Passado - 2 MESES DEPOIS
Katniss
"...Caught in the eye of a hurricane
Slowly waving goodbye like a pageant parade
So sick of this town pulling me down
My mother says I should come back home
But can't find the way 'cause the way is gone
So if I pray am I just sending words into outer spaceHave you ever been so lost?
Known the way and still so lost?
Another night waiting for someone
To take me home
Have you ever been so lost?..."Katy Perry
***
– Katniss, sua louca. Você vai dobrar hoje também? - Sou surpreendida com a voz aguda e irritada de Johanna Mason as minhas costas. Me viro e a encaro solenemente.
Minha colega de apartamento e de trabalho é como um predador faminto, você tem que sempre saber a hora exata de manter os olhos focados nela e quando deixar de olhá-la. Ela sempre está atenta, é muito observadora. O que me irritava um pouco no começo de nossa frágil convivência, talvez ambas sejamos muito parecidas, mas o fato é que depois de dois meses morando com ela, tudo o que posso dizer é que me acostumei com suas crises malucas e seu olhar atento.
Sei que não é algo pessoal. Johanna age assim com todos que conhece.
– Vou sim. - Respondo resoluta enquanto equilibro uma bandeja grande com vários pratos de hambúrgueres com batatas fritas para os clientes da lanchonete onde trabalho. A Clont's era uma ótima lanchonete. - Vou fazer algumas horas extras.
– Qual é o seu setor hoje? - Ela me pergunta com um olhar reprovador digno de esfriar a alma de uma pessoa fraca de espírito. Como esse não é o meu caso apenas sorrio de modo inocente para ela.
Johanna apenas continua a mascar o seu chiclete de morango enquanto aguarda a minha resposta. Ela está vestida com o uniforme da Clont's. Eu visto o mesmo que ela.
O uniforme de garçonete que usamos consiste em um vestido verde selva que vai até os joelhos, bem acinturado e com decote generoso na parte da frente e mangas curtas com o símbolo da lanchonete costurado no ombro esquerdo e a bandeira do distrito sete costurada no ombro direito, sapatilhas pretas resistentes e um pequeno broxe com o nome de casa um sob o peito ao lado do coração. Um uniforme horrível, com um tecido que pinica a minha pele.
– Lateral esquerda e setor de bar, e você? - Pergunto ao dar a volta em algumas mesas e anotar alguns pedidos.
– Lateral esquerda e bar. Vamos trabalhar juntas hoje, Kateimosa. - Riu-se Johanna. - Quer apostar de ganho mais gorjetas que você? Podemos tomar uns drinks naquele bar cheio de gostosos, depois do trabalho?
– Você não vai ganhar mais gorjetas que eu, estou trabalhando desde a abertura e já peguei o café da manhã e o almoço do Clont's. - Digo para ela ao voltar para pegar sucos e refrigerantes para uma mesa cheia de adolescentes. Quando passo por Johanna mostro a minha língua para ela. - E você sabe que não bebo, não quero ir atrás de homem nenhum.
– Medrosa e é você que está perdendo, tem certeza que não é lésbica? Desde que veio para cá eu nunca vi você sequer olhar para nenhum homem e olha que você tem uma legião de fãs por aqui. - Escute Johanna rindo atrás de onde estou, ela também começou a atender algumas mesas.
Eu me recuso a responder, mostro minha língua para ela mais uma vez e depois de um sorriso me afasto, é inacreditável que depois de toda a dor que passei, que eu ainda consiga encontrar forças para me tornar amiga de alguém, para dar algo a alguém. As vezes eu penso que tudo ficou com Peeta, todo o amor que eu sentia, toda a pouca gentileza que cultivei, todos os sentimentos bons do meu coração, e que as vezes penso que fiquei com tão pouco que não posso mais sentir nada direito. Mas, minha amizade recente com Johanna é um alívio pequeno em todas as ondas de dor que ainda estou envolvida. Me pergunto se algum dia vou poder esquecer que amei Peeta Mellark e voltar a ser como eu era antigamente, acredito que isso não vai acontecer em um futuro próximo e isso me assusta como o inferno.
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Amarras do passado
FanfictionÉ possível fugir do passado? Do destino? Uma corda vermelha invisível conecta aqueles que estão destinados a se encontrar, independentemente de tempo, lugar ou circunstâncias. A corda pode ser esticada ou emaranhada, mas nunca irá se romper. - Uma a...