Cap 5

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Voltei! Tive alguns problemas pessoais e por isso dei uma sumida. Vou continuar as postagens semanais do livro até o final 😘

Lorena

Me apoiei em um carro que estava estacionado. Cansada, machucada, ferida por dentro.
Sem saber o rumo que minha vida tomaria, fiquei absorta de tudo que acontecia a minha volta, até enxergar aquele olhar.
Sem medo de me perder, o encarei e diferente de tudo que era expresso no seu corpo e sua forma de ser, encontrei medo, vergonha....e encontrei dor.
Me senti tão tocada, porque aqueles sentimentos eram os mesmos que tomavam meu coração. Senti vontade de correr ao seu encontro e me aninhar nos seus braços.
Inconformada com o pensamento, desviei o olhar. Aqueles caras eram o inimigo. Eles que acabariam com minha vida em breve. Ele não era um anjo!
Como se lesse meus pensamentos, veio em linha direção e furiosamente me pegou pelo braço, arrastando meu corpo pela multidão como se eu fosse um mala, sem importância.
As pessoas continuavam gritando, o poder que ele exercia sobre as mulheres era algo que me enojava. Não sei o porque.
Elas se matavam por um olhar dele, que parecia absorto, sem se importar com nada, abriu a porta do carro, me empurrando para dentro.
Depois de fechar a porta com violência, deu a volta e se sentou ao volante, saindo feito um louco do meio da multidão.
Quando já estávamos longe o suficientes da multidão, para que sua voz fosse audível, falou:
- coloque os cinto.
Sua voz era fria, como tudo nele. Desejei que ele me olhasse, já que seus olhos eram as únicas coisas que tinham vida dentro daquele homem.
Em silêncio, o carro foi se afastando, deixando para trás aquela competição. Ja tinha um vencedor e eu era o prêmio.
Quanto mais ele acelerava, mais meu coração batia freneticamente. O medo tomando conta de cada pedaço do meu ser.
Onde ele me levaria? O que faria comigo? Eu sobreviveria a todo aquele horror? Amanhã seria outro homem? Quantos mais?
Comecei a tremer diante dos pensamentos, virando o rosto para que ele não visse as lágrimas que deixei caírem lentamente.
Fechei os olhos e abracei meu corpo. A dor era tanta. Nada é mais difícil que perder todos os seus sonhos.
- você está bem?- ele perguntou.
Minha vontade era gritar que estava ótima, que ele fazia parte de todos que estavam destruindo a minha vida e isso me deixava feliz! Idiota! Mas me conformei em ficar em silêncio.
O silêncio, deve ser o seu melhor amigo na hora da dor.
Reparei que entrávamos em um condomínio de luxo. As casas todas como das novelas que assistia quando tinha tempo e ilusões.
Ele esperou o portão eletrônico de uma delas se abrir e entrou na garagem.
Esperei ele sair do carro e rapidamente enxuguei minhas lágrimas. Torci para que minhas pernas fossem capazes de obedecer meu comandos, o que eu duvidava.
Diogo abriu minha porta. Congelei.
- está machucada, olha pra mim?- pediu, com voz mais branda dessa vez.
- estou bem. Nada que vai atrapalhar sua noite- respondi como deveria ser uma verdadeira prostituta- só me de um minuto para me recompor e estarei ao seu dispor.
Escutei um estrondo. Fechei os olhos com medo. Mas de que adiantaria? Tinha que encarar a realidade.
Quando abri, vi o sangue escorrendo das mãos dele e olhei chocada para vidro estilhaçado do carro que estava estacionado ao lado.
Dessa vez, tive certeza de que não conseguiria sair do carro. Meu corpo tremia como convulsões.
Parecendo perder qualquer vestígio de autocontrole, Diogo agarrou meu braços e me tirou para fora do carro.
Fui conduzida para dentro da casa, praticamente sendo arrastada até um quarto. Ele me soltou quando entramos lá.
- eu não toco em mulheres a força, entendeu?- ele gritou, apontando o dedo ensanguentado para o meu rosto.
Assenti com medo, engolindo as lágrimas. Se eu chorasse agora, tudo poderia ficar pior. Meu Deus, eu estava apavorada.
- você devia ter vergonha de se colocar como um produto à venda, se entregar para esses homens como uma vadia- ele começou as desferir as palavras, que me atingiram como um soco- posso ser um filha da puta qualquer, um imbecil, eu posso ser tudo, mas nunca um covarde que toca em uma mulher a força.
Me olhando atentamente, o olhar suave que se encontrava ali tinha ido embora e só restava ódio.
- eu não tive escolha....- sussurrei em minha defesa.
- sempre se tem uma escolha. Tenho nojo de pessoas como eles, eu tenho nojo de você- seus olhos eram um lago congelado- vai ficar aqui nesse quarto, vou mandar roupas limpas e comida.
- não precisa se incomodar. Já que não tenho proveito para você, pode só me deixar sair. Sei me cuidar- falei, recobrando as forças que sempre tive. Ele não ia me tratar dessa forma. Eu não deixaria.
- sabe se cuidar? Você acabou de se meter na maior encrenca da sua vida. Aqueles caras lá matam eu e você, se desaparecer daqui. NÃO TEM COMO FUGIR- gritou novamente, passando as mãos pelo cabelo- você vai ser de alguém, então comece a rezar hoje para que eu ganhe todas as corridas, ou está ferrada.
Mais? Sorri ironicamente.
- e quem me garante que você é o melhor prêmio?- falei o desafiando- vou rezar para ficar com você e porque não os outros?
Ele parou abruptamente. Estava machucado, furiosos.
Me arrependi das minhas palavras. Não estava em posição de ficar bancando a garota durona ou desafiadora.
- eu deveria te jogar nessa cama agora e aproveitar o meu prêmio. De tantas maneiras que mesmo a contragosto, você pediria por mais no final. Se eu te beijasse agora, mesmo me odiando, poderia escutar de longe seus sussurros e tenho certeza de precisaria segurar seus braços para não desabar- com os olhos sombrios me encarando, ele veio vagarosamente andando em minha direção. Acuada, fui me afastando em direção à parede.
- se- ele continuou- eu só sussurrasse besteiras no seu ouvido, você gritaria meu nome nos seus sonhos- ele parou, abrindo um sorriso perverso. Minha respiração parou diante da cena e agradeci a parede que me encostei para não cair- eu não vou fazer nada disso. Vou cuidar para que você fique livre no final como eu prometi, porem, não importa o que eu faça com você, doce garota. Tudo vai ser a sua melhor recompensa- com a mão que não estava machucada, ele tocou meus lábios- eu sou o melhor prêmio de todas as garotas.
Então se afastou e saiu, me deixando completamente arrasada, confusa, irritada e....apaixonada.

Inexplicável amor  (degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora