Hell's Creek

Logan

- Muito bem, filhão, quer ajudar pra tirar a roupa? - Perguntou Gabriel ao lado do seu chuveiro, em um banheiro idêntico ao debaixo.

- O senhor pode só se sentar ao lado e não... não me tocar? - Pediu cruzando os braços defensivamente, vendo o pai abrindo o chuveiro.

- Posso. - Concordou. - Prefere assim?

- Sim, senhor.

- Então vamos fazer assim.- Gabriel falou se afastando do chuveiro e indo se sentar em uma banquinho que tinha deixado ali, perto da pia.

Logan começou a se despir, com seu corpo meio gordinho e envergonhado, tentando deixar pelo menos o pênis longe da visão do pai, mesmo ele já tendo o visto mil vezes. Ele até queria brigar com Gabriel, mas ele sabia que não ia acabar bem se fizesse isso.

- Logan... como você está se sentindo? - Perguntou Gabriel vendo o filho nu entrar na água morna. - Está passando bem esses dias?

- Eu estou bem. - Falou colocando a cabeça debaixo d'água.

- Se estiver se sentindo mal, podemos conversar. Sabe disso.

- Eu queria começar a fazer mais coisas sozinho, só isso.

- Filho, eu acho que isso ainda não é possível. - Admitiu vendo as nádegas brancas do menino de costas para ele. - Mas eu vou te dizer uma coisa... se você se comportar bem essa semana comigo, vou deixar você começar a fazer as compras sozinho, ocasionalmente. No mercadinho. Poderá ir até a cidade sozinho e voltar, no carro.

- Mesmo? - Olhou pro pai, virando-se totalmente.

- Sim... mas aqui, dentro de casa e quando eu achar necessário, vai ter minha companhia ainda, está bem?

- Eu odeio que me veja nu. - Protestou.

- Eu sei que odeia. - Concordou. - Infelizmente, pelo tempo que for necessário, ainda vou ver.

- A gente podia fazer um acordo e...

- Eu não vou fazer acordos, Logan. - Repreendeu. - Você é meu filho e está doente e eu vou ver você enquanto achar que precisa.

Logan se cobriu da visão do pai, e ficou vermelho, um pouco furioso.

- O fato de eu ter dormido no volante e matado minha família não te autoriza a me ver nu quando achar que deve. - Respondeu de boca cheia.

- Não, não mesmo. Mas o fato de você ter se fatiado igual presunto dentro da banheira quando ninguém estava olhando me autoriza sim. - Respondeu frio. - E pare de frescura ou eu vou te dar uma surra, Logan.

- É a última vez que você me vê assim... - Falou de boca cheia de meio de lado. - Nem que eu tenha que morrer.

- Como é que é?! - Gabriel se levantou da cadeira.

- É isso mesmo que você ouviu. - Fez voz de birra.

- Você para de birra, menino! - Gabriel segurou o braço do filho, e virou-o de lado, já levantando a mão.

PAFT! Deu-lhe uma palmada na bunda molhada.

- Ai!

- Acha que pode falar comigo assim, Logan?

- Eu estou cansado. - Admitiu olhando pro pai chateado. - Eu quero assumir minha vida de novo.

- Então comece a mostrar um comportamento mais adulto e mais ativo. - Deu o conselho. - Agir assim só vai te trazer problemas, Logan.

- Deixe-me tomar banho sozinho, pai, eu juro que eu não vou fazer nada, eu juro.

- Eu disse que não, Logan. - Falou sério e soltou o braço do filho. - Agora acabe logo com esse banho.

- Não enquanto o senhor estiver aqui. - Suspirou.

- Ok, eu te dou o banho então. - Gabriel concordou pegando o sabonete.

- Não! - Logan protestou, dando um passo para trás no box. - Não, pai!

- Se vai ficar de birra, então eu vou agir. - Avisou. - Nós já tivemos essa conversa antes e eu já disse como é que vai ser. Ou você começa a me obedecer, Logan, ou eu vou ser mais duro com você. Eu estou sendo bem legal, mas eu posso deixar de ser se for fazer birra comigo.

- Não é birra! - Bateu um pé no chão. - Sabe que eu não gosto! Não sou como Sam!

- Fico feliz que não é como Sam. Sam tem o pudor de uma porta. - Brincou Gabriel. - Mas você é tão meu filho quanto ele e eu já falei que não há nada aí pra esconder de mim. Agora, até você melhorar, nós vamos fazer isso e eu quero colaboração, quero que me mostre que está pronto para ser responsável e confiável e fazer birra me mostra o oposto.

- Até quando vamos ter que fazer isso?

- Até quando eu achar que devo. - Falou sério. - Agora, banho. Vamos. Termine isso.

Com raiva, Logan pegou o sabonete e jogou-o longe até ele bater na parede do banheiro. Gabriel entendeu a birra infantil e a queda de braços para medir força e não se importava em mostrar pro menino quem mandava ali. Ele havia batido pouco em Logan. Uma ou duas vezes apenas, quando ele se machucava, mas por birra, seria a primeira vez.

Segurou o braço dele, mesmo embaixo da água, virou-o de lado e usou a mão pra valer.

PAFT!

PAFT!

PAFT!

Logan começou a tentar se soltar e virar a bunda pra longe, com tanta determinação que esqueceu de se cobrir.

PAFT!

PAFT!

PAFT!

PAFT! PAFT!

- Aiiii!!!

PAFT! PAFT

- Pai, para!

PAFT! PAFT!

PAFT!

- Eu PAFT não PAFT aceito PAFT birras PAFT nesta PAFT casa!

- Aiiii!

Logan começou a chorar e Gabriel soltou-o.

- Eu não estou te entendendo, Logan! Você quer se tratado como adulto responsável e age como um pirralho birrento!

- VOCÊ NÃO ME DÁ OPORTUNIDADE!

- FALA BAIXO OU EU VOU PEGAR MEU CINTO! - Avisou firme. - Eu te dei oportunidade e você fez o que fez, agora, até me provar que está pronto, você não vai ter essa oportunidade, rapaz e chega de birra. Quem manda em você sou eu!

Logan começou a chorar muito. Irritado, Gabriel pegou o sabonete.

- NÃO NÃO! - Logan protestou gritando e se protegendo com as mãos.

- CHEGA! - PAFT! Deu outra palmada no filho. - Eu não quero esse comportamento!

Logan ficou chorando e fez bico, mas Gabriel começou a lavar ele como um bebê pequeno - coisa que Logan odiava. Ele havia feito isso algumas vezes, especialmente quando ele se machucava, e ele odiava mais do que tudo.

- Nós dois vamos precisar te levar no médico de novo. - Avisou Gabriel. - Acho que seus remédios não estão bons.

- Não. - Protestou Logan. - Eu não vou.

- Vamos e ponto. - Falou sério. - Não estava pedindo sua opinião.

- Eu quero morrer! - Logan chorou alto.

- É... uma pena... mas não vai. - Gabriel falou firme lavando o filho.