O castigo coletivo

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- Deixa eu ver se eu entendi... - Disse Gabriel sentado na cama, com os braços cruzados e as duas crianças culpadas na sua frente. - Você de alguma forma, arrumou erva, e ofereceu-a para sua irmã. Você, Jillian, mesmo sabendo a luta que tenho com Sam, deixou-o fumar e se juntou à ele.

- Não faz mal. Faz menos mal que cigarros comuns. - Jillian justificou. - E a culpa é minha. Como você disse, eu tinha que ter repreendido o Sam, mas eu acho que ele só queria se sentir mais livre e eu também. É difícil fazer alguma coisa com você no nosso pé.

- Então não faça nada, mocinha. - Disse Gabriel. - Bom, vem mesmo bem à calhar colocar vocês dois de castigo até o natal. - Bufou. - Sam, eu vou fazer uma vistoria nas suas coisas quando acarmos aqui. Vou achar alguma coisa?

- Vai, sim, senhor. - Confessou juntando as mãos na frente do corpo.

- Devia ter vergonha. Não só me desobedeceu e se colocou em perigo de novo, como deu isso na mão da sua irmã! UMA MENINA! - Gritou. - Quem te deu isso, rapaz?

- Eu mesmo consegui, senhor.

- Eu quero um nome, Samuel, ou eu juro por Deus que eu vou te machucar!

- Tony. - O menino confessou o nome que Jillian havia encontrado na estrada no dia em que chegou na cidade. - Ele vende.

- Tony. - Gabriel quase riu, muito revoltado. - Se eu pegar um dos dois com essas coisas de novo, eu vou surrá-los com um fio de aço. - Ameaçou. - E eu não quero nem ouvir explicações ou desculpinhas agora. Eu quero que os dois tirem as calças e a roupa íntima.

- Pai, me escuta... - Sam implorou. - Não bate na Jillian. A culpa é minha!

- Se vocês são espertos, vão tirar a roupa e bem calados. - Avisou, colocando a mão em volta da cintura e começando a tirar o cinto.

- PAI, DE CINTO NÃO! - Implorou Samuel.

- O cinto vai ser só pra esquentar. - Garantiu se levantando. - Vocês vão apanhar é de relho.

Jillian deu um passo para trás. Isso não era só palmadinhas na bunda. Era uma surra. Uma surra de verdade.

- Eu... não... eu não consigo. - Jillian falou depressa.

- Pois trate de conseguir, Jillian Pooper. - Gabriel falou sério. - Você vai apanhar e devia ter pensado nisso antes de usar drogas aqui. Sam, você primeiro. - Ele apontou sério para a cama. - Debruce na cama. Roupa nos joelhos.

Samuel, com as mãos tremendo, começou a se despir, já chorando muito. Sim, ele tinha errado e tinha enfiado logo a irmã... a menina da casa... na mesma situação. E Gabriel tinha prometido bater neles de relho. Desceu a roupa, e jogou-se na borda da cama, com as pernas de fora, sabendo que seria humilhante a irmã ver tudo aquilo... mas não queria assustar ela mais do que o necessário. Não hoje, não agora.

VLAP! VLAP!

VLAP!

VLAP!

- Aiiiiii

VLAP! VLAP!

- ARRAAIII

VLAP! VLAP!

VLAP!

VLAP!

- AIIII, PAIII!!!!

Os olhos de Jillian queimavam vendo a bunda de Sam tremer e levar as cintadas. E ela entrou em um vórtice.

- ESPERA! ESPERA! - Ela se meteu no meio, depressa, entrando entre o cinto e a bunda despida do irmão. - ESPERA! ELE TÁ ARREPENDIDO, GABRIEL! ELE TÁ COM VERGONHA! POR FAVOR! A CULPA FOI MINHA!

Gabriel ficou irritado com a menina, pegou-a pelo braço e jogou na cama, de jeans mesmo e levantou o cinto.

VLAP! VLAP!

- Aiiiii

- Ok, vão apanhar juntos então. - Ele falou sério, já descendo as mãos na cintura de Jillian e começando a descer a calça dela.

- NÃO, ESPERA! NÃOOO!!!- Ela protestou.

- Olha o escândalo. - Gabriel brigou, puxando a roupa dela para baixo, até os joelhos.

Com uma bunda ao lado da outra, ele podia intercalar cintadas.

VLAP! Em Sam.

VLAP! Em Jilly.

VLAP! Em Sam.

VLAP! Em Jilly.VLAP! Em Sam.

VLAP! Em Jilly.VLAP! Em Sam.

VLAP! Em Jilly.VLAP! Em Sam.

VLAP! Em Jilly.VLAP! Em Sam.

VLAP! Em Jilly.VLAP! Em Sam.

VLAP! Em Jilly.

- ARRAAIIII - Jillian berrou.

Gabriel jogou o cinto no chão, totalmente desconsertado ao ver os dois ali, nus e chorando.

- O que eu faço com vocês? - Começou a ir até o armário, para pegar o relho.

Era um relho curto, trançado, de couro. Um chicote, praticamente, mas servia bem para assustar os filhos. Especialmente em casos muito graves. Não, Gabriel não pretendia machucar eles, mas pretendia provar um ponto e fazer eles terem medo de usar qualquer coisa.

Ele segurou o relho pelo cabo, e apoiou Sam pela cintura. Ele sabia que ia doer e ia marcar o menino.

VLAAAPP!

VLAAAPPP!

VLAAAAPPP!!!!!

As pernas de Sam chegaram a tremer e o menino caiu em um choro profundo.

Depois, ele segurou Jillian, e, com menos força ainda, levantou o relho.

VLAPP!

VLAAPPP!

- Aiiiiiii!!!!!!

- A próxima vez eu tiro o couro de vocês dois. - Avisou sério. - Será que estou me fazendo entender, Samuel?

- Sim, senhor! - Chorou.

- Jillian?

- Sim. - Respondeu baixinho chorando.

- Eu sei que estou sendo duro, mas eu não admito essas coisas aqui, e eu vou bater muito toda vez que isso acontecer, então espero que seja a última vez que eu usei esse relho nessa casa. Estou muito decepcionado com os dois! Nós estamos com problemas de verdade na cidade eu quero colaboração. Jillian, você tem algo sério para ajudar a investigar e Sam... comece a crescer e proteger sua irmã! Agora... sumam os dois daqui!

Jillian e Sam ficaram em pé e começaram a se vestir em silêncio. Gabriel foi devagar até o filho, deu-lhe um beijo nos cabelos e depois, fez o mesmo com Jillian.

- Eu amo vocês, mas não vou os poupar de educação. - Avisou. - Vão... vão procurar algo produtivo para fazer. Andem.

Hell's CreekOnde histórias criam vida. Descubra agora