Preparações

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          O quê? — O rei arregalou os olhos.

          Todos no salão ficaram paralisados por um momento. Aquela noticia mudava todos os planos. Guerras eram coisas que aconteciam, ninguém mais entrava em pânico por elas, mas algo naquela escala... era diferente.

          Tomas continuou:

          — Eles dizem que o planeta pertence aos humanos e querem expulsar qualquer um que seja estelar ou até mesmo uma estrela escura.

          — Não use esse termo aqui, mensageiro! — Herimbor bateu com a mão no braço do trono, descontava sua irritação com o termo que o jovem usara, mas a verdade é que ela vinha da situação em que se enfiavam. — Somos sirions, e é assim que deve se dirigir a nós e a si mesmo.

          — Me desculpe, Majestade. Não foi a minha intenção.

          O homem fez repetidas reverências, até que Herimbor pediu para que continuasse a história.

          — Nossos espiões relataram que uma tropa com cerca de vinte mil soldados partiu de Chinon e se dirigiu para o Reino Deschain. Essa tropa é feita quase que exclusivamente de humanos, Majestade. Muitos sirions partiram dos reinos para as cidades livres perto do Val Norte e do Mar de Areia. Alguns ainda se juntaram a nós em Brandevin. — Fechou as mãos e serrou os dentes. — Mas o mais impressionante é que há sirions nas tropas deles. Não sabemos o porquê, já que a intenção dessa guerra supostamente seria matá-los.

          — Mensageiro. Tomas é o seu nome, não é? — Aros ainda analisava o jovem. — Há algo nessa história que me confunde. Por que esse tipo de pensamento passaria pela cabeça dos humanos logo agora? Além disso, tenho informações que o Reino Glen vinha sendo auxiliado por um estelar da Tropa Norte. E uma outra pergunta, como você chegou aqui? Com certeza não veio pela Floresta Escura. Seria um alvo fácil lá.

          — Eu vim pelo mar, senhor...

          — Aros.

          — A-aros? — O mensageiro arregalou os olhos e recomeçou suas reverências. — Me desculpe, Comandante, não notei que fosse o senhor. Mil perdões.

          — Esqueça isso. Apenas me responda.

          — Si-sim, Comandante. — Outra reverência. — Desembarquei na costa oeste e desde então viajo sozinho. Estou há mais de um mês nessa cruzada. Mas o senhor está correto. O conselheiro do Rei Leo de Glen é um legionário estelar de nome Ziran. Dizem que...

          Parou.

          — O que dizem, Tomas? — Aros insistiu.

          O mensageiro olhou para o estelar, engoliu em seco perante a presença aterradora e continuou.

          — Dizem que o rei faz tudo que ele manda... e que essa guerra é ideia dele.

          — Mas isso não faz o menor sentido! — O Comandante levantou os braços, exasperado. — Ziran é um estelar de patente alta. Ele jamais faria algo desse tipo!

          — Desculpe-me, Senhor Comandante. — Mais reverências, Eastar sentiu vontade de estapear o mensageiro. — Eu realmente peço o seu perdão. Mas isso é o que chega aos nossos ouvidos através dos homens que temos dentro do reino deles. Conseguimos infiltrar alguns na tropa e assim temos notícias de algumas coisas. Foi assim que conseguimos estimar suas forças. Me desculpe.

A Crônica de EastarOnde histórias criam vida. Descubra agora