A fazenda

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Jillian estacionou o carro na frente da porta de madeira da casa grande e linda de cerquinha branca da fazenda indicada por Quinn. Era um lugar bonito, com muito gado e cheia de flores. Ela achou bonito o local e já foi descendo do carro, carregando consigo uma mala preta, de tamanho médio.

A porta da frente estava aberta. Pessoas do interior não tinha medo e nem receios com os vizinhos. Lugares como aquele eram livros abertos. E Jillian olhou para dentro, enquanto arrastava a mala. Para uma sala de madeira, com móveis muito coloniais, em tons brancos e pastéis. Duas poltronas, um sofá, uma lareira antiga, uma mesa de jantar enorme e quadros gentis, cercados de flores e lembranças gostosas.

- Olá! - Ela falou com a voz suave na porta. - Alguém em casa? Oi!

Ninguém respondeu, mas ela ouviu um barulho gentil, de louça batendo.

- Oi! Eu sou Jillian, o Xerife disse que...

Foi quando um rapaz, de cabelos escuros e olhar gentil, completamente nu entrou na sala caminhando devagar. Nu mesmo, com o pênis pendurado, sem pelagem alguma, ele olhou para Jillian, sorriu um pouco e suspirou, sem compreender muita coisa.

- Oi. - Ele falou sem se cobrir e sem se virar.

Como Jillian tinha muitos amigos homens e via nudez com frequência entre índios e nativos pelo mundo, ela não se envergonhou muito por ele.

- Oi. - Ela falou segurando o riso por ver a masculinidade do rapaz. - Jillian Pooper.

- Sam. - Abriu um sorriso enorme. - Jillian... certo! Acho que estávamos esperando você!

- É... eu acho que sim. - Concordou. - Você sabia que está nu?

- Sei. - Riu. - Desculpe por isso. - Cobriu-se. - Meu pai ia me dar banho. - Avisou.

- Seu pai... - Jillian perdeu o ar. - Quantos anos você tem? Não está meio grande pra....

- Jillian Pooper! - O homem de meia idade entrou na sala, sorrindo, com seu cabelo escuro de lado, camisas no cotovelo, de cor clara e social e uma calça jeans de fazendeiro. Ele pegou as mãos dela entre as suas, sem pedir, depressa, vendo que, diferente das mãos dele que eram ásperas e duras, as dela eram macias e gentis. - Jillian! Você é linda!

- Olá... você deve ser Gabriel. - Notou, um pouco constrangida pela firmeza do homem.

- Desculpe-me pelo meu filho... - Olhou duro para Sam. - Ele é bem sem noção mesmo! - Repreendeu. - Sam, suma daqui, agora! - Ordenou.

- Como quiser... - Saiu caminhando, com a bunda de fora e balançando.

- Desculpe por isso. - Ele apertou ainda mais as mãos de Jillian, entre as suas. - Como foi sua chegada aqui?

- Um pouco estranha. - Admitiu. - Quinn disse que eu posso me hospedar aqui mas se eu for ser um peso, eu posso fazer outros arranjos.

- Bobagem. - Sorriu. - Temos camas sobrando e não há hotéis na cidade. - Lembrou. - Essa é sua única mala?

- Sim. - Jillian mostrou a mala preta, afastando as mãos de Gabriel, finalmente. - Só essa.

- Pouco para uma mulher. - Sorriu. - Dina sempre levava coisas demais nas viagens. Minha esposa. Ela faleceu faz pouco tempo, mas ainda verá coisas dela pela casa.

- Eu sinto muito pela sua esposa, Senhor Hodson.

- Gabriel, por favor. - Sorriu ele apontando um sofá para ela. - Eu soube da menina... Kathlyn eu acho, não é?

- Isso. Você a conhecia?

- Todo mundo aqui se vê, Jillian, mas poucos de nós se conhece de verdade. - Mentiu. - Foi uma pena tudo que aconteceu. Ela era jovem e bem bonita.

- Seus filhos e ela...

- Sam e Logan? - Riu Gabriel. - Eles passam a maior parte do tempo aqui. Fazendas dão trabalho, Jillian. Eles não fazem muitos amigos por aí.

- Entendo. - Jillian apertou os olhos, um pouco cansada e curiosa demais. - Seu filho... Sam... ele não é exatamente tímido.

- Meninos. - Suspirou. - Vai me desculpar pela educação dos meus filhos, Jillian, eles não são estudados como você. São dois caipiras.

- Ele comentou algo sobre... você... dar banho nele. - Anunciou sem vergonha alguma, querendo começar a compreender as coisas ali.

- Jillian, você vai nos achar esquisitos. - Avisou. - Bem esquisitos. E vai descobrir isso depressa.

- Eu sou uma antropóloga, o esquisito não me choca, Gabriel. - Sorriu. - Eu vim para tentar compreender Hell's Creek, em primeiro lugar.

- Fico feliz por isso. - Concordou. - Bom, se vai ficar... por um tempo... tente não nos condenar demais. - Pediu.

- Vou tentar. - Sorriu, Jillian, um pouco incerta.

- Você pode ficar no primeiro quarto do corredor, aqui no térreo mesmo. Meu quarto é lá em cima. - Avisou. - Tem uma suíte no quarto, pode usar ela à vontade.

- Obrigada.

- Eu vou te acomodar em breve. - Avisou. - E depois podemos começar os procedimentos para você participar da comunidade...

- Proce... - Jillian franziu a testa.

- Se vai ficar... temos ritos de iniciação, Jillian. Te explicarei depois.

- Ok. - Isso sim ia dar um livro cheio, pensou ela. - Eu vou me acomodar agora.

Hell's CreekOnde histórias criam vida. Descubra agora