Tela

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Uff...Dez da manhã e eu parado na porta de casa
As folhas amareladas começam a cair, outono, sinal de que já tinha chegado outono
Eu na porta de casa, vendo as folhas a cair, e tentando lembrar-se de uma memória que fora apagada
O meu hábito de tentar me agarrar ao passado, devia é estar preocupado, dez horas que não como nada

Em casa não há ninguém, puxo um cigarro, tiro o isqueiro, acendo, e o ponho na boca
O médico disse que isso podia matar-me, mas bem que aquela loira era pior que essa droga

Lembro que eu sempre andava atrás dela
Cabelos loiros, estatura média, sorriso lindo, ela era como uma droga para mim, mais uma daquelas drogas saídas de uma novela

Ela era a minha droga, eu era o seu erro correto, e uma tela
Sim uma tela, era o que ela gostava de me chamar, ela dizia, que eu era branco que nem uma tela, onde ela deixava todos os seus medos e inseguranças

Onde havia sempre um espaço em branco, onde ela escrevia as suas orações e deixava suas esperanças

Sorrio um pouco, pois lembro que ela foi embora com todas essas palavras e deixou essa tela de novo em branco
Dois anos depois, ela aparece na minha porta, no dia dos meus anos...

Ufff.. Esse dia foi complicado, chato, uma colisão entre o presente e o passado
Mas deixei o passado de fora
Fiquei com os cigarros, e livrei-me daquela loira droga

Mando o fumo para o ar, sento na porta de casa, e fico lá durante uns cinco minutos
Puxo a carteira, e vejo poucos números...

O telefone toca, uma mensagem da Danny dizendo que tou esquisito
Mas eu sempre fui, ela encontrou-me com os meus problemas e decidiu ficar, decidiu que era o destino

Ela sabia que eu me isolava, e era autodestrutivo
Mas eu gostava dela, era chata, não me deixava em paz, talvez ela fosse o meu destino

25 anos e o cabelo já tava ficando grisalho
O telefone toca e era a Danny outra vez
Quando eu a conheci, a minha vida decidiu ir por um atalho
Algumas coisas mudaram em mim, não fui eu, tudo isso tinha sido ela

Mas não tudo, pois na segunda mensagem, ela dizia que espera que eu não estivesse a pensar no fim.
Algumas vezes eu pensava em acabar tudo sim
Mas eu não podia ir, eu não podia apenas ir embora, eu adorava aquela conversa
Mas eu tava com medo, eu tinha medo que ela fosse embora, pois ela havia se tornado a minha tela...

Por ----Ghostwritter----

As Minhas Notas( A Vida De Daniel Richard)Onde histórias criam vida. Descubra agora