Capítulo 36 - Direitos?

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O TRÂNSITO ESTAVA UM CAOS. O taxista obeso e careca estava prestes a abandonar o próprio veículo e sair caminhando. A cada barulho de buzina, era um murmúrio do homem, que se apresentou como Osvald no início do percurso.

A perna do soldado balançava freneticamente enquanto ele averiguava a cada trinta segundos o horário no relógio. Naquele momento ele desejou estar usando suas botas voadoras, assim como Daniel, que nunca é capaz de abandoná-las. Talvez com elas, já estivesse no aeroporto.

- Senhor, não há um atalho para que possamos chegar ao aeroporto mais rápido? Eu tenho um vôo marcado para daqui a pouco. Não posso perdê-lo.

Osvald revirou os olhos. Para o motorista, ele não tinha culpa por toda aquela situação, e estava cansado das perguntas repetitivas do rapaz.

- Eu já disse que não, cara - respondeu com desdém.

Simon bufou. Oliver não o perdoaria caso ele não chegasse ao aeroporto a tempo. O soldado precisava ter alguma ideia para salvar a própria pele. Então, movido pelo desespero, o mesmo desceu do carro e deixou uma gorjeta para o taxista, que gritou palavras de baixo calão para o soldado.

O mesmo retirou a única mala que carregava do porta mala e se dirigiu até a agência, que se localizava próximo dali. Em questão de minutos, Simon já estava lá. Albert estranhou ao vê-lo com mala de viajem e fez algumas perguntas que foram ignoradas com sucesso.

O amigo de Daniel chegou até a sala de armas tecnológicas e calçou as botas voadoras. Ele ativou o modo vôo apesar dos nãos de Albert e seguiu até o aeroporto.

Havia várias pessoas na entrada, saindo de táxis, chegando de outros destinos ou indo até eles. O mesmo atravessou a porta automática e avistou o enchame de pessoas de espécies distintas. Anões, fadas, humanos, doendes, elfos, entre outros. O teto era composto por vidro e todas as nuvens do céu podiam ser vistas.

O sol iluminava o local de um jeito encantador e o frio que fazia lá dentro era agradável comparado ao calor do lado externo. Simon dobrou o antebraço e verificou o horário em seu relógio digital.

Ele estava atrasado.

Seu coração praticamente pulou do peito e suas pernas receberam um encorajamento incógnito. O soldado esbarrou em algumas pessoas até chegar a agente responsável pelo check-in. As demais pessoas da fila se irritaram com a ousadia do soldado.

- Senhor, por favor, respeite a fila - repreendeu, a mulher de cabelos claros como o trigo presos em um pequeno e discreto coque, olhos verdes como azeitona e sustentando uma expressão séria.

- Eu só quero pedir uma informação, senhorita... - Simon apertou os olhos para enxergar as letras escritas em dourado no pequeno crachá. - Maxwell.

- Então por favor, seja breve.

- O vôo 497 para o reino de Rozier...

- Sinto muito, mas o senhor chegou atrasado. O avião já decolou - interrompeu, Maxwell. - Era só isso?

Simon não respondeu. Virou-se de costas e afastou-se da agente. Novamente ele havia perdido a oportunidade de ser feliz, e agora talvez ela não retornasse. Um nó se formou em sua garganta e para não desabar no chão frio do aeroporto, o soldado ocupou uma cadeira vaga e tentou controlar a respiração.

- Perdão, Oliver. Perdão - um homem de cabelos grisalhos, íris laranjas e óculos de garrafa sentiu pena do soldado, mesmo sem entender o motivo. - Espero que você seja feliz por mim.

 - Espero que você seja feliz por mim

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