Guarded

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Dias Atuais

Peeta

"...But I can't be whole until I let all this anger go,
A silent strain I've carried long enough..."

Kevin Daniel

***

– Eu sabia que iria te encontrar aqui. - Peeta ouviu a voz de seu pai dizer. Então olhou para trás e sorriu.

– Você sabia? Como? - Perguntou curioso.

– Você sempre usou esse lugar para se esconder da sua mãe, quando criança. - Contou Rodrick ao se aproximar do filho. - E, eu tenho uma leve suspeita que você sempre gostou da vista.

Ele estava certo.

Peeta realmente veio até a varanda da cobertura, para se esconder de sua mãe e desses jantares horríveis que ele não podia mais suportar, mesmo tentando muito por causa do seu pai. Mas, a cada ano que se passava estava ficando ainda mais difícil comparecer e fingir que tudo em sua vida estava bem.

Claro que ele também vinha, até está varanda, pela vista, ele tinha que confessar que a vista da Capital na cobertura do prédio onde seus pais moravam realmente era linda.

Ele até mesmo tinha alguns quadros pintados daquela visão.

Durante o amanhecer e no crepúsculo era um verdadeiro choque de cores.

– É verdade, o senhor me conhece muito bem. - Respondeu Peeta, depois de dar um sorriso triste. - Como estão as coisas lá embaixo?

– Muito bem, sua mãe está dando um sermão em Vaator sobre a importância de se usar uma grava apropriada em jantares noturnos. - Disse Rodrick com um leve ar de irritação na voz. - As vezes eu me pergunto se tudo não seria melhor de tivéssemos ficado no Distrito Doze.

– Ela seria um pesadelo lá também. - Peeta não pode evitar o cinismo em sua voz.

– Eu tenho certeza que sim, mas teríamos escolha de não usar gravata nos jantares de família. - Dizendo isso seu pai afrouxou a gravata vermelha que usava.

Peeta riu sem humor e depois deu mais um gole no copo de uísque que segurava na mão esquerda. A bebida desceu queimando em sua garganta, mas ele quase não notava o gosto ruim. Depois de um suspiro cansado ele olhou para o céu, chuva se aproximava da Capital, grandes nuvens cinzentas cobriam o horizonte.

Nuvens cinzentas como os olhos de tempestade de Katniss.

– Você está infeliz. - Afirmou Rodrick encarando o filho. Seus olhos sérios e preocupados.

Peeta encarava os olhos azuis de seu pai, olhos que eram iguais aos seus próprios. Ele tinha sido o único de seus irmãos a nascer com olhos azuis. Seus irmãos mais velhos tinham os olhos castanhos de sua mãe.

– Eu estou bem. - Mentiu ele.

– Onde esta Glimmer? - Perguntou Rodrick ao apoiar a lateral de seu corpo na balaustrada da sacada. - Já faz algum tempo que eu não a vejo.

– Glimmer está em casa, eu acho. - Respondeu Peeta depois de dar outro gole em seu copo de uísque. - Nós estamos brigados.

– Eu entendo. - disse Rodrick, e Peeta pode ver um lampejo de pena nos olhos dele, uma coisa insuportável de ver em seu próprio pai.

Os dois ficaram em silêncio por alguns minutos. Estar na presença de seu pai nunca tinha sido desconfortável. Mas, agora era.

E ele já estava decidindo entrar novamente na casa de seus pais quando algo surpreendente aconteceu.

Amarras do passadoOnde histórias criam vida. Descubra agora