Depois dos 30 ( Aos 30 pt2)

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Não, eu não quis nada disso

Eu queria que ela ficasse, eu quis um destino com ela

Talvez mais que isso, eu quis uma casa e filhos

Essas palavras parecem vazias, provavelmente é porque são, por vezes a vida é pior que uma telenovela

E mais uma vez a covardia não deixou-me encarar-lhe, ela deve estar arrependida

De me ter conhecido, de me ter mostrado a sua vida

O John disse-me que eu não devia ligar, o Bob deu-me o número

Dois anos se passaram e eu ainda penso no nosso casamento

Ainda lembro da imagem dela, com o rímel desfeito e um dos anéis no dedo

Não havia desculpas, não havia perdão, nada iria mudar o que tinha acontecido

Na mesma noite meti-me a beber que nem um louco, imaginando um outro desfecho

Bati o carro contra uma árvore, não sei até agora qual dos eventos foi o mais fatídico

Depois de dois meses no hospital recuperando eu já conseguia andar

Eu pensei em ir ver-lhe, cheguei até a porta, mas não toquei a campanhia

Congelei na porta, que história iria inventar, que explicação iria dar

Mas decidi ir embora, decidi, não por covardia, mas porque ela tinha campainha

Eu não sabia quem era, mas pela janela pareciam íntimos

Acho que ela havia arranjado um novo destino, foi o que pensei enquanto olhava pela janela

Eu não tinha o direito de tocar a campainha, e estragar aquele momento

Eu não tinha nenhum direito, talvez dessa vez ela tenha conseguido alguém que fosse aparecer no seu casamento.

As Minhas Notas( A Vida De Daniel Richard)Onde histórias criam vida. Descubra agora