Confissão

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Ela mal conseguia pensar enquanto Gabriel a esfregava com o sabonete embaixo da água morna. Agora, ela não via muitos motivos para cobrir o corpo dele, e se concentrava em não surtar de vez.

- Você é uma menina tão linda, Jillian... - Ele falou sorrindo paternalmente para ela. - Vamos começar a nos comportar melhor, está bem?

- Eu estou com vergonha. - Falou.

- Não há motivos. - Avisou. - Como está se sentindo?

Ela estava se sentindo até melhor, mas não ia admitir. Não depois do show de horrores que haviam sido os cuidados dela. Aliás, Jillian não sabia bem o que podia ser definido como cuidado e apenas lembrava de sua infância como um borrão de dor. Ela imaginou que cuidado seria algo mais macio... mais gostoso... que não envolvesse decisões tão duras e doloridas.

- Com vergonha.

- Eu não costumo usar enemas nos meus filhos, Jilly, mas você estava enjoada e com muita febre, então foi o melhor no momento. - Explicou. - Eu sei que é horrivelmente dolorido e constrangedor, mas agora já passou.

- Eu acho que ia preferir se vocês fossem um culto... - Suspirou. - Ninguém nunca tinha... feito uma lavagem em mim. - Ficou vermelha. - Eu nunca tinha usado o banheiro na frente de ninguém.

- Você está segura. - Gabriel sorriu e abaixou a mão, lavando a parte íntima feminina dela e vendo que ela fez careta de medo. - Shhhh... não vai doer, eu prometo.

- Eu quero lavar aí... - Ela se torceu um pouco se afastando dele.

- Eu sei que alguém já te machucou aí. - Falou sério. - Mas não vou te machucar, pequenininha, eu vou só limpar.

- Eu não quero.

- Não há querer agora, Jillian. - Falou mais sério ainda. - Se quer liberdade, vai ter, mas sair na chuva assim, e não me obedecer não é a melhor coisa a fazer. Doente, você não tem liberdade.

- Só aí! - Pediu.

Gabriel viu a menina nua e viu como ela estava agindo de forma mais energética e infantil.

- Não, mocinha. - Ele levou a mão até o bumbum dela e quando a tocou, ela gritou.O grito foi alto, fino e o assustou. Foi um grito de dor. - Jilly... o bumbum tá doendo? - Quis saber. - O papai olhou e não machucou nadinha...

Ela puxou o braço dele e se sentou no chão, já chorando bastante.

- Ei.... está tudo bem... - Ele falou se abaixando perto dela. - Por quê está chorando assim?

- Você me fez uma lavagem intestinal! Colocou um termômetro em mim!

- E você está bem. - Ele suspirou. - Jillian... você não está chateada comigo porque eu te cuidei... está magoada pela nudez... pela falta de controle... e eu entendo isso, mas eu não posso discutir com uma menininha doente.

- Eu não sou uma menininha... eu não...

- Quem era ele? - Quis saber. - Quem te machucou?

- Meu padastro. - Confessou.

- Ele te batia muito?

- Sim. - Olhou Gabriel nos olhos.

- Ele te estuprou.

- Sim. - Confessou também.

- No bumbum também?

- Sim...

- Jillian, eu não vou te machucar. Nunca. - Prometeu. - Desculpe fazer à força, mas vou fazer quando for melhor pra você. Pode confiar em mim, minha pequenininha... eu já te amo. Eu sei que fui muito duro, mas...

- Está tudo bem. - Jillian abaixou a cabeça. - Você... eu não estou com raiva.

- Eu fico feliz, pituquinha. - Sorriu. - Agora, que tal deixar o papai acabar o banho?

- Você... vai me bater? Por ter saído na chuva? - Quis saber. - Você me deu uma palmada na rua.

- Dei, Jillian, porque eu te vi suja e molhada e tremendo e isso me assustou. Sim, eu acho que você merece apanhar pelo o que fez, mas não vai ser hoje e nem vai ser agora. Agora eu estou cuidando da minha menininha.

- Desculpe ter saído na chuva.

- Não tem problema. Não agora. - Sorriu vendo o corpo dela ali, na sua frente, tremendo muito ainda. - Tire as mãos da frente e me deixe terminar seu banho. Pode ficar sentada se quiser, mas vou precisar te virar no braço para lavar o bumbum.

- Está doendo um pouco... o bumbum. - Confessou.

- Me deixa olhar depois? - Pediu.

- Mas eu...

- Eu já vi antes. - Lembrou-a.

- Não quero mostrar... por favor.

- Jilly... - Suspirou lavando o braço dela com delicadeza. - se você for bem boazinha e me deixar olhar o seu bumbum, eu deixo você tomar banho sozinha amanhã.

- Mesmo? - Quase comemorou demais.

- Mas vai precisar me mostrar, bem boazinha.

- Tá... eu mostro. - Concordou.

- Boa menina. - Sorriu passando a mão molhada no rosto dela. - Nós dois vamos ser grandes amigos, minha lindinha.

- Eu imaginei que seria diferente... totalmente diferente tudo isso. Eu não sabia que ia doer ou... ser difícil.

- Nem sempre cuidar significa fazer quem amamos sorrir, Jillian. - Gabriel disse esfregando mais a menina. - Na verdade, cuidar quando estamos bem é bem fácil... é nesses momentos que mostramos quem realmente se importa. Quando as coisas são difíceis e muitas vezes temos que magoar quem amamos para os manter bem.

- Eu ainda estou confusa.

- Vai ficar um tempo ainda, mas isso aqui... conversar comigo assim... isso vai ajudar, Jilly. - Prometeu. - Venha, no meu braço. - Pediu para apoiar o busto dela ali.

- Posso me lavar sozinha? - Pediu. - Só hoje.

- Jillian. - Falou sério com ela. - No meu braço, agora. Encoste a cabeça no meu ombro e deixe o bumbum pra trás.

Jillian começou a se arrastar devagar, um pouco incerta. Sim, ela queria ganhar a passagem livre pro banho mas também estava com medo. Ela encostou a cabeça no ombro dele, e sentiu a mão dele em sua virilha, empurrando sua bunda bem pra trás, para ficar no campo de visão dele e bem pra cima. Fechou os olhos com força ali e agarrou-se no braço dele.

- Boa menina. - Gabriel pegou um pouco de sabonete nas mãos, fez espuma e começou de novo a lavar ela ali com calma.

- Ai... - Ela reclamou apertando a boca com força.

- Já vamos acabar, princesa. - Gabriel jogou água sob ela e já desligou o chuveiro, pronto para examinar ela ali mesmo. Quando abriu-lhe as nádegas, no entanto, ela se afastou violentamente e ele percebeu que não foi por querer. Foi medo... medo de verdade. - Ok... vamos te secar e eu te olho na cama.

- NÃO, NA CAMA NÃO! - Implorou.

- Deixe-me ver, então. - Segurou ela com força, puxando-a de novo para a mesma posição. - Não vai demorar, pequenina. - Ele bem que tentou, e olhou-a só de relance e viu uma menina irritada e bem assada... assada demais para o que ele tinha feito. - Humm...

Gabriel não podia falar muita coisa agora, mas decidiu que era hora de deixar alguém de fora vê-la.

- Acabou, né?

- Acabou, Jilly... que tal você se vestir sozinha? - Sorriu Gabriel a puxando pra cima e já pegando a toalha dela. - Pode se vestir sozinha e depois ir para a sala, para relaxarmos um pouco.

Hell's CreekOnde histórias criam vida. Descubra agora