Gêmeos Selvagens

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          Pássaros cantavam nas copas das árvores, voando para sentir o sol em suas asas e retornando para os galhos mais altos, onde ainda chegava alguma luz.

          Desde que entraram na floresta, o grupo viu poucos animais. E isso deixou Relles e Remus um pouco inquietos, os dois conheciam aquele lugar bem o suficiente para saberem que não era normal.

          O movimento naquela estrada era constante, e os animais já tinham se acostumado a isso. Não desapareceriam por conta de um grupo de viajantes, pelo contrário, sentiam falta dos pequenos esquilos brancos que adoravam doces.

          Depois de um bom tempo, Edwin pediu para que todos parassem.

          — Sean, suba naquela árvore e veja se já anoiteceu.

          — Por que eu? Eu fui da última vez. Agora é o Drun!

          — Tanto faz, tanto faz. Querem ver a Batalha de Titãs ou não?

          — Sim, senhor. — Os garotos responderam rapidamente e, no entusiasmo que estavam, disputaram para ver quem chegava ao topo da árvore primeiro.

          Quando finalmente conseguiram ver o céu, perceberam que ainda não havia escurecido, a luz de Belron ainda podia ser vista dando ao céu uma coloração vermelha e laranja. Enquanto desciam, eles cochicharam um pouco e chegaram a um acordo.

          — Já anoiteceu, Tenente Edwin — começou Drun

          — Sim, muitos estelares brilhando hoje. — continuou Sean.

          — Quase não tem nuvens, e vi uma coruja voando.

          — O que quer dizer que já é noite, não é? Corujas não voam durante o dia.

          Edwin olhou para os garotos e ergueu uma sobrancelha. Drun parecia meio envergonhado, Sean batia o pé no chão, e o Tenente entendeu o que estava acontecendo, deu um pequeno sorriso e fez o anúncio.

          — Nossos jovens esquilos disseram que anoiteceu! Então um grupo procura lenha, vou atrás de algumas jabutas pra comer enquanto vejo a luta. Ah, e alguém alivie as cargas dos pobres cavalos e os prendam bem, podem ficar assustados com a barulheira que vamos ter.

          — Também quero jabutas! — Sean levantou as mãos.

          — Imaginei, então venham você e o Drun, peguem alguma coisa onde podemos despejar as frutas e vamos ver se conseguimos o bastante pra todos.

          — Isso! — Sean pegou um saco de pano que estava na bagagem do seu cavalo e seguiu Edwin para o meio das árvores com Drun logo atrás.

          Eastar saiu com Remus e Jaime para buscar lenha, o que não levou muito tempo. O chão da floresta era cheio de galhos secos e Eastar arrancou um grande galho de uma árvores, partindo em alguns pedaços. Jaime olhou para ele e cruzou os braços quando viu o que ele pretendia.

          — Ora essa, tudo isso para fugir do trabalho.

          — Qual é, ninguém ia usar mesmo. — Eastar sorriu e apanhou o restante dos galhos no chão.

           Olhando para o lado, viu que Remus passava o olho pelo lugar, parecia incomodado. Resolveu puxar assunto com o grandão.

          — Remus, por que chamam vocês de Gêmeos Selvagens?

A Crônica de EastarOnde histórias criam vida. Descubra agora