Coreia, 1930
O sorriso satisfeito no rosto de Son Taejo era por conta de suas mãos calejadas estarem carregando algumas sacolas cheias de comida para sua família.
O homem que tinha cabelos negros e volumosos era jovem, nem sequer tinha completado trinta anos ainda, mas já possuía marcas de expressão em seu rosto e a pele um tanto queimada do sol, por conta de seu exaustivo trabalho na produção de chá.
A vida como um agricultor de chá não era das mais fáceis, o trabalho era muito e o dinheiro era pouco, mas ainda assim ele agradecia por conseguir sustentar sua família.
Taejo se sentia um homem abençoado, apesar de tantas dificuldades. Ele não se importava de trabalhar desde antes do nascer do sol até o pôr do mesmo, pois sempre que ele chegava em sua casa era recebido com um forte abraço e o sorriso mais sincero que ele conhecia: carinhos de sua filha Chaeyoung, de oito anos, que fazia qualquer esforço valer a pena.
E naquela tarde não foi diferente, pois assim que ele chegou em casa logo viu sua menina tão pequeninha e de cabelos longos e castanhos e longos vir correndo em sua direção e lhe dar um abraço caloroso.
"Papai!" Taejo nem sequer tinha fechado a porta quando a menina abraçou sua cintura com grande entusiasmo.
"Deixe seu pai entrar em casa, minha filha" Sunae, a esposa de Taejo disse assim que avistou o marido entrando em casa. "Eu te ajudo a levar essas sacolas para a cozinha"
Sunae era uma bela moça, com seus cabelos castanhos escuro na altura dos ombros. Seu sorriso era marcante, e foi com ele que ela ganhou o coração de Taejo, além de possuir uma pequena pinta próxima da boca. O engraçado era que sua filha também tinha uma pinta no mesmo local, o que chamou a atenção de seus pais desde o seu nascimento. Um charme que foi passado de mãe para filha.
"Espere, tem um presente para Chaeyoung aqui" os olhos da menina até brilharam quando ela ouviu essas palavras de seu pai. Presentes não eram comum na casa da família Son, nem mesmo em datas importantes como aniversários.
"Presente?! O que é, papai?" Chaeyoung perguntou, dando pulinhos de animação. Sunae pegou uma das sacolas, enquanto Taejo tirou da outra um bloco de folhas de papel, um pincel e um pote de nanquim.
"Quero que você faça um desenho bem bonito de todos nós juntos, certo?" Taejo falou sorrindo, enquanto Chaeyoung ainda mal podia acreditar no que estava diante de seus olhos. "Um desenho lindo para nos pendurarmos na parede igual a um quadro"
"Eu vou desenhar todo mundo, papai!" Chaeyoung com uma animação sem igual, ainda pulando. "Vou desenhar você, eu, a mamãe e até a vovó!"
"Então, aproveita e vai lá mostrar para a vovó o presente que o papai te deu, filha" Sunae falou para a menina que prontamente obedeceu a sua ordem e correu para o quarto onde sua avó, já enferma, ficava. "Só não faça muito barulho, Chaeyoung."
"Tudo bem, mamãe." A menina respondeu enquanto começou a caminhar lentamente, para evitar fazer barulho.
Assim que entrou no aqui, Chaeyoung se aproximou da cama onde sua avó, mãe de Taejo, uma senhora já bem franzina, frágil, rosto pálido e olhos fundos estava deitada.
"Vovó" Chaeyoung falou baixinho, se aproximando de Boram. A mulher abriu os olhos e sorriu ao ver sua neta. "Vovó, olha o que eu ganhei do meu papai" A menina exibiu orgulhosa o presente que Taejo lhe dera. "Vou fazer um desenho bem bonito de nós quatro, eu, a senhora, mamãe e papai"
"Eu sei que vai ficar lindo, meu tigrezinho" Boram disse, com um sorriso cheio de ternura nos lábios. Chaeyoung com todo o cuidado do mundo, se sentou na cama ao lado da avó, e começou a desenhar sua família tão simples, porém feliz.
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Powerful
Hayran KurguDurante o domínio japonês na Coreia, entre 1910 e 1945, a família Son é brutalmente atacada por soldados japoneses. A jovem Chaeyoung, a única sobrevivente, é levada para servir a família de Myoui Haru em Osaka, Japão. Lá, ela conhece outros coreano...