanto pegava os talheres para comer

-Sim. Mas o que eu queria não posso.- falei tentando transparecer malicia em minha voz.

Will me olhou percebendo e soltou um leve sorriso safado dizendo- Biel, não me provoque...eu posso te arrastar para o banheiro e...- o garçom apareceu assustando-nos que agora riamos se perguntando em pensamento se ele tivera ouvido.

-Se quiserem mais alguma coisa é só chamar.- ele prontamente foi sem esboçar nenhuma reação com o que talvez tenha ouvido.

-Ta vendo o que você faz?!- dizia Will em tom de brincadeira- Sera que ele ouviu?

-Espero que não.- Eu ainda ria mesmo estando com vergonha de rever o garçom.


O almoço transcorreu tranquilo e calmo, Eu e Willian conversamos bastante antes dele voltar a força armada. Ainda me intrigava o porque de will ter mudado tão de repente, mas como ele mesmo disse, "é complicado", mas eu não deixarei de saber o motivo.

-Tchau Willian...- eu dizia meio tímido o encarando.

-Tchau Biel. Não esquece de ir lá em casa hoje.

-Não vou. Quando você chegar me liga para mim saber que horas ir.

-Pode deixar.- ele me encarava como se fosse a ultima vez que iriamos no ver.

-O que foi?- perguntei ficando corado com os olhares incessantes de Will

-É que eu queria tanto poder te tocar agora, te beijar, sentir seu corpo contra o meu. - ele falava sereno, com uma calma que fazia meu mundo parar só para ouvir-lhe.

-Eu queria fazer o mesmo, mas estamos em publico e você sabe que não podemos.- desviei meu olhar dos seus e vi meu ônibus vindo.

-Sim, eu entendendo. Mas poderemos fazer quando você for em minha casa hoje.- Agora o sorriso safado estava evidente.

O ônibus que eu pego chegou e desceu alguns passageiros. Antes de ir dei um longo abraço em Will que colocou suas mãos em minha cintura quase tocando em minhas nádegas. Corri para o ônibus que já estava de saída e dentro do mesmo pude ver Will parado vendo-me se afastar cada vez mais...

Willian

Estava tendo um longo dia nos serviços do quartel que não tive tempo de parar nem para ir ao banheiro, aproveitei essa necessidade de ir e iria mandar mensagem para Gabriel que a essa hora deveria estar na faculdade. Enquanto urinava peguei meu celular e digitei.- Bom dia meu amor. Me desculpe falar com você só agora é que ta corrido o treinamento aqui.

-Bom dia meu amor. Eu estava com saudades mas tudo bem.Posso ir a sua casa hoje?

comecei a me lembrar da ultima vez que havia feito amor com Gabriel e meu pênis começara endurecer enquanto ainda solto jatos fortes de urina.-Claro. A gente poderia ir almoçar juntos. Eu te pego na faculdade,tudo bem? - Do jeito que eu estava de pênis ereto com certeza iria te pegar na faculdade...

-Então fechou. Quando estiver vindo a caminho me mande mensagem.

-Esta bem. Beijos e boa aula.

-Obrigado e tenha um ótimo trabalho você também. beijos!

Desliguei meu celular e dei descarga. Meu pênis ainda estava ereto, eu estava prestes a me masturbar ali mesmo mas ouvi vozes adentrando ao banheiro e tive que desistir de tal vontade. O bom é que Gabriel ira receber bem mais esperma em sua bunda redonda e perfeita.- me peguei rindo com meus pensamentos e prontifiquei-me de guardar meu membro e sair enquanto os rapazes que adentraram ao banheiro não saiam e vejam ele com o enorme volume ainda em sua calça do Exercito estilo Rip Stop. Lavei as mãos e sai voltando ao meu árduo treinamento.

12:00h

Fui liberado para almoçar mas antes de ir teria que tomar um banho pois meu corpo e minha roupa estão sujas de lama e suor.

Quando adentro ao banheiro vejo um grupo de 5 homens bem musculosos e só de cueca que me olharam e nem ligaram para minha presença. Eles continuavam em pé cercando um outro rapaz, magro de cabelos loiros, com sua pele branca e olhos azuis.  Seus olhos estão cheio de lagrimas, sua face ao olhar para mim é de quem pede e clama por socorro, eu não entendia o que estava prestes a acontecer ali até que um deles observando-me, falou- Vai ficar ai olhando ou vai ajudar a bater nesse viadinho?

Bater nele? Mas por que? O que aquele garoto teria feito de mau que merecia apanhar? - Ou, Seu soldado de merda, responde ou você também quer apanhar?- -o mesmo que havia me feito a pergunta antes que eu não ouvi pois ainda estava em choque refez ela e eu sai de meu transe e pensamentos respondendo-o- N-Não! Quero dizer... bater nele?

-Isso, nós vamos bater nele, esse viadinho acha que nos engana, mas descobrimos que ele é uma bicha que adora da o cu!- falou o cara mais forte do grupo, pegando no cabelo do menino loiro indefeso no chão e puxando com força. Todos os outros riram enquanto eu permanecia imoveu com o que estava prestes a acontecer e que agora eu sabia que se não concordasse com eles eu apanharia ali também, mesmo eu sendo grande como muitos deles não conseguiria bancar com os cinco, e pior seria eu apanharia do sargento que coordenava a gangue.

-Não, eu não quero participar disso- falei firme.

-É claro que quer, você é homem e homens de verdade não aceitam esse tipo vermes nas forças armadas, muito menos no exercito.- ele falou rindo como se aquilo fosse de se orgulhar.

-S-Sim. M-Mas...eu... não quero fazer parte disso.- eu estava gaguejando e com medo.

-Você que sabe, então deixa que a gente faz. - apos falar ele chutou o rosto do menino que com o impacto começou a sangrar e se ouvia ao longo o som que fez a perna do sargento acertando o rosto do menino. Todos voltaram rir e eu permanecia ali imóvel, horrorizado com a cena e querendo fugir dali o mais rápido possível. Comecei a dar pequenos passos para trás e vi que os outros 4 rapazes que até então não faziam nada, começaram a bater no jovem, Chutes, Socos, sangue para todo lado, o garoto jogado parecia morto, se não estava iria estar pois agora recebia fortes chutes em sua cabeça. esbarrei em algo que estivera atras de mim, era porta, a abri devagar e sair correndo dali ouvindo as risadas do sargente se divertindo com o que estará fazendo.

Entrei em outro vestiário e este estava vazio, meu coração batia forte, ainda via o jovem sendo pisoteado, o sangue, o som de seus ossos se quebrando, seus olhos fechando lentamente. Entrei em uma das cabines com chuveiro e o liguei na esperança de que aquilo não fosse real, de que tudo foi um sonho. Alguns minutos se passaram e eu sai, minha pele enrugada com o tempo permanecido na aguá, me sequei, peguei minhas coisas e fui para a faculdade de Gabriel, encontrar nele um conforto para me livrar desses pensamentos, eu jamais iria contar isso a ele mas poderia sempre me sentir leve, Gabriel me da essa sensação de que não importa o que aconteça a gente pode resolver.

Mandei mensagem avisando que estava a caminho- Biel, já estou a caminho.

-Esta bem, estou saindo aqui.

Desliguei a tela do celular e os pensamentos voltaram, me fazendo lembrar do jovem. Eu teria que me livrar dessas lembranças, Gabriel iria suspeitar de meu jeito e faria diversas perguntas.

No restaurante...

O garçom anotou nossos pedidos e se retirou nos deixando a sós. - Como foi na faculdade?

-Praticamente normal, assistimos uma palestra.

- Palestra sobre o que?- me fingi interessado.

-LGBTFOBIA

-Legal, é algum tipo de projeto?- perguntei tentando transparecer suavidade mas meus pensamentos não me deixavam e a tensão era muito grande.

-É que um dos alunos foi encontrado espancado no banheiro, suspeitam que tenha sido pela sua opção sexual- meu coração começou a acelerar, a cena vinha forte em minha mente, voltei a ficar assutado. Gabriel puxava assunto comigo e eu respondia mas minha cabeça ainda estava rodando e a fita que sempre voltava é sangue e sentimento de culpa. se fosse Gabriel ali? Eu teria o ajudado? meu amor é tão forte que eu permitiria apanhar junto com ele? Sim, eu seria corajoso, sempre fui um irmão mais velho para ele, o protegendo de tudo e de todos, eu não conhecia aquele garoto que apanhara no vestiário, então por que isso me assombra? Estaria eu me sentindo culpado por não fazer nada? Ou sera que o meu medo é de os agressores venham se certificar que eu não vá contar nada?

O almoço ocorreu bem, consegui distrair Gabriel e permanecer tranquilo por alguns instantes, como no mico com o garçom.

-Tchau Willian...-


-Tchau Biel. Não esquece de ir lá em casa hoje.

-Não vou. Quando você chegar me liga para mim saber que horas ir.

-Pode deixar.- eu o olhava, esperançoso de que ele nunca saia de minha vida.

- Que foi?- perguntou ele ficando vermelho com os olhares

-É que eu queria tanto poder te tocar agora, te beijar, sentir seu corpo contra o meu. - falei sendo sincero.

-Eu queria fazer o mesmo, mas estamos em publico e você sabe que não podemos.

-Sim, eu entendendo. Mas poderemos fazer quando você for em minha casa hoje.- falei maliciosamente

Gabriel entrou em seu ônibus e eu puder ficar e o observar partir.

Gabriel

Cheguei em casa e a mesma esta vazia como sempre, já havia almoçado então só subi e fui direto a minha cama dormir mas as palavras de Will querendo o beijar na rua me deixou aflito, Will estava cabisbaixo e passou o almoço todo viajando em pensamentos mas sei que ele me ama e só deve estar passando pros problemas em seu trabalho.- Com este pensamento, adormeci.

Quando Estiver SóOnde histórias criam vida. Descubra agora