Controle de absorção

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           O grupo seguiu atravessando a ponte e acompanhando o Rio Song para a esquerda. Depois de poucas horas cavalgando, eles saíram de perto da margem do rio e seguiram para o norte, passando por vales com casas de campo e pastos. Os moradores acenavam das portas das casas e de dentro das hortas.

           — Muito bem. Estamos no caminho, e sei que disse que viria numa boa, mas alguém poderia me dizer qual é o plano? — Relles seguia na retaguarda do grupo com seu irmão do lado.

           Era uma pergunta pertinente, e todos dirigiram seus olhares para Aros e Edwin, que seguiam na frente do grupo.

            — Sem plano, pelo menos da minha parte. — Aros deu de ombros sem deixar de olhar para a frente. — Minha ideia é seguir pela estrada da floresta e encarar seja lá o que esteja dando tanto problema.

             — Bem, Comandante, a questão é que ladrões não irão atacar um grupo grande e armado como o nosso. — O gigante resmungou, apesar de seus olhos brilhando com a esperança das palavras do estelar se tornarem realidade.

             — Não imagino que seja essa a situação, Relles. — Edwin cruzou os braços sobre a sela e franziu o cenho. — Seja lá o que vem atacando os comerciantes, não podem ser simples ladrões. Alguns dos comboios estavam bem escoltados e mesmo assim todos foram mortos. Eu fui à floresta e vi os corpos. Não há marcas de sangue. É difícil imaginar como eles morreram.

             — Do que está falando? Isso não faz o menor sentido. O que disseram é que iríamos dar cabo de alguns bandidos.

             — Bem, as mercadorias sumiram. — Um pequeno sorriso, e então um suspiro. — Me desculpe, Relles. Pode voltar para Londrian se quiser.

            O gigante soltou uma gargalhada.

            — Você não entendeu, Tenente.

            Edwin se virou e viu que o sirion tinha um grande sorriso por baixo da barba, e seus olhos brilhavam, não de energia, de alegria.

            — Tem ideia do quão chato é simplesmente prender bandidos? Agora... — Ele fez uma pausa e olhou para o irmão, que deu risadinhas e balançou a cabeça, depois voltou o olhar para o sirion de cabelos brancos e continuou: — surrar monstros é muuuuuuito mais divertido!

           Dessa vez foi a vez de Aros gargalhar.

           — Esse é o espírito, pessoal!

           Ao pôr do sol, eles finalmente se aproximaram da Floresta Escura. Os pastos acabavam em uma cerca de arames farpados e logo depois as árvores tomavam conta de tudo. Grandes árvores, com pelo menos quinze metros de altura, a folhagem era tão densa que nenhuma luz do sol chegava ao solo. À frente deles havia uma trilha marcada por sulcos feitos por rodas de carroça que se estendia até não poder ser mais vista dentro da floresta.

            — Aqui estamos, a entrada da floresta. — Edwin se virou para o Aros. — acha realmente que devemos seguir a estrada? Penso que se a margeássemos talvez conseguíssemos algumas dicas de onde esses ladrões podem estar acampando.

          — Edwin, é você que está no comando do grupo. Eu sou só um belo companheiro. — Ele deu de ombros. — Seguiremos o que você decidir.

         Edwin concordou e coçou a cabeça, liderar era sempre um saco. Virou seu cavalo para olhar o resto do grupo.

         — Recebi o aval do nosso querido Comandante para fazer o que bem entender. — Ele piscou para Allyn, que revirou os olhos, e continuou. — Não vejo por que entrarmos na Floresta agora que já escureceu. Portanto, acamparemos aqui e seguiremos amanhã aos primeiros raios de sol.

A Crônica de EastarOnde histórias criam vida. Descubra agora