10
— Muito bem. Aqui está, garoto. Vamos testá-lo e ver como você se sai.
Quando Eastar chegou ao pátio dos ferreiros, Garret já o esperava na porta do seu barracão, segurando uma vara de arco. Era negro, manchado de dourado e bronze por toda a extensão. Mesmo depois de bilhões de anos, os efeitos da poeira estelar ainda o deixavam fascinado.
O arco fazia uma curva nas duas pontas e engrossava à medida que ia chegando no centro, onde uma empunhadura de couro estava fixada.
— Ficou incrível!
— Não elogie até tê-lo usado, seu idiota! Dá azar!
— Ah, desculpe. — O garoto abriu seu melhor sorriso para o grande ferreiro barbudo.
— Tudo bem, tudo bem. Sirva-se. — Apontou para uma cesta comprida, trançada, que estava próxima aos seus pés. — Fiz só três cordas de poeira, então é bom ter cuidado pra não perdê-las!
Eastar assentiu com a cabeça. Pegou o arco e uma das cordas que Garret lhe entregou. Quando passou a perna esquerda sobre a vara e tentou curvá-la, percebeu que era muito mais difícil do que com um arco normal. Teve que fazer força para conseguir encaixar a corda. Depois levantou o arco para olhá-lo contra o sol. A coloração da poeira se alterava de acordo com a luz.
— Muito bem, onde atiro? — Ele sorriu, se virando para o ferreiro.
— Está vendo aquela macieira do outro lado do pátio?
— Macieira?
— É, garoto. Pé de maçã. Fruta vermelha, arredondada... nunca viu?
— Ah! Árvore de maçã.... Entendi, é que nunca dei muita atenção a esse tipo de comida.
Garret levantou a sobrancelha, sem entender. Por fim, resolveu relevar aquilo.
— Então tá... atire naquela árvore. São mais de oitocentos passos de distância. Se você conseguir acertar o tronco, acho que já fico satisfeito.
— Posso fazer melhor.
— O que quer dizer?
— Posso acertar uma maçã.
— Acertar uma maça? Mal dá pra enxergá-las daqui!
— É claro que dá, e muito bem.
— Ora, ora, vocês estelares e seus superpoderes. — O sirion riu e balançou a cabeça. — Muito bem, então! Se você acha que consegue, tente.
Eastar assentiu e se preparou.
— Espere! Espere!
O estelar já tinha pegado uma flecha na cesta e a colocava no arco quando o ferreiro o fez parar.
— O que foi?
— Proteção para o antebraço! Tinha esquecido. Está aqui dentro da cesta também. — O ferreiro agachou e começou a espalhar as flechas à procura do objeto. — Sei que vocês são super-resistentes e não sei mais o que, mas isso é um arco de poeira, dá pra fazer um estrago se essa corda passar aí. — Apontou ao braço do garoto. — Aqui, achei!
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Crônica de Eastar
FantasyA CRÔNICA DE EASTAR História por Henrique Zimmerer Revisão por Sagami Riku Distribuição: My Light Novel - www.mylightnovel.com.br Sinopse: Eastar, um jovem estelar, desce ao planeta terra pela primeira vez, lá ele vai descobrir que as coisas são bem...